Por quê?
Por quê?
Por quê?
Por quê tinha que ser o Gally??
Por quê???
- MADDY! -gritou Minho, sacudindo Thomas e a mim. -Precisamos ir agora! -gritou novamente.
-O quê? -murmurei desnorteada.
-VÃO, vão, vão! -o mesmo homem de antes nos empurrava para fora.
Apenas me levantei do helicóptero cambaleando, enquanto Minho corria ao meu lado. Avistamos uma intensa luminosidade; o local era um grande muro, repleto de luzes.
Corremos contra uma ventania de areia, e ao olhar para trás, vi homens atirando em pessoas que corriam desorientadas.
Passamos por uma pota, todos exaustos. Assim que o último de nós atravessou, as portas se fecharam com um estrondo.
-Que lugar é esse? -Minho perguntou, a tensão em sua voz era inconfundível. O pesadelo ainda pairava sobre mim, mas agora tínhamos um novo desafio a enfrentar. Eu só podia esperar que tivéssemos força suficiente para sobreviver.
A instalação era uma colmeia de atividade, com pessoas correndo de um lado para o outro, carregando equipamentos e manipulando pinéis de controle. Luzes piscavam de forma intermitente, criando um ambiente de urgência. As paredes de metal refletiam o brilho dos monitores, e o som constante de teclados sendo digitados preenchia o ar.
-Vamos, sigam-me -disse um guarda, aproximando-se de nós. Ele estava vestido com o uniforme padrão, uma expressão impassível em seu rosto. Olhei para o grupo, vendo a mesma desconfiança refletida nos olhos de cada um. Não tínhamos escolha a não ser seguir o homem, mesmo com o receio enraizado em nossos corações. À medida que caminhávamos, eu me mantinha alerta, cada som e movimento captando minha atenção. O medo de que algo pudesse estar errado me mantinha tensa, pronta para reagir a qualquer sinal de perigo. Passamos por corredores intermináveis, cada um idêntico ao anterior, tornando difícil manter a orientação.
Finalmente, o guarda parou em frente a uma porta metálica. Ele a abriu com um gesto rápido, e nós entramos. Assim que passei pela entrada, arregalei os olhos junto com meus amigos. Diante de nós,havia uma mesa repleta de comida. Frutas frescas, pães, carnes e pratos fumegantes que faziam meu estômago, vazio há tanto tempo, roncar desesperadamente.
Nos entreolhamos, uma mistura de descrença e desejo estampada em nossos rostos. Sem dizer mais nada, corremos para a mesa, atacando a comida como se fôssemos um bando de animais famintos. Peguei um pedaço de pão e o enfiei na boca, mal conseguindo mastigar antes de pegar outra coisa. Ao meu redor, o som de mastigação e murmúrios de satisfação enchia a sala.