Enquanto me afastava, o vazio que deixávamos para trás era mais forte do que qualquer medo de morrer.
Enquanto andava pelo acampamento, vasculhava os rostos conhecidos, tentando localizar meus amigos. Finalmente, avistei o garotos sentado nas rochas, um pouco mais alto, em um canto tranquilo do acampamento. Um sorriso se formou em meu rosto ao vê-los, e apressei o passo para subir até onde estavam.
Ao me aproximar, me sentei ao lado de Newt, Thomas, Minho e Caçarola. O sol estava começando a se pôr, lançando um brilho suave sobre o grupo.
—Como estão? -perguntei, tentando quebrar o gelo com um tom leve.
Eles responderam de forma casual. Senti eles mais soltos e animados.
—Queria que o Alby estivesse aqui pra ver isso - disse Newt, quebrando o silêncio. Os garotos assentiram em concordância.
—E o Winston -completou Caçarola, sua voz um pouco mais baixa.
Eu não conseguia encará-los, sentindo as lágrimas inundando meus olhos. Tentei focar em um ponto distante, algo para desviar minha mente da dor crescente.
—E o Chuck - disse Thomas, sua voz carregada de saudade.
—Ele ficaria orgulhoso de você, Tommy - - disse Newt, em um tom de consolo.
Ouvindo a conversa entre eles, não pude evitar de falar, minha voz soando amarga e cortante. —Todos mereciam estar aqui, cada um dos garotos.
Um silêncio desconfortável pairou sobre o grupo após minha resposta. Caçarola olhou para o chão, claramente refletindo, antes de erguer a mão e acenar para alguém que se aproximava.
— Ei, Aris! — saudou com um sorriso que iluminava seu rosto. Aris, sentado ao lado de Sonya e Harriet, acenou de volta, relaxado.
— Oi, gente! — respondeu Aris, o sorriso fácil no rosto.
Caçarola soltou uma risada, quebrando um pouco da tensão que ainda nos envolvia.
— Eu gosto desse moleque — disse ele, como se estivesse falando de um velho amigo.
— Mas eu ainda não confio nele — disse Minho, com um sorriso travesso no rosto, o que arrancou risadas baixas de todos.
A atmosfera parecia mais leve, mas não completamente livre da carga que carregávamos. Thomas quebrou o breve momento de descontração.
— Alguém viu a Teresa? — perguntou ele, o olhar distante.
— Ela foi mais para cima — respondeu Newt, apontando na direção.
Thomas não hesitou, caminhando decidido na direção indicada. Eu e os outros ficamos ali, trocando olhares e tentando buscar alguma normalidade em meio ao caos que nossas vidas haviam se tornado.
— Então Maddy, o Vince é mesmo seu pai? — perguntou Caçarola, me lançando um olhar curioso.
— É sim. — respondi, um sorriso tímido escapando, apesar de tudo.