XI ● UM PASSEIO NA FEIRA.

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Após observar a saída de Penelope da sala de jantar indo em direção para seu novo quarto, Colin subiu os degraus da escada e logo estava em seus aposentos. Ele havia passado alguns dias dormindo em um quarto de óspedes, e em algumas das noites nem dormia em casa.

Ao adentrar no cômodo, logo retirou as botas, retirou o colete, e a fina camisa que usava por baixo, ficando somente com suas calças. Estava cansado, o dia havia sido cheio, Colin precisava de um pouco de descanso, e logo deitou em sua enorme cama a fim de descansar sua mente, e só ao encostar a cabeça sobre as macias almofadas, sentiu suas narinas se inebriarem com o perfume que pairava sobre a cama, o doce aroma de lírios que o homem reconhecia ser de Penelope.

O cheiro era irreconhecível, era dela. Ela havia passado longas noites sobre aquela cama, Colin sentiu seu corpo arrepiar ao imaginar aquela jovem mulher ali, sobre sua cama, por mais que tentasse afastar seus pensamentos mais impuros, não conseguia, e em sua mente se perguntava, como seria sentir a pele quente e macia de Penelope sobre a sua, sentir seus lábios nos seus, e sentir todas as outras partes, com as quais ele sonhava todas as noites.

Colin tentava, por Deus.. tentava mesmo manter sua mente longe da ruiva, mais havia algo, algo maior que fazia com que o homem sempre pensasse nela. Ele sabia que poderia ter as mulheres que quisesse e quando quisesse, mais sabia que acima de tudo que Penelope era uma Lady, mesmo que agora vivesse como uma simples serva, ainda sim, crescera na alta sociedade Londrina, e jamais deixaria de ser uma.

Colin não queria se envolver emocionalmente com ninguém, sempre evitara assuntos relacionados ao mercado de casamentos, sempre acreditou que o casamento não era mais que um acordo entre famílias para seus próprios interesses, e havia jurado que nunca se casaria, não queria dar seguimento aos legados de seu pai. Queria viver como sempre vivera desde a morte de sua mãe, como um libertino livre que era.

E agora se encontrava imerso em pensamentos confusos, por conta de uma única mulher, aquela mulher pequena estatura e de cabelos de fogo. O que estava acontecendo com ele, seja lá o que fosse, sabia que não deveria alimentar ainda mais aquilo, precisava focar em sua própria vida, mesmo sendo agora, uma vida amarga.

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Penelope já se encontrava  em seu quarto, seria a primeira noite que iria dormir ali, o quarto não era grande, mais também não muito pequeno, havia uma cama confortável, também uma cômoda grande para guardar suas roupas, e uma pequena escrivaninha, mas o que à havia deixado mais encantada era a pequena sacada que havia no lugar. Conseguia observar mesmo com a escuridão da noite como o vento e a chuva balançavam as folhas das árvores do jardim, que ficava no fundo da mansão.

Ao sentar-se na cama, observou lentamente o quarto, e logo sentiu a solidão lhe abraçar. Já havia muito tempo que não conseguia dormir bem, desde o fatídico acidente que mudou sua vida. A ruiva curvou-se um pouco para baixo afim de pegar algo em sua pequena mala, era a carta que sua mãe havia enviado antes de partir, sempre que sentia saudade das mulheres ela lia, e relia a pequena carta, e de alguma forma sentia a presença delas sempre junto consigo.

Após guardar a carta na escrivaninha, a ruiva despiu-se e andou em direção a pequena banheira afim de tomar um banho. Ao entrar relaxou seus músculos enquanto sentia a paz a envolver, mas logo seus pensamentos se voltaram para o que acabara de acontecer alguns instantes antes. Seus pensamentos se voltaram para o Conde, em como ele à havia tratado, em sua breve gentileza de ter permitido que jantasse em sua presença. Logo seus pensamentos vagaram para o dia de sua fuga, para aquele quarto de bordél, ela lembrou-se de como ele a olhava na banheira.. — Céus, no que ela estava pensando, sabia que o Conde Bridgerton jamais a olharia de outra forma, ninguém jamais à havia olhado de outra forma.

Knowing Love ● Polin Onde histórias criam vida. Descubra agora