VOLTAS

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‘Há decisões que quebram o coração,
Mas consertam a alma.

– elihr x






Elinda apressou sua subida pelas escadas, sua afobação era tanta que quase acabou tropeçando entre os recintos. A respiração era difícil de se manter, o suor acumulou sobre suas vestes e seus pensamentos estavam a mil.

Quem era aquele menino?

Os guardas a avistaram antes mesmo  que seu corpo se revelasse por completo. Eles a detém antes mesmo que se aproximasse, relutante mas objetiva, Elinda gritou-se. – tenho o notificado para repassar para a rainha, É de seu interesse pessoal! – os olhos destes se encontram confusos sem saber se deveriam acatar sua apelação ou não.

Por sorte, uma voz se sobressai sobre o jardim – deixe-na entrar! – com sua ordem, não demorou para os guardas a cumprirem e libertá-la, ao entrar, a serva encontrou Rhaenyra sentada perto de um floral de rosas brancas sorrindo contente sobre elas. Mas, ao encontrar seus olhos e o estado em que estava, seu belo sorriso morreu nascendo um semblante preocupado. – aconteceu algo, Elinda?

Elinda apenas a olhou, tentando encontrar forças para fazer sua voz sair. – o príncipe, minha rainha… príncipe Aemond– ela engole fundo – eu o vi passeando junto com sua irmã, a princesa, vossa graça.

Houve um momento de silêncio intenso onde nenhuma das duas diziam nada, Rhaenyra abaixou o rosto e retornou a sua posição ereta. – eu agradeço que tenha vindo até mim, Elinda, porém precisarei que vá buscar Alicent e nossos netos. – seu olhar recai novamente na serva. – alerte primeiro a Alicent, tenho certeza que saberá o que fazer. Depois busque outros que possam te ajudar a estabelecer uma apresentação agradável para meu irmão. Não sei onde Baela pode estar agora, mas agradeço, aquela garota tem um histórico horrível de segurar a própria língua… hum, peça para as servas que estão sob cuidado de Aegon, Viserys e Visenya, que os traga para mim o mais rápido possível.

Elinda fez uma referência e saiu apressada para cumprir seu mandado. No silêncio, Rhaenyra tocou suas têmporas tentando aliviar a dor que sentia. Seu coração ainda estava palpitando violentamente após mais um momento de lucidez do seu bom pai, mais uma vez balbuciando incansavelmente sobre seus erros para ela.

Às vezes, Rhaenyra sentia que esse era seu castigo por o ter tratado com ignorância a cada acesso de raiva que sentia após a morte de sua mãe, por o ter abandonado nas mãos de gananciosos, ou até mesmo por ter promovido a luta dos dois lados na casa Targaryen.

Ela esperava profundamente que esse encontro com seu irmão desse certo, pelos deuses como ela queria. Havia um jogo acontecendo e mesmo sem saber, seu irmão foi arrastado para dentro dele.

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Alicent adentra com suas vestes balançando devido sua pressa, seus olhos percorrem todo salão procurando-os.

Seus preciosos netos brincavam com pequenas centopéias nas mãos, girando-as nos dedos. A visão fez seu corpo arrepiar, tanto pela nostalgia quanto pela agonia.

Um suspiro saiu de seus lábios antes que marchasse em direção deles. – venha crianças. Jaehaerys e Jaehaera, temos que ir encontrar sua mãe e seu tio, ainda se lembram dele, certo? – Jaehaerys negou, enquanto a recatada Jaehaera concordou com um leve balançar.

A menina sempre foi mais esperta que seu irmão, mesmo que fossem gêmeos.

Alicent agarra suas doces mãos ignorando veemente que as centopéias estavam sobre elas. Ela segue seu caminho até a sala do trono, rezando aos sete para que Aegon já estivesse lá junto com o filho. 

O FILHO DO BASTARDO Onde histórias criam vida. Descubra agora