TRILHAMOS

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“É necessário sair da ilha para poder ver a ilha, não nos vemos se não saímos de nós.”

José Saramago






Aerys acorda de repente com a abrupta paragem da carruagem acabando por o despertar de seu sono. Seus olhos embaçados se apertam buscando por seu pai.

Uma mão calorosamente cai sobre seus cabelos fazendo ali uma carícia. Ele se derrete no contato, ronronando e se aconchegando. Aemond sorriu encantado, o pequeno filhote pressionava seu corpo no dele buscando mais conforto familiar.

Com uma voz suave ele sussurra desejando despertá-lo. – Aerys, meu doce menino, chegou a hora de descermos. – ele ouve um rosnar fraco e uma cabeça de cachos rebeldes caindo sobre seu colo como resposta. Aemond insiste, sabendo que seu filho ficaria o dia todo com um bico nos lábios. – Vamos, prometo que poderá dormir o quanto quiser depois de nos apresentarmos para a rainha.

Helaena observa a cena com brilhos nos olhos, orgulhosa por ter o ajudado a alcançar esse futuro. Seu sobrinho iluminou completamente Aemond, o brilho em seu único olho revelava

A pequena safira que brilhava intensamente sobre ele.

Pouco tempo se passou e o menino se levanta do colo com o cabelo mais bagunçado que antes, um bico fofo nos lábios e um olhar chateado que o tornava mais gracioso. Helaena esforça-se para não deixar o sorriso escapar dos lábios, acabando por encontrar o seu irmão fazendo o mesmo.

Ela se retirou primeiro para poder escapar e sorrir, ela avistou vários guardas fazendo rondas no portão principal dentro deles estava Sor Erryk, a quem a princesa buscou para avisar a rainha.

Sozinhos Aemond pode ajustar as vestes do filho penteando seus fios para trás, mesmo que eles voltem, suas ações sempre sendo vigiadas sobre um olhar castanho– não seja birrento, Aerys – o repreende obtendo um bico maior como rebeldia, Aemond alcança suas bochechas rechonchudas puxando para desfazê-los, o que Aerys novamente monta com os braços cruzados.

Desistindo de tentar parar o mau humor do filho, Aemond decide descer primeiro para averiguar seus arredores. Havia um número notável de guardas por perto em sincronia para recebê-los, o que julgou ser obra de sua querida irmã. Entre eles, alguns rosto lhe eram reconhecidos, entretanto outros não.

Ao vê-lo, os guardas suspiraram abismados lançando olhares indiscretos, era fato que o príncipe estava mudado nesses últimos anos. Seu cabelo cresceu velozmente, a cor também mudou, quase como um amarelo esbranquiçado, tão diferente do lindo branco Targaryen, mas não o deixaram feio ou indiferente, não, por outro lado, ressaltou seu tom de pele.

Aemond perdeu os músculos que por tantos anos lutou, abrindo espaço para suas curvas surgissem, mesmo que pouco, ainda era notável aos olhos dos mais atentos, seu traje os aperfeiçoava.

Suspiros e o mais suspiros iam e viam. Aemond optou por ignorá-los e focar no pequeno menino que permanecia dentro da carruagem.

Aerys moveu-se para frente, alcançando a mão estendida do pai em um agarro forte. Quando os guardas o viram descer as pequenas escadas, um silêncio excruciante os consumiu antes que bufos de surpresa tomassem suas bocas, alguns deles pareciam realmente surpresos enquanto outros apenas curiosos sobre ele, mas, bastou um olhar severo de Aemond para calá-los imediatamente.

Obviamente o menino agradece mentalmente o pai, pois seu mau humor aumentou velozmente com tanta atenção e burburinhos.

Helaena guiou-os por todo caminho enquanto aleatoriamente informava seu irmão e sobrinho sobre as mudanças que aconteceram com os anos em que Rhaenyra reinou sobre. Mesmo assim, Aerys não conseguia esquecer os olhares profundos cada vez mais fortes a cada passo dado por eles. Ele sentiu um puxão na palma e olhou para cima vendo Aemond assumir uma pose completamente diferente da qual estava acostumado.

Mas ele conseguiu entender a mensagem sutil, Aerys ajeitou seu corpo em uma postura ereta e firme, cabeça empinada com perfeição, rosto endurecido e um olhar indiferente. Ele fez o melhor que conseguiu para copiar seu pai e tinha certeza de que estava se saindo bem pois sentiu o aroma do pai voltando para aprovação.

Aerys sorria contente por dentro enquanto agarrava mais firme o aperto de mãos entre eles, concentrando toda confiança que tinha no pequeno contato, não desejando soltá-lo por nada, e no fundo sabia que seu pai sentia o mesmo.

Enquanto percorriam os corredores do imenso castelo, Aerys se perdia nas pinturas históricas, decorações esplêndidas, imagens esculpidas de dragões e antigos reis estavam por toda parte. Isso era seus antecedentes? Essa era sua herança?

Era a pergunta que a cada parte simbólica e que julgava ser especial se formava no fundo de sua mente, algo que ele só havia visto nos poucos livros que seu pai tinha lhe mostrado.

De repente uma mulher grita alto o suficiente para assustá-lo.

–Lucerys!? - A voz estridente soou por todo corredor, fazendo o menino se virar surpreso, ao fazê-lo encontrou uma mulher vestida com um longo vestido vermelho e olhos arregalados.

Essa mulher estranha olhava diretamente para ele.

Por que ela o chamou de Lucerys? Quem é Lucerys?

–Oh, Elinda. Estou feliz por encontrá-la. – Helaena estreitamento se pôs ao lado do irmão deixando o menino surpreso por sua agilidade em se movimentar sem sequer fazer um barulho. – estávamos a caminho da sala do trono para apresentar nossos convidados para a rainha, mas temo que ela não esteja. Poderia fazer o favor de buscá-la junto com minha mãe? Serei eternamente grata por sua gentileza.

Aos olhos do garoto parecia mais um ordem escondida debaixo da delicadeza que sua tia esbanjava. A serva engoliu em seco antes de baixar a cabeça em uma reverência e antes de sair Helaena a puxou novamente.

-peço que faça silêncio sobre o que acabara de ver, Elinda. Quero que minha irmã saiba por conta própria e não por segundos, poderia fazer isso por mim? – sua voz denunciava que não haveria caminho para uma escolha que não fosse a que desejava. Elinda pareceu entender o significado e assentiu mais uma vez prometendo seu silêncio para sua princesa.

Ao vê-la partir entre os corredores, Aemond puxa sua irmã de lado e sussurra. – mas esse não é o caminho para o trono, Helaena.

A mulher sorriu novamente – eu sei, meu irmão. Você julga sua irmã por querer passar mais tempo com o irmão e sobrinho que não via há anos?– Helaena os puxa para o fundo do castelo onde havia um lindo jardim.

– não, claro que não, minha doce irmã.

 

 

                                .


N/t

Oier!

Na verdade não sei o que dizer além de: desculpa por demorar!

Bom, muitos não sabem mas quando eu tenho uma fixação por algo, meu foco se volta totalmente para ele. Não há exceções, simplesmente começo a consumir o conteúdo mais e mais e esqueço das coisas.

Não sei se vocês conhecem o manga de Boku no hero, mas, essa autora é apaixonada por ele. Agora ele chegou ao fim, muitas lágrimas e lamentações saíram de mim e voltei a ler tudo denovo!

Sério, passei mal de tanto chorar....

Enfim, já estou terminando de ler, afinal são 400 caps e requer uma atenção absoluta!

Logo voltarei com mais atualização eu prometo!

Beijos e até a próxima!

Ah, e eu vi alguns comentários na minha conta mas não tive tempo de responder, irei retornar o carinho de vocês com esse cap!

O FILHO DO BASTARDO Onde histórias criam vida. Descubra agora