Capítulo 6: A Confrontação

4 1 0
                                    

A adrenalina pulsava em meu corpo enquanto eu observava os homens de preto se aproximarem. Meu pai estava à minha frente, como um escudo, mas a sensação de impotência começou a me consumir. Por que isso estava acontecendo? Quem eram eles?

— Você não precisa fazer isso! — meu pai gritou, e eu pude sentir a tensão em sua voz. A determinação dele era admirável, mas também aterrorizante. O que ele sabia que eu ainda não sabia?

O homem que estava mais à frente, com um olhar calculador e frio, se aproximou um pouco mais. Ele tinha cabelos curtos e uma expressão que não deixava espaço para empatia.

— O Dr. Bianchi sabe muito bem que não podemos deixar que ela saiba a verdade. — Ele olhou para mim, e sua expressão endureceu. — E você, Rolly, não sabe com quem está se metendo.

— O que você quer de mim? — perguntei, minha voz trêmula, mas firme. O medo misturado à determinação estava me dando coragem. Não seria fácil, mas eu precisava saber.

— Você é uma chave, Rolly. Uma chave para algo que pode mudar tudo — ele respondeu, sua voz baixa e ameaçadora. — O seu pai decidiu mantê-la em segurança, mas isso não pode continuar.

Meu pai deu um passo à frente, erguendo a mão em um gesto protetor.

— Não toque nela! — ele gritou, a tensão na sua voz me fazendo sentir tanto medo quanto admiração. Eu sempre soube que ele me protegeria, mas agora o que ele realmente era parecia estar em jogo.

O homem de preto sorriu, mas não era um sorriso amigável; era um sorriso que trazia consigo uma ameaça.

— Você não entende, Dr. Bianchi. Esse jogo não é apenas sobre você e sua filha. É muito maior do que isso — ele disse, e em um movimento rápido, gesticulou para os outros homens que estavam atrás dele.

Num instante, o ambiente mudou. Eles começaram a se mover em nossa direção. Meu coração acelerou, e um instinto primitivo de luta ou fuga tomou conta de mim. Eu nunca havia enfrentado algo assim antes, e a ideia de ser capturada me deixava em pânico.

— Rolly, vá! — meu pai gritou, e a urgência em sua voz me fez hesitar. Mas não havia como escapar. Eles estavam cercando a saída.

— Não vou deixá-los levar você! — disse, percebendo que precisava fazer algo.

— Você precisa confiar em mim. Vamos sair daqui — ele insistiu, mas eu não conseguia simplesmente seguir suas ordens. Sentia que a única maneira de entender o que estava acontecendo era enfrentando isso de frente.

Nesse momento, uma ideia audaciosa surgiu na minha mente. E se eu usasse minhas habilidades? Lembrei-me das palavras de Alex sobre como eu poderia ser mais forte do que imaginava. Era a hora de descobrir até onde eu poderia ir.

— Não! — gritei, e, antes que pudesse pensar melhor, canalizei minha força interior e corri em direção ao homem que estava mais próximo. O impacto foi explosivo, e eu o derrubei no chão.

Os outros homens ficaram surpresos, e a confusão se espalhou por alguns segundos. Senti a adrenalina inundar meu corpo e a confiança tomar conta de mim. Era como se uma nova parte de mim tivesse despertado.

— Rolly, saia daqui! — meu pai gritou novamente, agora com um toque de alarme na voz. Ele estava certo; eu precisava agir rápido.

— Não vou deixar você aqui! — respondi, olhando nos olhos dele, determinada.

Os outros homens, agora mais alertas, começaram a se mover em minha direção. Um deles se aproximou, tentando me agarrar, mas fui mais rápida. Saltei para o lado, usando a velocidade que eu nem sabia que tinha. Eles estavam começando a se dispersar, e eu percebi que podia fazer isso. Podia lutar.

— O que você está fazendo? — um dos homens perguntou, incredulidade em sua voz. O olhar deles começou a mudar de confiança para receio.

— Estou protegendo meu pai! — gritei, e com um movimento rápido, empurrei um dos homens, fazendo-o tropeçar.

— Impressionante, garota — o homem do carro preto disse, agora sorrindo. — Mas você não pode escapar disso. Nós sempre vamos atrás de você.

— Por que você está fazendo isso? O que eu tenho que ver com isso? — gritei, a confusão se misturando com a raiva.

— Você é uma chave, Rolly. E enquanto estivermos aqui, não há como você escapar do que está destinado a acontecer.

Nesse momento, a porta do laboratório se abriu com um estrondo, e um grupo de pessoas entrou, uniformizadas e armadas.

— Polícia! — gritaram, e os homens de preto imediatamente trocaram olhares nervosos, percebendo que estavam encurralados.

— É melhor vocês irem embora! — um dos oficiais gritou. — Mãos para cima!

O homem que tinha se aproximado de mim hesitou por um segundo, e nesse momento, percebi que era a minha chance. Eu não podia deixar essa oportunidade escapar.

— Pai! — gritei, puxando-o para o lado, enquanto os homens começavam a recuar.

— Rolly, saia! — ele insistiu, mas eu estava focada em manter o espaço entre nós e os invasores.

Os homens começaram a correr, e com a chegada da polícia, a tensão foi substituída por um frenesi. Meu pai e eu seguimos na direção oposta, em direção à segurança que os oficiais proporcionavam.

— Rolly, você fez bem — meu pai disse, olhando para mim com orgulho e preocupação ao mesmo tempo. — Mas precisamos ir, agora!

Saímos do laboratório, e ao olhar para trás, vi os homens de preto se dispersando na escuridão da noite. A adrenalina ainda pulsava em mim, mas agora havia algo mais: uma determinação renovada. Eu não estava mais disposta a ser apenas uma espectadora da minha vida. Eu tinha poder. E agora, o que quer que estivesse por vir, eu enfrentaria de frente.

A Outra Face De Um ImortalOnde histórias criam vida. Descubra agora