Capítulo 7: Segredos e Revelações

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Após a intensa confrontação no laboratório, saímos à pressa, meu pai me puxando em direção ao carro enquanto os policiais cercavam o prédio. Meu coração ainda batia acelerado, e a adrenalina começava a se dissipar, dando lugar à confusão. O que tinha acabado de acontecer? Eu mal tinha processado a informação de que a voz misteriosa que havia me chamado estava ligada a tudo isso.

Enquanto meu pai dirigia, o silêncio entre nós era pesado. Ele parecia preocupado, e eu sabia que precisava perguntar.

— Pai, quem era aquele homem? O que eles queriam de mim? — minha voz tremia com a urgência de querer respostas.

Ele suspirou, os olhos fixos na estrada.

— Rolly, é complicado. Você precisa entender que a sua vida não é como a de qualquer outra pessoa. Eles querem algo que você tem, algo que está além da sua compreensão neste momento.

— O que eu tenho? — insisti, cada vez mais frustrada. — E quem era a voz que me chamava?

Ele hesitou, e eu pude ver a batalha interna em seu olhar. Finalmente, ele respondeu.

— A voz... eu não sei quem é. Mas há pessoas que têm interesse em você, em suas habilidades. A voz pode ser de alguém que conhece o que você é.

Os pensamentos borbulhavam na minha cabeça enquanto ele continuava a dirigir, e a cada palavra dele, mais perguntas surgiam.

Assim que chegamos em casa, a tensão se dissipou um pouco, mas a sensação de que algo estava prestes a acontecer pairava no ar. Meu pai subiu direto para o escritório, e eu fiquei na sala, tentando organizar meus pensamentos.

— Rolly! — Mel gritou, aparecendo na porta, acompanhada por Thomás e George. Eles estavam preocupados e, ao mesmo tempo, aliviados ao me ver. — O que aconteceu? Você sumiu!

— Eu... eu não posso explicar agora. É complicado — respondi, olhando para o chão. Era difícil encontrar as palavras certas.

— Complicado? Rolly, você não pode nos deixar de fora! — George insistiu, sua voz carregada de preocupação. — Nós somos seus amigos! Você pode confiar em nós.

Nesse momento, senti a pressão crescendo sobre mim. Eu estava em um estado vulnerável, e precisava tomar uma decisão. Deveria eu confiar neles? Se soubessem do meu segredo, será que ainda iriam me aceitar?

— Olhem, a verdade é que... eu tenho um segredo — comecei, hesitante. A sala ficou em silêncio, e as expressões em seus rostos mudaram para uma mistura de curiosidade e expectativa.

— O que você quer dizer? — Thomás perguntou, seu tom suave encorajando-me a continuar.

— Eu não sou como vocês — admiti, minha voz baixa. — Eu tenho habilidades que são diferentes. Meu pai... ele fez experiências comigo quando eu era criança. Eu... eu tenho super força e velocidade, e não sei o que mais.

O silêncio continuou, mas em seus olhares, não vi medo; vi entendimento e apoio.

— Rolly, isso é incrível! — Mel finalmente exclamou, seus olhos brilhando. — Por que você não nos contou antes? Nós poderíamos ter te ajudado!

— Acha que é só isso? — eu respondi, um pouco defensiva. — Isso é perigoso! Há pessoas que estão atrás de mim.

George se aproximou, colocando a mão no meu ombro.

— Estamos aqui por você, Rolly. Você não está sozinha. Nossos segredos não nos separam; eles nos unem.

A força do que ele disse começou a me confortar. Sentia que podia confiar neles, mas havia uma parte de mim que ainda hesitava. O passado estava cheio de inseguranças, e eu não queria que eles se afastassem de mim por causa do que eu era.

— E se eu não souber como lidar com isso? E se eu ferir alguém? — perguntei, o medo transparecendo em minha voz.

— Não vamos deixar isso acontecer. Estamos juntos, lembra? — Thomás sorriu, e algo em seu olhar fez meu coração acelerar de um jeito diferente. Ele sempre foi tão calmo e gentil, e naquele momento, eu senti algo mais profundo.

Antes que eu pudesse pensar mais sobre isso, o celular de George tocou, interrompendo o momento. Ele atendeu rapidamente, seu olhar mudando para preocupação.

— É minha mãe. Vou ver o que está acontecendo. — Ele saiu da sala, e o clima de descontração foi substituído pela tensão.

Quando George saiu, Mel se virou para mim, o sorriso ainda em seu rosto.

— Então você realmente tem superpoderes? Isso é insano! — Ela estava empolgada, e eu não conseguia deixar de sorrir com a energia dela.

Mas então, Thomás se aproximou, sua expressão mais séria.

— Rolly, você precisa saber que também temos algo que podemos te contar.

O ar ficou pesado novamente. O que mais eles estavam escondendo?

— O que é? — perguntei, ansiosa.

— Nós sabemos sobre seus poderes. Desde o começo da faculdade, Mel e eu percebemos que havia algo diferente em você. — Ele hesitou, como se ponderasse a melhor maneira de continuar. — E, bem, George também tem alguns contatos que... já ouviram rumores.

— Rumores? — interpelei, intrigada.

— Algumas pessoas têm andado pela cidade, falando sobre uma garota com habilidades especiais. Isso se espalhou, e já não é só uma lenda — Mel explicou. — Nós queríamos que você nos contasse, mas sabíamos que era difícil.

A revelação me atingiu como um soco no estômago. Outras pessoas já sabiam sobre mim? Isso era muito mais complicado do que eu imaginava.

— E agora? O que vamos fazer? — perguntei, meu coração acelerando com a possibilidade de que tudo estivesse prestes a mudar.

Thomás olhou nos meus olhos, e pela primeira vez, percebi a profundidade do que ele sentia por mim. Havia uma conexão ali, uma chama que parecia acender a cada olhar.

— Vamos descobrir tudo isso juntos. — Ele estendeu a mão, e eu a segurei, a intensidade do momento me fazendo sentir que havia mais entre nós do que apenas amizade.

Era hora de enfrentar a verdade, não apenas sobre o que eu era, mas sobre o que isso significava para todos nós. A batalha estava apenas começando, mas agora eu não estava sozinha. Tínhamos um objetivo, e juntos, éramos mais fortes.

A Outra Face De Um ImortalOnde histórias criam vida. Descubra agora