A tensão pairava no ar após a revelação de que meus amigos já sabiam sobre os meus poderes. Enquanto tentávamos entender a gravidade da situação, a sensação de estar cercada por pessoas que me apoiavam tornava tudo um pouco mais fácil de suportar.
George voltou, sua expressão preocupada. Assim que ele entrou, percebi que a conversa estava prestes a mudar.
— O que vocês estão fazendo? — ele perguntou, lançando um olhar curioso entre mim, Mel e Thomás.
— Rolly estava nos contando sobre os poderes dela — Mel respondeu, animada demais para esconder. — E, bem, nós sabemos sobre isso!
George ergueu uma sobrancelha, sua surpresa rapidamente se transformando em um sorriso orgulhoso.
— Então vocês finalmente descobriram! Isso é ótimo! Mas precisamos ter cuidado.
— Cuidado com o quê? — Perguntei, a preocupação voltando. — Eu não sei nem como controlar isso, e ainda há pessoas atrás de mim!
George se aproximou e colocou a mão em meu ombro.
— Primeiro, precisamos descobrir quem está atrás de você. Isso é prioridade. Depois, podemos pensar em como te ajudar a controlar suas habilidades.
— Eu posso ajudar! — Mel se ofereceu, seus olhos brilhando com determinação. — Podemos fazer treinos, encontrar maneiras de aprimorar seus poderes!
— Isso parece uma boa ideia — concordou Thomás, sua expressão pensativa. — Mas também precisamos de um plano. Se há pessoas que estão interessadas em você, precisamos estar preparadas para enfrentá-las.
A ideia de me treinar me deixava nervosa, mas, ao mesmo tempo, uma chama de coragem começou a crescer dentro de mim. Se isso significava que eu poderia me proteger e proteger aqueles que amava, eu estava disposta a tentar.
— Então, o que vamos fazer? — perguntei, tentando manter a voz firme.
— Podemos começar amanhã — sugeriu George. — Vamos nos encontrar no parque, onde podemos treinar sem sermos interrompidos.
Com a decisão tomada, a tensão do ambiente começou a dissipar-se, e até consegui relaxar um pouco. Mas uma parte de mim ainda estava inquieta. E se não fosse o suficiente?
Na manhã seguinte, acordei mais cedo do que o habitual. A ideia de treinar me deixou ansiosa e excitada. Ao longo do café da manhã, minha mãe me olhou com uma expressão de preocupação, e eu sabia que ela sentia que algo estava errado.
— Rolly, querida, você parece... inquieta. Aconteceu alguma coisa? — perguntou, inclinando-se levemente para a frente, como se quisesse ler meu coração.
— Não, só estou um pouco nervosa com o treinamento que faremos hoje — menti, tentando esconder o que realmente estava acontecendo.
Ela sorriu suavemente, como se percebesse que eu estava escondendo algo, mas não insistiu. O café da manhã passou em silêncio, e logo eu me despedi dela, saindo de casa com um misto de determinação e ansiedade.
No parque, encontrei meus amigos já esperando. George estava de pé, olhando em volta, enquanto Mel e Thomás faziam alguns alongamentos. Assim que cheguei, todos se voltaram para mim.
— Pronta para a primeira sessão de treinamento? — George perguntou, um sorriso encorajador no rosto.
— Pronta o suficiente — respondi, tentando esconder meu nervosismo.
— Vamos começar com o básico — disse Mel, animada. — Precisamos ver do que você é capaz.
— Então, o que você quer que eu faça? — perguntei, ansiosa para começar.
— Tente usar sua super força para levantar aquele tronco. — George apontou para um tronco caído, e meu coração acelerou. Super força. Eu só tinha feito isso em momentos de necessidade. Agora, estava prestes a testá-la intencionalmente.
Me aproximei do tronco, respirei fundo e, em um movimento, ergui-o com facilidade. Um sentimento de empoderamento se espalhou por mim, e meus amigos aplaudiram.
— Isso foi incrível! — Mel gritou, saltando animadamente.
— Agora, tente fazer isso sem usar toda a sua força — disse Thomás, seu olhar sério. — Precisamos que você aprenda a controlar isso, para que não cause nenhum dano sem querer.
Concentrei-me e, dessa vez, ergui o tronco com menos força. Para minha surpresa, consegui controlá-lo e mantê-lo suspenso por mais tempo. O orgulho começou a crescer em mim.
Conforme o treinamento continuava, percebi que, a cada exercício, uma nova confiança começava a se formar dentro de mim. Mas a alegria da conquista foi interrompida por um grito agudo que ecoou pelo parque.
— Rolly! — alguém chamou, e eu girei rapidamente, reconhecendo a voz.
Era a mesma voz que eu ouvira antes, aquela que me chamava na faculdade. Um frio percorreu minha espinha enquanto a figura de uma garota emergia das sombras das árvores.
— Quem é você? — perguntei, a tensão crescendo no ar.
Ela sorriu de maneira enigmática, e um arrepio percorreu meu corpo.
— Eu sou Luna, e tenho algo importante para te dizer. O que você não sabe pode mudar tudo.
Meus amigos olhavam com expressões de confusão e preocupação, e, naquele momento, percebi que minha vida estava prestes a se complicar ainda mais. Que segredos ela guardava?
A luta estava apenas começando, e eu sabia que a revelação de Luna poderia ser o que eu precisava para entender tudo o que estava acontecendo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Outra Face De Um Imortal
RandomToda a história tem duas versões, a moeda tem dois lados, na balança tem dois pesos e na vida, as vezes as pessoas tem duas caras, principalmente as pessoas que convivem conosco todos os dias, essas são mais misteriosas, por mais que você pense que...