Capítulo 8: A Luta Começa

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A tensão pairava no ar após a revelação de que meus amigos já sabiam sobre os meus poderes. Enquanto tentávamos entender a gravidade da situação, a sensação de estar cercada por pessoas que me apoiavam tornava tudo um pouco mais fácil de suportar.

George voltou, sua expressão preocupada. Assim que ele entrou, percebi que a conversa estava prestes a mudar.

— O que vocês estão fazendo? — ele perguntou, lançando um olhar curioso entre mim, Mel e Thomás.

— Rolly estava nos contando sobre os poderes dela — Mel respondeu, animada demais para esconder. — E, bem, nós sabemos sobre isso!

George ergueu uma sobrancelha, sua surpresa rapidamente se transformando em um sorriso orgulhoso.

— Então vocês finalmente descobriram! Isso é ótimo! Mas precisamos ter cuidado.

— Cuidado com o quê? — Perguntei, a preocupação voltando. — Eu não sei nem como controlar isso, e ainda há pessoas atrás de mim!

George se aproximou e colocou a mão em meu ombro.

— Primeiro, precisamos descobrir quem está atrás de você. Isso é prioridade. Depois, podemos pensar em como te ajudar a controlar suas habilidades.

— Eu posso ajudar! — Mel se ofereceu, seus olhos brilhando com determinação. — Podemos fazer treinos, encontrar maneiras de aprimorar seus poderes!

— Isso parece uma boa ideia — concordou Thomás, sua expressão pensativa. — Mas também precisamos de um plano. Se há pessoas que estão interessadas em você, precisamos estar preparadas para enfrentá-las.

A ideia de me treinar me deixava nervosa, mas, ao mesmo tempo, uma chama de coragem começou a crescer dentro de mim. Se isso significava que eu poderia me proteger e proteger aqueles que amava, eu estava disposta a tentar.

— Então, o que vamos fazer? — perguntei, tentando manter a voz firme.

— Podemos começar amanhã — sugeriu George. — Vamos nos encontrar no parque, onde podemos treinar sem sermos interrompidos.

Com a decisão tomada, a tensão do ambiente começou a dissipar-se, e até consegui relaxar um pouco. Mas uma parte de mim ainda estava inquieta. E se não fosse o suficiente?

Na manhã seguinte, acordei mais cedo do que o habitual. A ideia de treinar me deixou ansiosa e excitada. Ao longo do café da manhã, minha mãe me olhou com uma expressão de preocupação, e eu sabia que ela sentia que algo estava errado.

— Rolly, querida, você parece... inquieta. Aconteceu alguma coisa? — perguntou, inclinando-se levemente para a frente, como se quisesse ler meu coração.

— Não, só estou um pouco nervosa com o treinamento que faremos hoje — menti, tentando esconder o que realmente estava acontecendo.

Ela sorriu suavemente, como se percebesse que eu estava escondendo algo, mas não insistiu. O café da manhã passou em silêncio, e logo eu me despedi dela, saindo de casa com um misto de determinação e ansiedade.

No parque, encontrei meus amigos já esperando. George estava de pé, olhando em volta, enquanto Mel e Thomás faziam alguns alongamentos. Assim que cheguei, todos se voltaram para mim.

— Pronta para a primeira sessão de treinamento? — George perguntou, um sorriso encorajador no rosto.

— Pronta o suficiente — respondi, tentando esconder meu nervosismo.

— Vamos começar com o básico — disse Mel, animada. — Precisamos ver do que você é capaz.

— Então, o que você quer que eu faça? — perguntei, ansiosa para começar.

— Tente usar sua super força para levantar aquele tronco. — George apontou para um tronco caído, e meu coração acelerou. Super força. Eu só tinha feito isso em momentos de necessidade. Agora, estava prestes a testá-la intencionalmente.

Me aproximei do tronco, respirei fundo e, em um movimento, ergui-o com facilidade. Um sentimento de empoderamento se espalhou por mim, e meus amigos aplaudiram.

— Isso foi incrível! — Mel gritou, saltando animadamente.

— Agora, tente fazer isso sem usar toda a sua força — disse Thomás, seu olhar sério. — Precisamos que você aprenda a controlar isso, para que não cause nenhum dano sem querer.

Concentrei-me e, dessa vez, ergui o tronco com menos força. Para minha surpresa, consegui controlá-lo e mantê-lo suspenso por mais tempo. O orgulho começou a crescer em mim.

Conforme o treinamento continuava, percebi que, a cada exercício, uma nova confiança começava a se formar dentro de mim. Mas a alegria da conquista foi interrompida por um grito agudo que ecoou pelo parque.

— Rolly! — alguém chamou, e eu girei rapidamente, reconhecendo a voz.

Era a mesma voz que eu ouvira antes, aquela que me chamava na faculdade. Um frio percorreu minha espinha enquanto a figura de uma garota emergia das sombras das árvores.

— Quem é você? — perguntei, a tensão crescendo no ar.

Ela sorriu de maneira enigmática, e um arrepio percorreu meu corpo.

— Eu sou Luna, e tenho algo importante para te dizer. O que você não sabe pode mudar tudo.

Meus amigos olhavam com expressões de confusão e preocupação, e, naquele momento, percebi que minha vida estava prestes a se complicar ainda mais. Que segredos ela guardava?

A luta estava apenas começando, e eu sabia que a revelação de Luna poderia ser o que eu precisava para entender tudo o que estava acontecendo.

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