⠂𝙼𝚎𝚞 𝚖𝚎𝚍𝚘 𝚋𝚘𝚋𝚘! - 𝑀𝒶𝓁𝒾𝓁𝒶 ✰

17-

Carla Maraísa

Eu sei. Eu sei que é culpa minha. Fui idiota com ela, mas ela já tá me deixando louca, faz mais de semanas que ela não fala comigo e nem dá notícias, hoje retornaremos com nossa turnê das patroas, ela seria obrigada a fala e comigo em algum momento.

Nas duas primeiras semanas, eu mandei inúmeras mensagens, me humilhando, liguei, pedi, implorei e ela nada.

Apenas parei porque Minha irmã abriu meu olho.

Flashback on

- Irmã, você não é assim, você não se humilha por atenção. Para com isso.

Respirei fundo, derramando mais lágrimas sob a cama, seu cheiro ainda estava ali, como se ela tivesse acabado de sair da cama.

- Mas, ela é minha melhor amiga, eu não devia ter vacilado assim com ela..

- Qual é o seu nome? - ela me perguntou séria e eu não entendi. - Qual é o seu nome, anda, fale.

- Carla Maraísa. - disse em um sussurro.

- Exatamente. Você não é qualquer uma, é a Carla Maraísa, minha irmã! E não vai ficar se humilhando por aí, se ela foi embora foi porque ela também foi imatura o suficiente pra não sentar e conversar com você, vocês duas tão sendo duas crianças! Então vê se ergue essa cabeça e pare de se humilhar, se for pra ser, ela voltará!!

Flashback off

Após aquela conversa, não mandei mais mensagem, não me humilhei, não liguei.

Mas chorava constantemente, e minha rotina tinha sido fazer show, beber até não aguentar mais, chorar em público, e chegar e dormir, não queria viver.

Só dormia na nossa cama, seu cheiro estava nos lençóis, e eu sempre que ia dormir, chorava até cair de sono, abraçando os lençóis. E quando eu ia viajar e passava a noite fora, eu levava algum pertence seu, pra dormir agarrada comigo.

No momento, estava no piano, ia começar a cantar a música medo bobo, a vontade de chorar me dominava

Sai do piano e fui pra onde Bruno estava

- Minha voz não sai, não vou conseguir.

- Você consegue Mara, respira fundo e se concentra. - Bruno disse e beijou minha testa - eu sei que é difícil pra você mas você deve isso a eles.

Respirei fundo e voltei sentando no banco, colocando minha mão nas teclas, respirei fundo e comecei a cantar.

- Iêêê, iêêêê, iêêê..

Soltei um suspiro tocando, e logo comecei a cantar, minha expressão entregada o quanto queria chorar.

- Ah, esse tom eu reconheço, mistura de medo e desejo. - cantei sentindo as lágrimas molharem o meu rosto.

- ('Tô aplaudindo a sua coragem de me ligar) - o publicou cantou e eu olhei pra cima fechando meus olhos mas voltei a cantar a letra.

- Eu pensei que só 'tava  alimentando uma loucura da minha cabeça. - olhei pra minha irmã que estava ajudando, fazendo um céu estrelado com o público

- Mas quando ouvi sua voz... - me afastei colocando a mão no rosto, pedindo forças a deus, minha voz travaria, eu tinha certeza.

- (Respirei aliviadoooo) - o público gritou a letra e eu sorri

- Tanto amor guardado, tanto tempo! - eu elevei meu tom

- Vêm, só vocês!! - gritei e joguei minha cabeça pra trás.

Merda, não vou conseguir.

- (A gente se prendendo a toa, por conta de outra pessoa.) - o público cantou e a Maiara começou a dançar, fazendo graça, na intenção de me acalmar.

Funcionou? Não.

Ela foi pegar bebida atrás de mim onde estava os produtores

Aquela música mexia comigo por causa que eu fiz ela dedicado a Marília. Os rumores afinal eram verdadeiros.

- Só dá pra saber se acontecer! - soltei um ar com força

- É e na hor.. - errei o tom mas escutei alguém cantando atrás de mim.