_ Que droga… e você não consegue andar não? _ Ele me olhou.
_ Sim. Pode me colocar no chão por favor._ Respondi na esperança de cessar o constrangimento. Ele me abaixou e eu tentei firmar novamente e não deu, dei um passo e antes de cair Ni-ki segurou meu braço e vendo que não tinha jeito ele soltou ar de desagrado pelo nariz e me levantou de novo, só que agora segurando em minha cintura e me jogando em seu ombro, como se eu fosse um saco de batata.
_ Tá aguentando nada. Vou te deixar na rede. _ Ele falou andando comigo. Eu estava virada para as costas dele, pois assim ele tinha me colocado. Mais constrangedor ainda.
Ele caminhou comigo assim pelo cômodo seguinte totalmente vazio, o próximo já tinha diversas caixas, ele tocou em uma maçaneta e como estava trancada Ni-ki seguiu para o próximo que tinha mesa, cadeiras, freezer e passou reto até ver um quarto.
_ Ah não acredito que ele fez uma cama pra você. _ Ni-ki falou mas eu não conseguia ver ainda. _ Você conquistou mesmo alguns aqui em. _ Ele disse andando comigo e então pude ver melhor o quarto e logo me colocou na cama sem muito cuidado. Eu estava roxa de vergonha, de medo, de tudo.
_ Ele fez? _ Eu me encolhi em cima do colchão macio.
_ Normalmente a gente não se importa com cama. E também não ficamos sempre aqui. _ Ele explicou tirando o celular do bolso.
_Obrigada. _ Eu disse ainda baixo. _ Eu não queria dar trabalho então me desculpa. Eu sei que … não gosta de mim Ni-ki, então se você precisar ir, eu fico aqui e juro não mexer em nada.
_Eu tô ligando pro Sunoo. Pra ele ficar aqui com você._ Ele colocou o telefone no ouvido.
_ Eu não quero incomodar ainda mais… é sério…
_Ele gosta de ficar com humanas, ele entende bem. _ Ni-ki revelou.
_ Como assim?_ Eu notei que estava ficando com a voz um pouco mais firme.
_ Ninguém te contou? _ Ele me olhou e pela primeira vez pareceu me ver como gente. _ Nossa você tá mal mesmo em. _ Ele guardou o telefone e colocou a mão na minha testa. _ Será que você tá morrendo? Isso é ruim, vão achar que eu te matei. _ Ele disse e entendi o motivo da preocupação dele.
_ Você é tão sincero… _ Eu falei entre um riso fraco. Eu estava suando frio.
_ Eu sou. Vou pegar alguma coisa pra você comer. Pode ser fome já que perdeu energia que o Sunghoon disse._ Ele andou até a porta do quarto e voltou coçando a cabeça. _ Então… na verdade seria beber né, você pode escolher sangue A , AB, O negativo ou…. Não me olha assim, você tá em um esconderijo de vampiros, é isso que eu tenho para te oferecer, se não quiser e morrer não vai ser minha culpa. Tô avisando.
_ Eu trouxe comida. _ Falei dividida entre achar engraçado ou aterrorizante. Ele estava falando sério? Senti arrepios e certo nojo de imaginar a cena.
_ Ah. Espera aí então._ Ele saiu e eu olhei melhor para o quarto que eu estava. As cortinas eram escuras e tão longas que eu não poderia dizer se tinha alguma janela ali. Ni-ki não demorou, logo estava de volta com meu pote de lanches em mão. _ Só pode ser isso aqui. Cheiro estranho._ Ele disse me entregando._ É. Obrigada._ Eu peguei e tirei um sanduíche, mordendo um pedaço. Ni-ki me olhando de testa franzida fez eu me sentir envergonhada de novo.
_ O Sunoo não atendeu então vou esperar o Sunghoon voltar. _ Ele disse se sentando no chão perto da cama. Estava com joelhos dobrados e apoiou os braços ali, fitando a parede oposta a que ele recostou-se.
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