Fazia uma manhã linda em São Paulo,os Medsen ainda estavam dormindo,por ser um final de semana,Cirilo já estava em pé,arrumou o quarto e deixou o cobertor dobrado em cima da cama,sai do quarto,pois precisaria pegar o carro na casa do seu Rafael,ao sair procura por onde ficava a saída,quando desce as escadas,ouvi vozes e acompanha até chegar na cozinha.
- Bom dia!
- Bom dia!A Maria Joaquina sabe que está aqui?
- Sabe sim,senhora.
- Quer tomar um café?
- Na verdade,queria ir buscar o carro na casa do meu amigo,tem como me levar até lá?
- Claro rapaz,vamos lá.
E Cirilo sai com o motorista antes de ir,- Na volta tomo o café.
- Tá bom!
Joana ajeitava o café dos patrões,quando Seu Ricardo aparece na cozinha.
- Bom dia, Joana!
- Bom dia,seu Ricardo,dormiu bem?
- Muito bem,mas nada que se compare ao silêncio da minha fazenda,aqui é muito barulhento.
- A cidade não dorme,vai querer um café agora ou só mais tarde?
- Vou querer agora um pouco,vou aguardar meu motorista chegar.
Joana fica calada,pois não queria dizer que ele havia dormido na casa de sua filha,pois era um assunto pessoal de Maria Joaquina,Seu Ricardo lia o jornal que estava na bancada, enquanto ela cortava as frutas para complementar o café dos patrões.
Um barulho de carro e som alto fazia presente ali.
- Que barulho é esse?
- Não sei,deve ser o filho do seu Cavalieri,depois que Maria Joaquina terminou com ele,só chega em casa assim.
Mas para piorar a situação,conversas altas são ouvidas.
- Baixa esse som,Jorge,está incomodando os vizinhos.
- Pouco me importa,papai!
- Você tá bêbado.
Ele não dá ouvidos,e Alberto abre o carro e baixa o som.
- Te fiz uma pergunta,Jorge?
- Bebi,fumei,vai fazer o que?me bater?
Na casa ao lado,Maria Joaquina estava em seu quarto quando ouvi a música novamente alta.
- Quem é esse desocupado que não deixa dormir. – Sua janela ficava bem próximo do barulho,- Se eu soubesse tinha ficado no quarto com o Cirilo.– Ao se lembrar dele,sai da cama rápido,pegando seu hoppe,para se cobrir já que estava de camisola.
- Ele já teve ter se acordado.
Ao chegar no local do quarto,não ver ninguém e entra.
- Bom dia,meu peão!
Ao se virar só ver o quarto arrumado,- Será que já foi?Vou até a cozinha perguntar a Joana.
Ao sair do quarto, encontrar seus pais no corredor,ajeitando seus hopes,pois iria ver que barulho era esse,ao chegar no jardim, encontra Jorge com o carro de som ligado no volume máximo,e Alberto brigando com ele.
- Só podia ser! – Reclamava Maria Joaquina.
- Maria Joaquina! – Jorge se aproxima dela com os braços abertos,com o bafo de bebida.
Quando uma pessoa fica a sua frente impedindo dele chegar perto.
- Sai da frente empregado,não tá vendo que ela é minha namorada.
- Tô pouco me importando o que ela é sua,na senhorita Medsen,não toca a mão.
- Vai me enfrentar?Olha pra você e pra mim?Sou rico,filho de empresário e você um simples peão,morto de fome,que cuida de cavalos,filho de um caseiro,acha mesmo que ela vai me trocar por você? Antigamente,as mulheres que davam o golpe do baú,estamos na modernidade,esse peão vai representar os homens interesseiros,quer dá o golpe da herdeira da fazenda Santa Barbara.
Os Medsen ficam indignados das besteira que Jorge falava para Cirilo,Maria Joaquina segura no braço dele,o fazendo se virar pra ela.
- Olha pra mim Cirilo,você não é nada disso que ele tá falando,está me ouvindo.
Ele tentava a todo custo não demonstra fraqueza,mas Jorge não tinha pena nas palavras o fazendo ficar ainda mais irritado.
- Tô falando contigo,peão idiota! – Ele ria, - Já transou com ela,não foi?Por isso que está obedecendo a dona,ela te deu não foi?Porque a mim,ela negava,falava que não tava pronta,mas era tudo mentira,me traiu na fazenda contigo.
- Já chega Jorge!
- Não papai,não chega,cansei de guardar esse segredo comigo,cansei de fazer as vontades da mamãe,em busca do filho perfeito,a mulher perfeita pra casar,sendo que não sinto desejo por mulher.
Alberto franze a testa não entendendo nada,só por uma que senti e ela nunca me deu,mas com esse peão não precisou muito,
Cirilo se vira e acerta a cara dele em um soco fazendo cair no chão.
- Pode falar o que quiser comigo,mas nunca,ouça bem riquinho,nunca maltrate ela na minha frente,que não me importo de passar o resto da minha vida preso,mais antes eu te mato.
Jorge começa a rir e chorar ao mesmo tempo,Alberto se aproxima do filho e levanta ele.
- Já chega Jorge,já deu seu showzinho.
Cirilo se aproxima de Alberto o ajudando.
- Desculpa senhor,só assim para ele parar de dizer as coisas com a senhorita Medsen.
- Tudo bem,não se preocupe,se não fosse você seria eu, obrigado por ajudar.
E Alberto leva o filho pra dentro de casa,Cirilo se vira e olha para Maria Joaquina,essa que vinha ao seu encontro o abraçando.
- Obrigada por me defender.
- De nada,senhorita Medsen.
Miguel olha para esposa,depois disso Cirilo levou pontos positivos com ele.
- Vamos entrar e tomar café.– Miguel chama atenção dos dois.
- Vamos lá,Cirilo?
- Vou ficar na cozinha junto com dona Joana.
- Negativo,você vai sentar com a gente.
Ela pega na mão dele entrelaçando seus dedos,Seu Ricardo percebi e dá um pequeno sorriso,já entendendo o que se passava ali.
- Vamos lá, Cirilo,bem vindo a família.
- Que?Não é isso que o senhor tá pensando.– Ele solta sua mão da dela.
- Não estou pensando em nada,estou vendo,acho que perdi só alguns capítulos,minha netinha,você pode deixar nós dois conversando a sós.
- Vovô? – Repreende Maria Joaquina,pois tinha medo de seu vô impor esse relacionamento.
- Vou apenas conversar com ele,não se preocupe.
Ela olha pra Cirilo,que estava tenso.
- Te espero lá dentro.– Ele apenas concorda e ela sai para entrar novamente em sua casa.
- Agora vamos conversar de homem pra homem?Como isso foi acontecer?
- Seu Ricardo,nem eu sei!
- Como não sabe,Cirilo?Seu pai sabe disso?
- Não!Mas eu ia falar com ele,só que ultimamente ele vive vindo pra cá resolver assuntos.
- Pensa em fazer o que,se esse relacionamento decolar?Vai sustentar a minha neta com o que ganha na fazenda?
Ele fica calado pensando,quando Seu Ricardo continua.
- Maria Joaquina,nasceu no luxo,só uma bolsa dela,vale o seu salário.
- Eu sei,que não tenho nada,já falei pra ela,mas a mesma não me escuta.
- Só caprichos de uma garota,que agora que vai começar a vida.
Ele suspira pois tudo que Seu Ricardo falava era verdade,ele não tinha nada pra lhe oferecer,nem uma casa tinha,pois morava de favor,as festas não podia lhe acompanhar pois não tinha opções de roupas ou calçados pra vestir e muito menos dinheiro pra bancar,apenas roupas do trabalho e botas surradas,seu salário era pouco,só tava pra ajudar o seu pai,presentes não poderia lhe dá pois não chegaria a sua altura e só amor não ajudaria manter um relacionamento,teria que pensar seriamente o que fazer,sem magoa-la.
- Bom,vamos entrar,quero voltar pra fazenda antes de anoitecer.
- Pode ir na frente,senhor já tô indo!
Seu Ricardo entra na casa novamente,quando chega na sala de jantar,onde o café iria ser servido,se senta de frente pra filha, Miguel estava na cabeceira da mesa,aguardando sua filha a descer.
No lado de fora,Cirilo estava sentado na calçada de cabeça baixa entre as pernas,chorando baixinho,pois teria que se afastar da única pessoa que tomou conta dos seus pensamentos nos últimos dias,ele se levanta enxuga as lágrimas e entra na casa,só que pela cozinha,onde empregado e patrão não se mistura,foi criado assim e tinha que por em seu lugar,quando Joana entra na cozinha com a bandeja.
- Não vai se juntar a eles?Maria Joaquina estava perguntando por você,o porque de não ter ido pra lá ainda.
- Vou ficar aqui, senhora tenho que ficar no meu posto de empregado.
- Como quiser,vou colocar seu café.
- Não precisa,senhora,deixa que me sirvo.
- Tudo bem,vou levar isso pra Maria Joaquina,já venho.
- Disponha.
Ele tomava seu café, pensando em tudo que viveu até agora com a neta dos patrões,as trocas de mensagens,as ligações de madrugada,na sala de jantar ela conversava com seus pais e seu avô sobre os planos.
- Não pensa em estudar no exterior?
- Não vovô,aqui em São Paulo tem as melhores faculdades de medicina,vou estudar aqui e depois quando me especializar irei trabalhar no hospital do papai.
- Hum entendi!
Joana vinha com a bandeja de frutas,colocando no centro da mesa.
- Joana?
- Sim!
- E o Cirilo?
- Ele está na cozinha.
- Mas o papai o convidou pra vim tomar café aqui.
- Bom,ele tá lá.
Ela concordou com a cabeça,Joana se retira deixando os patrões tomarem seu café.
- Que estranho.
- Cirilo,é assim mesmo,deste criança,na cabeça dele,acha que os empregados não é pra se misturar com os patrões.
- Será que ele se sentiu ofendido quando Jorge o menstruou com aquelas palavras? – Comentava Clara.
Maria Joaquina batia os dedos na mesa,quando ela se levantou.
- Com licença,vou ver o que aconteceu.
E sai rumo a cozinha,ao chegar ver ele conversando com Joana!
- Porque não se juntou a nós?
- Desculpa senhorita,mas não sou acostumado ser tratado assim,sei por em meu lugar.
- Já tínhamos passado desse ponto,o que houve?
- Nada,bom diga ao seu avô,que o espero no carro,passe bem, senhorita Medsen.
- Cirilo!O que tá acontecendo?
- Não está acontecendo nada,só quero ir embora trabalhar,já perdi muito tempo por aqui.
Ele se vira pra Joana,- Tchau,senhora! – E logo sai da cozinha,sem olhar pra trás,pois se olhasse seria capaz de tocar o foda-se,iria se render todo amor que sentia por ela,Maria Joaquina limpa uma lágrima que escorria no cantos dos seus olhos,volta para sala,passa direto para o andar de cima,chamando atenção dos seus pais e seu avô.
- O que será que aconteceu?– Clara acompanhar a filha com o olhar.
- Bom,já tô indo filha,sua mãe vai pensar que fugir.– Clara rir junto com o esposo,quando Joana aparece na sala.
- Senhor Ricardo,Cirilo já lhe aguarda no carro.
- Obrigada Joana! Tchau meu genro,apareça na fazenda.
- Pode deixar,que aparecerei,Tchau,boa viagem!
Seu Ricardo,abre a porta e sai,deixando apenas os Medsen na sala,junto com Joana.
- Com licença.
- Vou ver o que aconteceu com ela.
- Vai lá, qualquer coisa tô no escritório.
Clara sobe para o quarto da filha,ao entrar a encontra deitada.
- Ei,o que houve?
Maria Joaquina chorava de soluçar,quando Clara se aproxima e abraça.
- Brigaram?
- Antes fosse,assim saberia o motivo.
- E porque tá chorando?O que aconteceu que ele não entrou?
- Eu não sei,ele falou que era acostumado a não se misturar com os patrões.
- Mesma coisa que seu vô falou.
- Mas já tínhamos passado desse ponto,ontem conversamos,ele ia falar com você e o papai hoje,iria pedir permissão pra ter um relacionamento comigo,e um segundo que deixo ele só…
- Ele não quer mais?
- Ele não falou com essas palavras,mas deu a entender.
- Filha,pode ser pela confusão e o que o Jorge falou.
- Eu não sei,ele agiu friamente comigo,isso tá muito estranho.
- Ele acabou de ir embora com seu avô,porque quando for mais tarde não tenta falar com ele e pra entender o que aconteceu.
- Pode ser!Vou ficar aqui,não quero falar com ninguém.
- Tudo bem!Descansa.
E Clara sai do quarto,indo para o escritório de seu marido.[...]
Naquele mesmo dia,Maria Joaquina tentava a todo custo falar com ele por telefone,mais só tava caixa postal e mais uma mensagem de voz era deixada pra ele.
- Cirilo,quando ver essa mensagem me retorna,vamos conversar,me conta o que fez pra mudar de ideia.
Ela tenta mais uma vez,”esse telefone encontra-se desligado”
Varias mensagens foram enviadas,mais nenhuma foi entregue,a última vez que estava online era 07:30 da manhã,depois disso não mais.
Parece que tomou um chá de sumiço,não dando brecha pra ser encontrado.
- Onde,você está?Me fala o que aconteceu?Porque desistiu de nós?
E a noite passou,o dia amanheceu o sol entrava pela janela do seu quarto,ela estava deitada não querendo se levantar,pois passou a noite toda ligando e nenhum sinal dele,havia ligado para Jaime,para saber se Cirilo havia dado sinal de vida,também não obteve resultado,só tinha um jeito ir até a fazenda,mais para isso precisava ir com permissão de seus pais,pois menos de uma semana havia acabado de chegar de lá.
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Amor sem Fronteiras - Ciriquina
Fiksi PenggemarNa fazenda Santa Barbara,as cercas abrem para o Amor...Cirilo é um simples filho de um casal caseiro,se apaixona pela a neta dos patrões ,Maria Joaquina Medsen herdeira de uma grande fortuna.