Capítulo 2

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( Horas antes )

 Paula estava na varanda junto com seu esposo,olhando o céu,as estrelas brilhavam.

- Zé!

- Oi amor!

- Cuida do nosso filho,sinto que já chegou minha hora.

- Não fale isso,você vai ficar boa e vamos ver o nosso garoto se tornar um homem.

- Não tô aguentando Zé,só estou lhe dando trabalho e preocupando você e o Cirilo.

- Que nada,a gente faz porque te amamos.

Lágrimas já caiam nos seus olhos,quando Cirilo chega perto deles.

- Cirilo!

- Oi mamãe!

- Se aproxime,quero ver seu rosto,antes de partir.

- Mamãe,a senhora não pode nos deixar.

- Estão me chamando, quando você sentir falta de mim,olhe para o céu,vou está entre essas estrelas,pode conversar comigo que vou sempre lhe ouvir.

- Não quero que você vá.

Aos poucos,ela vai fechando os olhos,José se desespera ao ver sua esposa morrendo.

- Vai chamar alguém Cirilo.

- Tá,eu vou…

E correu em direção a casa dos patrões,não se importando se a casa estava cheia de gente ou não,ele só queria poder ter a chance de salvar sua mãe.

( Hora atual )

A casa simples estava cheia de pessoas,amigos e familiares,estava velando o corpo de Dona Paula,só Cirilo que não estava presente,havia saído.

- Seu José!

- Jaime,me esposa se foi.

- Sinto muito seu José,cadê o Cirilo?

- Meu filho,está abatido,saiu,falou que não queria ver essa cena,quer lembrar da mãe viva,sorrindo.

Carmen se aproxima e dar um abraço consolador ao homem,Jaime também o abraça.

Logo fica ao lado do caixão da esposa,que estava serena.

- Vocês podem descansar,a casa não é minha,mas pode ser pelo menos por hoje.

- Só vamos trocar de roupa e vamos procurar por Cirilo,da o nosso apoio a ele.

- Obrigado,por serem amigos do meu filho.

Longe dali,Cirilo estava sentado na ponte de frente para o lago,onde passou a tarde com os amigos.

- O que faz aqui sozinho?

Ele fica calado,sem falar nada,pois menos que queria era ouvir alguém lhe dando sermão.

- Falei com você.

Se aproxima mais e se senta ao seu lado,olhando para a mesma direção.

- Sinto muito,pelo que houve com a sua mãe.

- Obrigado!

- Sempre quando vinha a fazenda,conversava,horas e horas com ela na cozinha,nunca soube que ela tinha um filho.

- Estava na capital junto com os meus amigos e também nunca vinha no trabalho da minha mãe, principalmente quando os patrões estavam na casa,sempre soube meu lugar.

- Falando assim,parece que somos indiferentes.

- Somos sim,se não percebeu,vocês são como as estrelas,apenas pra admira-la e nós somos os administradores.

Amor sem Fronteiras - CiriquinaOnde histórias criam vida. Descubra agora