Capítulo 4

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Ele ainda estava em cima dela,processando o que havia acontecido entre eles,quando são surpreendidos por uma claridade,logo se afasta dela, a mesma continua deitada.
- O que faz aí menina?
- Joaninha,oi!
- Você bebeu,Maria Joaquina?
- Só um pouquinho.
- E você rapaz,porque deixou ela beber? – Cirilo estava envergonhado,então ficou calado.
- Deixa ele,Joana,bebi porque quis,desliga essa lanterna,tá me deixando tonta.
- Desculpe! – E desliga a lanterna,agora o que clareava era a lua.
- Vem,vamos pra casa,seus avós são acostumados acordar cedinho,ver você aqui,não vai ser bom,me ajude aqui rapaz.
Ele se aproxima dela novamente,sem olhar em seus olhos,a pega no colo e a leva até a porta da casa principal.
- Obrigada!
- Disponha,senhora!Tchau senhorita.
- Tchau, peão!
E ele some no meio da escuridão,mesmo naquele estado Maria Joaquina,não entendia o que havia acontecido com ele e olha pra Joana.
- Nenhuma palavra,quero tomar um banho e dormir.
- Tenho que ligar para os seus pais.
- Joana,por favor,não fala isso pra eles,um dia eu falo, primeiro tenho que entender o que está acontecendo comigo.
- Você me dar a sua palavra?
- Sim!Vem me ajuda aqui
E as duas sobem para o andar de cima,com cuidado para não acordar os mais velhos.
- Nunca te vi assim,menina!
- Tudo tem a primeira vez,joaninha! – Ela se joga na cama sorrindo.
- Deixa te ajudar,e rir baixo,por favor.
Ela coloca a mão na boca abafando o som,e os flash do beijo vinha na sua mente.
Na casa de Cirilo a situação era a mesma,ele ficou na varanda,olhando para as estrelas.
- Mamãe,eu não queria,juro que não,mas eu tô me apaixonando e ainda por uma pessoa impossível,queria que estivesse aqui pra me aconselhar.– Suas lágrimas caiam sem cessar,não estava arrependido,porém não podia deixar se enganar.
- Tenho que me afastar dela,não podemos ter um relacionamento,ela é rica e eu sou um simples peão,coração estupido.
Ainda sentado na varanda,sentindo aquela brisa fria,se levanta e entra na casa,dentro era composta por uma sala pequena,com um sofá encostado na parede,no lado esquerdo ficava os quartos e no final uma pequena cozinha,ele se deita no sofá e fica ali pensando nos últimos acontecimentos.

[...]

O dia amanheceu,ele ainda tava deitado, quando seu pai sai do quarto e o encontra no sofá.
- Bom dia filho!
- Bom dia papai!
- Hoje o dia vai ser grande,temos muitas coisas pra fazer.
- Eu sei,tenho que olhar o relâmpago, entender o que se passa com ele,pra está tão arisco,ouvir dizer que ninguém consegue se aproximar dele,desde do dia que ele quase derruba a neta dos patrões.
- O que será,que houve,nunca foi assim?
- Também não sei papai,vou observa-lo,depois darei uma resposta.
- Cuide disso filho,final de semana irei a capital organizar uma documentação.
- Tudo bem,fico aqui segurando as pontas da fazenda.
- Sabia que você não iria me desapontar.
- Claro que não papai, realmente pensei em ir embora,depois que a mamãe se foi,mas não podia deixar o senhor sozinho.
- Temos que superar Cirilo,sua mãe não gostaria de nos ver triste.
- Eu sei!E é por isso que se você quiser reconstruir sua vida,sinta-se a vontade.
- Como assim?
- Uma nova companheira.
- Ah não,não tenho mais idade pra isso,agora você deveria arranjar uma namorada.
- Papai,como vou sustenta-la,moramos de favor na fazenda em uma casa simples,acha mesmo que alguém se interessaria por um simples peão.
- O amor não tem fronteiras,se ele for verdadeiro.
- Eu não sei papai, primeiro quero me estabilizar pra depois pensar nisso.
- Sabe,que quando comecei uma vida com a sua mãe,não tínhamos nada,ela foi criada com os patrões.
- Sério?
- Sim,senhor Ricardo,a ajudou bastante,quando cheguei aqui,eu era apenas um marceneiro,consertava cadeiras,foi assim que a conheci,nos apaixonamos,senhor Ricardo me deu um emprego e hoje estou aqui,trabalhamos os dois duramente,até ter umas coisinhas.
- Entendi!
- E com você não vai ser diferente,quando o coração se apaixona,não tem pra onde correr.Termine o seu café,que já estamos de saída.
- Já estou terminando.
E o dia passou voando,ele estava trabalhando,junto com o seu pai,não viu a hora passando,ja na casa principal,Maria Joaquina estava dormindo ainda,quando seu celular toca insistentemente,ela o pega sem ver quem é.
- Alô!
- Boa tarde,filhota!
- Mamãe? – Ela se levanta de supetão,quando sente uma pontada na cabeça.
- Aí,minha cabeça.
- Tá sentindo alguma coisa filha?
- Só uma dor de cabeça.
- Tome uma analgésico,logo melhora.
- Vou tomar sim,o que te fez ligar uma hora dessas?
- Já são 2h da tarde filha?
- O que?Como assim?
- Filha passou a noite acordada,por isso se acordou agora?
- Não mamãe!
- Maria Joaquina?
- Não consigo mentir pra senhora.
- O que você fez?
- Ontem sair com o filho do seu José.
- Hum!
- Mas chegamos cedo.
- Filha e o Jorge?
- Só como “amigos”,tinha que tirar aquela má impressão dele.
- Sei!E conseguiu?
- Sim!
- Cuidado filha..
- Mãe,não vou fazer nada que possa me arrepender,não se preocupe.
- Liguei,pra avisar da sua prova,vai ser agora no final de semana.
- Sério?Mais já?
- Sim,vou mandar o motorista pegar você e a Joana na sexta-feira,esteja pronta.
- Tá bom,mamãe.
- Vou desligar,se cuida!
- obrigada!
Já que ela havia se levantado aproveita e ver alguma coisa no seu celular.
- Ligações perdidas,do Jorge, chamada de vídeo perdida das meninas,depois falo com elas e o Jorge,preciso conversar com ele.Mas primeiro preciso de um banho,trocar essa roupa,comer alguma coisa e depois dá uma volta pela fazenda.– Ela fecha os olhos,ao se lembrar dos beijos que já trocou com ele.
E assim ela faz se levanta,sente novamente uma ponta na cabeça.
- E tomar algum remédio,vai beber de novo,vai!Mas foi bem legal.
Entra no banheiro,tirando a sua roupa,liga o chuveiro a água caia em seu corpo,no lado de fora no sol quente,Cirilo levava comidas para os animais.
- Todos os recipiente estão cheios,vou fazer uma pausa,depois vou ver como relâmpago está.
- Tem que ter cuidado filho.
- Vou ter pai.
- Seu José,pode vim aqui? – Chama um outro peão.
- Já estou indo!
Cirilo,mergulha as mãos no balde e joga água em si,para amenizar o calor,quando Aninha chega.
- Oh visão!
- Que susto,Ana!
- Tá com pensamento muito longe.
- Apenas focado no meu trabalho,o que faz aqui?
- Da uma volta.
- Sei!
- Ontem te vi com uma mulher,quem era?
- Me viu onde?
- No estabelecimento do seu Cláudio,ontem o tema foi country,te vi até dançando,quem era?
- Ninguém sem importância.
Ele continuava o seu trabalho,quando Maria Joaquina aparece.
- Boa tarde!
- Boa tarde, senhorita Medsen.
- Pode preparar o relâmpago pra mim?Vou sair nele.
- Ele não está disponível para passeio.
- Ainda?
- É ainda,vai em outro.– Ele respondi rude.
- Você pode preparar algum pra mim,por favor?
- Claro,se não tem outro jeito.
- O que tá havendo,porque tá me tratando assim,achei que já estivemos passado desse ponto.
- Não é nada,vamos?
Ela sai na frente dele,dando uma visão perfeita para o mesmo sair do trilho.
- Por aqui!
Quando os dois chegam no estábulo,ela o empurra pra dentro o pegando totalmente de surpresa.
- O que tá fazendo?
- Vim repetir a dose.
- O que? – E o beija ali mesmo,sua mãos percorrem o corpo dele,em busca de mais contato.
Ele sai do transe,quando alguém Maria Joaquina o chama.
- Ei,tô falando com você.
- Desculpa,é que…
- É que? – Arqueia a sobrancelha
- Não é nada,vem vou te ajudar.
- Foi bem divertido ontem a noite,vou sentir saudades daqui.
- Você é dona,pode vim o quando quiser.
Ele ajeitava a sela do cavalo,colocando seus acessórios,com segurança para ela não cair.
- Vou demorar vim agora, dependendo da faculdade que irei fazer.
Cirilo ficava calado apenas ouvindo,não queria acreditar que estava se apaixonando,dando que lutou para isso não acontecer,pois tinha planos de ir embora,ir para outro lugar,onde não lembrasse sua mãe.
- O cavalo já está pronto,tenha cuidado,na volta o João vai lhe ajudar.
- E você,não vai está?
- Tenho outras coisas pra fazer senhorita.
- Ok! – Ela monta no cavalo e sai devagar,ele a observa e suspira.
- Onde fui amarrar meu cavalo?Ei,Rivera acho que você se amarrou.

[...]

A grande cidade de São Paulo,estava na mesma correria de sempre,muito trânsito,não tinha aquela tranquilidade do interior,mais tinha o mesmo atardecer,o sol se pondo nas margens dos grandes prédios,na mansão Medsen,os pais de Maria Joaquina se encontrava na sala conversando com os Cavalieri.
- Minha filha ainda é nova para pensar em casamento. – Miguel nunca foi a favor nesse namoro,pois sua filha estava no processo de mudanças e Jorge era uma má influência pra ela.
- Meu Jorginho,ama sua filha Miguel.
- Seu filho é um materialista Rosana,me desculpa Alberto.
- Concordo plenamente Miguel,Jorge é imprudente,só pensa em bens materiais.
- Assim fica difícil,parecem que não são a favor dos dois estarem juntos.
- Não!E sinceramente não sei como isso aconteceu.
- Clara,me ajuda,ou pensa igual a eles?
- Penso no bem da minha filha e se o Miguel e o Alberto acham melhor não persistir nesse assunto,não vai ser eu que vou impor.
Rosana balança a cabeça não acreditando que todos são contra o seu filho com Maria Joaquina, enquanto isso na pista de card, Jorge estava com seus amigos de classe alta.
- E aí já pegou a Medsen?
- Ainda não cara,mais eu peguei uma caipira,lá na fazenda.
- Pegou,pegou ou foi apenas mais um lance?
- Peguei mesmo,Maria Joaquina me deixou na seca,preferiu ir para um velório de um povo lá,chegou foi dormir,tava sozinho na carência e a moreninha lá,tava querendo,então só fiz o meu papel de homem.
Os amigos rirem,Jorge não imaginava que mais alguém ouvia com muita atenção.
- Preciso alerta ela,já sei vou falar para…– sussurra o nome.


Amor sem Fronteiras - CiriquinaOnde histórias criam vida. Descubra agora