‧₊˚ 🦋✍️→ Han Jisung, um adolescente trans não assumido, passa por tantos problemas que parecem não ter solução, até conhecer um garoto doce obcecado por borboletas que vira sua vida de cabeça para baixo e, de quebra, ainda o faz sentir as borboleta...
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Agora é quase 19h e os pais do Minho acabaram de vir buscar ele. O meu pai e eles ficaram um tempo conversando sobre coisas de ""sogros"", das quais eu não estava nem um pingo curioso para saber o assunto exato.
Estava muito cansado, com a cabeça doendo um pouco. Parecia que um caminhão tinha me atropelado - física e emocionalmente falando. Fui ao banheiro tomar um bom banho.
— Puta que me pariu... Tomar no rabo também. — resmungo baixinho, já dentro do cômodo, depois de tirar a roupa e ver o sangue na minha calcinha. Ah, e sim, infelizmente eu ainda uso calcinha.
Eu definitivamente ODEIO esse atormento chamado menstruação. Já não basta eu ter que tomar cuidado 'pro absorvente não vazar, tem as oscilações de humor e as cólicas. E assim, eu tenho muita oscilação de humor quando eu 'tô menstruado, fico insuportável. Se tivesse alguém igual a mim nessa época do meu lado, eu ia dar um murro.
Acho que vou conseguir convencer a minha mãe a deixar eu tomar anticoncepcional. Sei que na minha idade, ela não era mais virgem, então já que eu "namoro", acho que ela vai entender o recado e deixar eu tomar. Mas por ora, vou ter que suportar essa tortura mensal.
Depois do banho, eu coloco o absorvente e visto meu pijama. Passo um pouco de creme nos meus cabelos. Ultimamente, eles andam muito ressecados.
Escovo os dentes, saio do banheiro e vou andando devagar até o meu quarto. Entro no cômodo e fecho a grande janela de vidro - que dava visão para o belo jardim do fundo -, deixando apenas uma fresta aberta. Também fecho as cortinas e me deito, ou melhor, me jogo, em cima da cama.
Me cubro até a cabeça, ficando só com o rosto de fora. Não quero correr o risco de pegar friagem e ficar com cólica atoa.
Aff, ter útero acaba com a minha masculinidade.
Pego no sono rapidamente, estava exausto. Dormi direto. Parece que eu pisquei e já era de manhã. Queria ficar mais cinco minutinhos, mas infelizmente, eu tenho aula e... Ah, é!
Eu tenho que descobrir o que eu sinto pelo Minho!
Me levanto num pulo, mas em seguida caio na cama e me contorço em cima dela. Droga! Era a maldita cólica. Onde foi que eu deixei o caralho do remédio?!
— Hmmmm... Ãhh... — murmuro de dor.
Olho em volta, procurando um jeito de aliviar a dor. Vejo um urso de pelúcia em cima da cômoda. Acho que vai servir por enquanto.
Me estico, tentando alcançar o objeto. Depois de vários esforços, eu consigo. Aperto o urso cor-de-rosa contra a minha barriga com força, afim de amenizar a angústia.
Ouço alguém bater na porta e eu mando estrar. Era meu irmão.
— Vamo', belo adormecido. Você vai se atrasar.
— Eu num' quero ir 'pra escola... — reclamo baixinho.
— E quem quer? Vai, agiliza. Já era 'pra eu estar indo 'pro trabalho, mas 'tô aqui de boa vontade vindo te acordar.
