00 - who is she?

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Era inacreditável o quanto uma garota podia roubar a atenção de todos ao seu redor.

Momo era uma garota japonesa que morava na Coreia do Sul desde mais nova, porém, quando tinha finalmente conseguido se adaptar na antiga escola, o improvável aconteceu: seus pais a matricularam em outra escola.

O motivo era o trabalho da mãe.

Sua mãe era simplesmente a professora do colégio em que agora ela iria estudar, o que certamente não facilitava em nada a sua vida. Por sorte, não teria aula na mesma sala em que ela lecionaria.

Era somente o primeiro dia, e havia cochichos por todo o ambiente educativo quando a viam. Comentavam que não devia ser sul-coreana, e de fato, não era. Quando descobriram que ela era japonesa, quiseram imediatamente ir lá, falar com ela, fazer amizade com a garota.

Especialmente os rapazes.

— Licença, estou procurando pela minha sala. É a sala 212. Pode me ajudar? — A garota perguntou com um sorriso envergonhado a um rapaz mais alto.

Ele logo sorriu.

— Claro. Precisamos pegar o elevador.

— Elevador?

— Sim. Digo, você pode ir de escada também. Mas acredito que o elevador seja a melhor maneira de ir até lá. Eu pelo menos prefiro. — Começou a caminhar. — Somos da mesma sala.

— Ah, sério? Isso é ótimo!

— Sim! Eles são bem receptivos, acredito que você irá gostar bastante da sua turma. Pode sentar com a gente no intervalo.

— Obrigada. O seu nome é...?

— Mark. E o seu?

— Hirai Momo.

Ele balançou a cabeça em concordância e a levou para dentro do elevador.

— Você está na Coreia faz muito tempo, Hirai?

— Ah, sim. Desde os meus doze anos. Já estou acostumada com bastantes coisas por aqui.

— E por que você veio?

— Meus pais viram oportunidades boas aqui. O Japão é um ótimo país quando se trata de educação, mas no caso, meu pai encarou a Coreia como um bom lugar para recomeçar a vida dele. Então viemos. Mas eu morava em Daegu, agora estou aqui.

— Daegu... é um bom lugar. — Ele a olhou de cima a baixo e saiu do elevador quando as portas metálicas se abriram. Abriu a porta para que a garota entrasse na sala de aula e entrou logo depois.

Não foi diferente do corredor: os olhares dos demais alunos se prenderam à garota de franja.

— Alunos, esta é Hirai Momo. — a professora comentou com um sorriso empático. — Mark, vejo que já conheceu a nossa mais nova aluna. Espero que tenha a recepcionado muito bem.

Um burburinho da turma se fez presente e Mark foi para um lugar vazio no fundo da turma. Hirai sentiu um olhar específico queimando em cima de si, era o de uma garota que estava na primeira cadeira.

E ela não parecia muito feliz.

Na verdade, parecia irritada.

Muito irritada.

Momo sentou-se ao lado de uma garota de cabelos curtos e prestou atenção na aula, ainda que fosse um pouco difícil se concentrar. Quando o sinal tocou, no entanto, Mark foi o primeiro a se levantar e ir até a mesa da novata.

— Vamos? Quero apresentar você para a galera.

— Claro, vamos. — Ela sorriu e se levantou. Caminhou junto ao rapaz para fora e foram juntos até o refeitório.

Havia uma mesa grande com quase todos os espaços do banco ocupados.

— Estes são Lee Hyun, Donghae, Yoonjae, Sana, Jihyo e Dahyun.

Sana estava com o braço envolvido ao redor de Dahyun, que estava com a cabeça apoiada no ombro dela.

— Bem-vinda ao grupo, gatinha. — Ela sorriu e deu uma piscadela para Momo.

— Obrigada. — Momo sorriu e sentou-se no espaço livre. Mark se sentou ao lado dela.

— Finalmente mais presença feminina no grupo. — Jihyo resmungou, mas seu tom estava alegre. Ela era a mais amigável de todas ali.

— Eu concordo. — Yoonjae comentou rindo, mas recebeu um olhar de Mark e ficou sério.

— Não vai comer nada? — Dahyun perguntou e franziu as sobrancelhas.

— Ah, não. Estou sem fome, mas obrigada.

— Olha, nós vamos dar uma festa. Você não quer ir? A sala inteira vai. — Sana convidou, certamente empolgada. — Vai ser fantástico, e se você perder vai se arrepender. É um ótimo lugar para se enturmar e, você sabe... beijar na boca.

— Sana! — Jihyo riu e balançou a cabeça em negação.

— O que, gente?! — Sana olhou Dahyun, que estava rindo. — Um beijinho não mata ninguém, todo mundo quer beijar na boca. — Segurou o rosto da garota com as duas mãos e fingiu que iria dar um selinho na boca dela, mas a mais nova desviou e fez uma careta.

— Um recado sobre a Sana: se você não tomar cuidado vai acabar recebendo um beijo na boca. — Hyun comentou alertando entre risadas.

— Ah, gente. Beijar é libertador. E é só um beijo, fortalece a amizade.

— Deixa eu comprar um suco para você. — Mark falou baixo para Momo, somente para ela escutar. — Não aceito não como resposta.

E logo, ele já se levantou sem esperar nenhuma resposta.

— Gata, ele é maravilhoso. Aproveita a festa para tascar um beijo na boca desse homem. Vai que ainda rola algo a mais... — Sana falou se inclinando na mesa e olhou aos arredores.

— Eu vou.

— Beijar ele? — Ela sorriu.

— Não! Irei na festa. — Momo corrigiu e deu um riso envergonhado.

Concordava com ela que o beijo era realmente libertador, mas não estava à vontade com a ideia de beijar alguém que nem conhecia.

Pegou o suco quando Mark retornou e bebeu de pouco em pouco após agradecer o garoto. Ele era realmente gentil, ao que parecia.

Estava animada pelo que viria pela frente.

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