03 - a kiss, a choice

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A escola era movida por fofocas.

E a que prevalecia agora era a que eles estavam juntos novamente.

Nayeon e Mark estavam andando de mãos dadas nos corredores da escola, e estavam se beijando quase toda hora.

— Mas que porra... — Sana parecia chocada. E todo o restante do grupo de amigos também estavam igualmente chocados.

Mark parecia convencido de que não iria voltar com ela, e então, depois de recaídas, voltou oficialmente com aquela mulher.

Momo estava observando tudo de longe, mas se lembrou da blusa que havia visto no banco do carro dele. Não o conhecia, então não alimentou grandes expectativas a respeito dele.

Porém, o que a deixou chateada foi ele dizer que eles não tinham nada e no dia seguinte aparecer namorando com ela.

Isso significava que era impossível ele não ter mentido.

Esperar algo de alguém que não conhecia era esperar demais, mas ainda assim ficava extremamente magoada com mentiras. E por isso, resolveu nem mesmo olhar para a cara dele.

— Ei, tudo bem? — Jihyo perguntou se aproximando dela e franziu as sobrancelhas. — Sabe, sobre eles...

— Estou bem. Por que eu estaria mal? Nunca rolou nada entre mim e ele, tudo o que rolou foi ele apresentar vocês para mim e me convidar para a festa.

— Sim, mas ele deu em cima de você também, não deu?

— Não exatamente. — Momo riu.

— Eles eram ex-namorados, mas ele a pegou o traindo na cama dele. Depois descobriu que ela estava junto com aquele cara fazia quase um ano, quase o mesmo tempo que namorava com ele. O traiu quase o relacionamento inteiro.

— É bem pior do que eu imaginava... — Suspirou.

— Sim, mas não fique triste. Ele era só um homem, e a festa vai estar cheia deles.

— Sobre isso, eu não sei se eu irei mais. — Ela sorriu fraco.

— Não, amiga. Não perguntei se você vai. Eu afirmei. Você vai. Você é minha amiga agora, e se aquilo ali te magoou de alguma maneira, eu irei te ajudar.

— E eu também. — Sana surgiu com um sorriso entusiasmado. — E a Dahyun, mas ela está no banheiro agora. Bem, iremos te ajudar. Ele não vai conseguir tirar os olhos de você.

— Mas vocês não são amigas dele?

— Somos, claro. Mas ele não acertou em nada em voltar com ela, então vamos ajudar você.

— Não gostamos dela. Mas gostamos de você! — Jihyo complementou.

— Eu não sei...

— Amiga, se toca. A gente só vai te produzir para ir na festa. E então o resto vai simplesmente acontecer.

O sinal tocou, e Momo teve os braços entrelaçados pelas demais, que a conduziram até a sala, mas Mark conseguiu se desvencilhar de Nayeon, que havia ido para a sala.

— Podemos conversar?

Bastou a pergunta mágica para que Jihyo e Sana a soltassem e fossem para a sala de aula, a deixando a sós com ele.

— Não sei se a sua namorada gostaria. — Ela riu fraco.

— Eu sei que eu disse que não rolava nada entre eu e ela, mas é que a gente não tinha mais nada...

— Qual o sentido das coisas acontecerem tão intensamente em um único dia a ponto de você voltar com sua ex-namorada? Metade de um dia, aliás. Vocês já se encontravam, mas eu não me importo, eu não tenho nada com você, você não me deve nada.

— Eu te devia uma explicação para você não achar que eu menti para você.

— A gente se conheceu ontem. Você realmente não é nem o meu amigo, é só um colega de classe que se propôs a me ajudar, e eu agradeço a sua ajuda. Mas não quero atrapalhar nada com a sua atual. Então não se preocupe. Irei para a festa mesmo assim, mas para evitar brigas não quero falar com você lá.

— Por que está falando isso? Você disse que ela não falou nada com você. Ela falou?

— Preciso ir para a sala. — Momo desviou o assunto e entrou na sala de aula. Mas Mark foi logo atrás, e por conta disso, o alerta de Nayeon se acendeu.

— O que estava falando com ela? — Ela sussurrou para Mark quando este se sentou do seu lado.

— Ela é minha amiga. — Mark sussurrou de volta.

Como resposta, Nayeon deu um beijo nos lábios dele, que retribuiu instantaneamente. Mas quem estava sentada atrás de Nayeon era justamente Momo, que se viu obrigada a não só ver o beijo caloroso dos dois, como também a assistir as mãos bobas de Mark no corpo dela no decorrer da aula.

Já no intervalo, Momo foi a primeira a levantar e a sair da sala de aula. Precisava respirar. Mas Nayeon foi a segunda, e foi justamente atrás dela.

— Ei, querida. Está triste?

— Por que eu estaria?

Perguntou a encarando.

— Aquilo é um recado. Sempre que eu quisesse, ele voltaria para mim. Ele estava indo atrás de você somente para uma diversão.

— Você se garante muito, não é? — Momo perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

— Você é novidade, Hirai. Por isso todos estão de olho em você. Mas logo se cansam, e então você vai estar esquecida. No final, todos voltam para mim. Eu sou a que eles querem, mas como não podem me ter, vão para o alvo que parece ser mais fácil...

Ela avisou, se aproximando dela em passos lentos.

— Ou no caso o alvo que é o mais gostoso, você não acha? — Momo retrucou. — O alvo que eles acham mais atraente. Até porque, se você fosse tão gostosa assim, eles não teriam ido me procurar. E seu namorado não teria se tornado ex algum dia.

Nenhuma outra havia batido de frente com Nayeon, e aquilo a deixou sem reação por alguns instantes.

— E você acha que ele teve um interesse genuíno em você? — Indagou a veterana com um ar de riso no rosto.

— Eu não acho nada. Mas olhe para mim, você acha mesmo que seu namorado vai resistir a mim por muito tempo?

Nayeon desceu o olhar, como se estivesse a analisando. E claro, estava.

— Nayeon, você sumiu. — Mark comentou se aproximando das duas e deu um aceno para Momo, que sorriu.

Não faria isso, mas estava começando a considerar a ideia de ir na festa com o único objetivo de fazer Nayeon parar de ser tão idiota com todas as pessoas ao seu redor.

— Estamos conversando sobre o trabalho. — Momo começou. — Na minha casa, então, Nay? — A chamou pelo apelido que havia escutado Tzuyu a chamar. — Amanhã às quatro. Te vejo lá, amiga. — Ela sorriu falsamente.

Era um aviso para Nayeon, que se achava a abelha-rainha do colégio.

Seu reinado havia chegado ao fim.

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