13 - capuccino and her

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— Você foi ótima ontem. Digo, você sempre é. Mas nunca a vi tão...

— Excitada?

— É. — Ele riu. — Eu gostei. Você estava diferente, mas no bom sentido da coisa.

Mark comentou acariciando o rosto da namorada. Nayeon estava distante, mas por consequência justamente do dia anterior.

O sonho, o aperto que Momo desferiu em si, os lábios dela chegando tão perto dos seus e a memória que estava viva em sua cabeça do beijo acidental que as duas deram.

— Hoje eu irei faltar no primeiro tempo. Você vai junto? — Continuou.

Mas ela negou.

— Preciso entregar um relatório para a professora. Ela disse que tinha que ser cedo. Então desta vez não poderei matar a aula daquela professora chata. — Resmungou e se levantou da cama, cobrindo o próprio corpo e indo tomar banho.

Nayeon trancou a porta e, quando saiu, Mark estava em pé em seu quarto. Ele a puxou pela cintura, mas a sul-coreana apenas deu um selar nos lábios dele e se afastou.

Não conseguia parar de pensar naquela japonesa que roubava a atenção de todos.

— Tudo bem? — O rapaz questionou e se encostou na parede.

— Sim, Mark. Não se preocupe.

— Acordou de mau-humor? — Perguntou acariciando o braço da garota.

— Um pouquinho... — Respondeu enquanto colocava a roupa. — Irei comer no caminho. Beijo.

Mandou um beijo no ar para a figura masculina e caminhou em passos apressados. Pegou a chave do carro de sua mãe e começou a dirigir em direção para a escola, mas logo viu algumas figuras conhecidas no caminho.

Sana, Jihyo e Momo. Estavam entrando em uma cafeteria antes de seguirem o caminho para a escola.

Sana estava com o braço ao redor da cintura de Momo, e Nayeon respirou fundo vendo a cena. Decidida, saiu do carro e adentrou o mesmo estabelecimento, fingindo que não as tinha visto ali.

— Um capuccino e um croissant. — Pediu se sentando no banquinho. Quando seu pedido veio, bebeu de pouco em pouco seu capuccino e olhou de relance. As três a encaravam.

Nayeon sorriu para elas e passou a língua pelos próprios lábios.

— O que foi? Estão impressionadas comigo? — Ela indagou.

— Não. — Jihyo respondeu rapidamente. — Estamos impressionadas sobre você estar usando a blusa social do lado avesso.

A sul-coreana olhou para baixo e reparou que, realmente, a blusa estava colocada de maneira errônea. O trio riu, fazendo Nayeon revirar os olhos.

— Cuidado, Nay. Diferente do suco de laranja, o capuccino pode te queimar. — A japonesa respondeu se levantando do banquinho em que estava sentada e segurou o rosto da garota. — Mas sabe o que também pode queimar você? — Se aproximou. — O seu próprio orgulho.

Soltou o rosto alheio e se retirou do local junto com as outras duas. Nayeon precisou do capuccino para tentar se recuperar do que havia acontecido, porque seus lábios estavam secos agora.

Hirai era altamente intimidadora.

— Gatinha, eu estou indo com a Jihyo. Termine de comer com calma. — Sana avisou dando um beijo na bochecha de Momo e deu uma última olhada para Nayeon antes das duas saírem por completo.

— Belas amigas, te deixaram sozinha.

— Não me deixaram sozinha. — Sana só queria ir logo para pegar um bom lugar na sala de aula e conseguir enxergar algo do quadro desta vez. Momo era a que mais demorava a comer dentre o quarteto, então era compreensível.

— Tanto faz. — Deu de ombros e voltou a se alimentar. Momo retornou ao seu lugar, no entanto, ouviu a voz de um homem e quando virou a cabeça, viu que era ao lado de Hirai.

Observando a cena, viu que o rapaz estava a incomodando. Sem pensar duas vezes, pagou pelo pedido e vagou até o lado de Momo.

— Terei duas gostosas na minha cama hoje? — Ele perguntou com um sorriso.

— Não sei se seus colegas de cela vão gostar de serem chamados de gostosas, nem se o colchão da cadeia pode ser considerado uma cama. — Im disparou.

— Cadeia?

— Ela não quer falar com você, e muito menos eu. Por que não dá o fora?

— E o que você vai fazer se eu não for embora?

— Eu irei chamar a polícia. — Nayeon estreitou o olhar. — E irei falar que você está importunando a minha namorada. — Falou colocando a mão na coxa de Momo.

— Vocês o quê? Vocês são lésbicas? — Ele riu desacreditado.

— Quer que a gente se beije para provar algo para você? — Ela continuou.

— Vocês são duas nojentas. — Negou com a cabeça e se levantou dando o dedo do meio para as garotas e saindo do estabelecimento.

— Não acredito que você fez isso. — Momo finalmente falou, ainda pensando no que havia acabado de acontecer.

— Que eu encarei ele?

— Não, que você disse que somos namoradas. — Momo fez uma careta e Nayeon a empurrou com a outra mão, mas as duas caíram na gargalhada juntas.

— Não gosto de você, idiota. Mas não deixaria aquele cara mexer com nenhuma garota. Não sou tão ruim assim. — Disse a encarando.

— Você só me odeia por causa de status e namorado. Como eu disse, se fosse menos orgulhosa teria mais amigas.

— E quem disse que eu quero ter mais amigas?

— Só não acho que você deveria ignorar todo mundo ao seu redor por causa do Mark. Ele não para de falar com as amigas dele, nem com os amigos.

Nayeon paralisou.

— O que aquela garota falou para você?

— Isso não interessa. Mas acho que ela sente a sua falta. Por que não começa indo se desculpar por ter sido uma babaca com ela? — Perguntou tirando a mão de Nayeon em cima da coxa dela e se levantando.

— Não me chame de babaca.

— Mas você agiu como uma, Nayeon.

Foram necessários alguns segundos de silêncio para que ela se levantasse também. Ainda sem falar nada, saiu do estabelecimento. Momo ainda foi pagar a conta, e quando saiu, Nayeon estava dentro do carro e com as janelas abertas.

— Entra no carro, vadia. — Falou a encarando e destrancou a porta. Momo deu uma risada e entrou no banco da frente.

— Vai me sequestrar?

— Se você não calar a boca, sim. Coloca o cinto.

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