Capítulo 9 - Alan

151 17 43
                                    

Ensopada eu por fim havia chegado na delegacia. Respirei fundo enquanto torcia o excesso de água das minhas roupas, torci meu cabelo e adentrei. O homem que trabalha na recepção estava me encarando com os olhos arregalados, sua expressão de incredulidade e espanto.

- Eu quero falar com o Alan - coloquei meu celular sobre o balcão enquanto ele sem jeito movia sem objetivo os seus dedos em alguns papéis.

- Ele...ele não se encontra - voltou seus olhos para mim - A senhora deseja fazer alguma queixa?

- A minha única queixa é somente com ele, e não venha me dizer que ele não está aqui porque eu vi a viatura do lado de fora, a única completamente preta - bati a palma da mão no balcão.

- Senhorita por favor - ele respirou fundo enquanto passos ecoados do corredor eram ouvidos.

- Você acha que eu sou idiota? - franzi o cenho e logo um pigarro silenciou o local.

Encarei o meu lado observando o delegado de braços cruzados, ele me olhava sério e surpreso como se estivesse esperando por mim.

- Pode me acompanhar por gentileza? - ele indicou com a mão a passagem até sua sala.

- Com todo o prazer - recolhi meu celular do balcão e pisei fundo em direção a sala do delegado, estava bufando de raiva pela injustiça do chefe de polícia.

Assim que entramos, ensopada eu me sentei e encarei Alan que sorriu de lado, parecia se divertir com a situação.

- Mia Norman Green! - enfatizou meu nome - Que prazer finalmente conhecer você - ele se recostou na cadeira pondo seus pés sobre a mesa.

- Qual é o seu problema?

- O meu? Há vários, mas eu quero saber, qual é o seu problema - apontou pra mim.

- Você sabe muito bem do que eu estou falando - mordi os lábios em ira - Porque diabos o Phil não pode abrir o bar?

- Na verdade ele pode sim - ele manteve seu sorriso de lado se fazendo de desentendido.

Me levantei afastando a cadeira para longe, caminhei até o delegado apontando em seu rosto, minha raiva era mais do que notável, e eu pouco me importava se estava falando com uma autoridade.

- Você é um idiota!

- Olha a boca - me repreendeu com os olhos cheios de luxúria.

- Você sabe muito bem que o bar é dele por direito! - me aproximei apontando meu dedo para seu rosto.

- É mesmo?

- Cínico! - cuspi as últimas palavras.

- Eu sei que o bar é dele - Alan se levantou ficando duas vezes maior do que eu, ele respirou todo o ar me fazendo olhar pra cima, seu rosto agora era sério e sombrio - Isso é apenas uma isca - ele se aproximou de mim, fazendo-me dar passos para trás - E você caiu perfeitamente.

- Mentira! - berrei.

- O bar só pode ser aberto após a finalização do caso - parecia conter verdade em suas palavras.

- O que você quer? - mantive minha postura.

- Seu depoimento, em resumo, você.

- Você é tão incompetente que não teve a capacidade de fechar o caso com o que tem?

- Não me testa, posso fazer você passar a noite nesta delegacia por desacato as autoridades - falou sério.

- E sou eu quem tenho a perder? - dei de ombros.

A Promessa do Jake Onde histórias criam vida. Descubra agora