Romeo and Romeo | Pejão

Gefickt

João Vitor
(Alemanha)
-Point of vision -

Gefickt. Quer dizer, fudeu.

Agora nesse momento, estamos correndo dos americanos que estão vindo em nossa direção, com todo o sangue do mundo, pra tentar nos matar.

Os barulhos dos tiros e dos passos da tropa estão evidentes, e acho que vamos fazer uma pequena guerra aqui.

A pista 707 fica no alto de um precipício, e nosso helicóptero explodiu bem na ponta desse precipício.

Nossa única opção, é correr para a lateral, o que deixa a nossa chance de tomar um tiro mais alta.

Ou uma granada também, tem isso também.

Só sei que a gente tá na merda, por quê quem pegou uma arma antes do helicóptero, pegou.

Quem não pegou, te vejo no seu funeral se acharmos o seu corpo.

Maldito Hitler.

Achamos uma pequena gruta, e corremos para lá. Os americanos não vinham mais.

Acho que eles resolveram montar abrigos perto do precipício.

Então se os dois lados saírem, estamos iniciando uma guerra.

Nosso líder que estava com nosco, chamou reforços para a gruta, pois precisávamos de armas, suplementos, e tudo mais para ficarmos aqui. Até podermos atacar eles.

Agora era quase madrugada, e eles não iam sair de lá tão cedo, sem fazer toda a proteção deles. Então, podemos dizer que vamos passar uma noite tranquilos.

(...)

Na manhã seguinte, acordamos logo ao nascer do sol, com um barulho de tiroteio, nossos reforços estavam sendo atacados, e ambos lados com putas barreiras de proteção.

Nosso líder jogou todos os soldados com armas para fora da gruta, inclusive eu.

Subimos em cima da gruta, deitados no chão, íamos atirando e alguns soldados gringos.

Naquele momento meu coração batia forte, e o medo que eu sentia era maior que qualquer coisa no mundo.

Conseguimos atacar os Estados Unidos? Meus pais estavam bem? E as crianças?

Era um turbilhão, mas naquele momento, eu apenas precisava apertar o gatilho.

O barulho de tiros e tiros era ensurdecedor. Os gringos tinham armas muito mais adequadas para aquele momento. E foi naquele momento, que meus dois companheiros em cima da gruta, foram atingidos.

Bem nas costas.

Eu travei.

Tinha alguém atrás de mim, que estava com uma arma, apontada pra mim naquele exato momento, que havia acabado de tirar duas pessoas do combate.

Virei minha cabeça lentamente, o homem era alto, um cabelo ajeitado, e moreno. Deve ter sido chamado de última hora e recusou- se a raspar o cabelo, como eu.

Seu uniforme com o emblema americano.

Mas assim que ele viu meu rosto, abaixou a arma.

Eu estava roxo? Alguma coisa assim? Se preocupou com meu passar mal?

Porque eu estou passando bem mal nesse momento.

Apontei a minha arma para ele, mas não consegui, e soltei a arma. Ele fez o mesmo gesto.

Correu até mim, e me puxou.

Me arrastou, até um lugar bem longe.

E sentamos atrás de uma pedra.

Que loucura! Eu estava sendo salvo? Mas porquê?

- Por que você tá fazendo isso?

- Você parece novo demais para morrer - Com seus lábios rosados, ele respondeu - Assim como eu.

- Foi chamado de última hora também? - Questionei.

- Uhum.. Meu cargo é somente para alertas muito grandes. - Ele respondeu, olhando todos os lados, com medo de alguém nos achar. - Eu fiquei aqui a noite toda, pensando se voltava, ou se me pagava de morto e fugia. Mas as duas atitudes são grandes riscos. Aliás, qual seu nome?

- Sou o João.. E você?

- Pedro.. Prazer João. Então, pretende continuar, ou tentar fugir?

- Pretendo não morrer.

- Acho que você tá querendo demais..- Ele riu, e sua risada me contagiou. - Apoia o Hitler?

- Não. Nem um pouco.

- Então pode me encontrar aqui todas as noites agora. Vou dar um jeito da gente fugir e sair vivos dessa. Te espero, João. - Ele levantou, e correu saindo pelo lado ao contrário do qual viemos.

Eu segui para o lado que ele me arrastou, e me ajuntei na gruta, fazendo o primeiro socorros de alguns soldados.

Esse foi do o primeiro tiroteio, da nossa pequena guerra interna.