Kaserne

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Pedro Augusto
( Estados Unidos)
- Point of vision -

Eu e Jão estávamos novamente no quartel. Assim que chegamos eu fui tomar banho, e quando voltei, Jão estava sentando na mesa, batendo a caneta em um papel.

- O que você tá fazendo? - Passei o braço ao redor de seu pescoço.

- Tô tentando escrever uma carta prós meus pais, contando tudo, menos a parte de que eu fugi, tô me passando por um americano e que quase morri algumas vezes.

- Você não acha que tá querendo demais? - eu ri, e ele bufou, afundando a cara da mesa. - Abre o jogo, conta tudo.. É melhor para você mesmo.

Ele concordou. E começou a escrever.

Sua letra era linda, mas o idioma atrapalhava toda a letra. Ele escrevia muito rápido.

Parecia que os sentimentos vinham na ponta da caneta, e ela andava no automático.

Fui me deitar na cama do quarto, e quando ele terminou, veio correndo.

- Posso ler pra você? Quero saber se está bom.

- Não tem como não estar, é só um carta de atualização.

- É que na verdade, eu falei de você..

- Falou de mim? Lê logo!

"Querido papai, e querida mamãe.
Estou nesse momento em um quartel americano, mas fiquem tranquilos pois não fui sequestrado nem nada do tipo, pelo ao contrário, estou me salvando. Quando estávamos indo para os Estados Unidos, um avião americano nos atacou, e caímos. Ficamos semanas em briga com aquele pequeno exército.. Mas um dia eu quase morri, porém, meu novo namorado, ainda não namoramos, mas estamos quase. Ele poupou a minha vida, e quis me ajudar a fugir. Agora estou me passando por um americano, enquanto discutimos como vamos conseguir nos refugiar para o interior. Eu estou bem, prometo que vão conhecer meu namorado. Amo vocês..beijos
João Vitor. "

Ele leu toda a carta, como se fosse nada traduzir tudo aquilo, eu sorri, dando uma risadinha.

- Eu sou seu namorado?

- É.. quase né? Se não quiser eu tiro essa parte.

- Não.. Eu gosto da ideia de ser seu namorado..

- Gosta?

- Uhum.. Bastante - João se aproximou, deixando a carta no criado mudo. Ele colocou a mão na minha cintura por dentro da minha blusa.

- Então seja meu namorado.. Meu amor.. - Ele deitou com a cabeça no meu ombro, enquanto cheirava meu pescoço. Me fazendo arrepiar muito rápido.

- hum.. serei.. para sempre.. - disse baixo, enquanto suas mãos por dentro da minha camisa exploravam todo meu corpo.

- A gente poderia tentar de novo.. o que fomos impedidos da última vez..

- Hum..Mas me incomoda estarmos no meio da guerra.. Não parece meio babaca estarmos juntos, fazendo altas coisas, enquanto nós somos do exército e precisamos estar cuidando das pessoas.

- a guerra não se alastrou ainda, a gente não precisa ficar tão apreensivo enquanto não nos chamam para nada. Muitas pessoas estão vivendo normalmente.. Não podemos parar nossas vidas, enquanto não sabemos o dia de amanhã.

- A gente pode esperar mais um pouco?

- Uhum.. Quando estivermos prontos. - João disse, e deixou um beijo na minha testa, deitou a cabeça no meu ombro, e fechou os olhos.

Suas mãos desceram, mas continuaram na minha cintura. Eu o abracei, e fechei meus olhos da mesma forma.

Acho que nós dois estamos cansados demais pra tanta coisa agora.

Romeo and Romeo | Pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora