Romeo and Romeo | Pejão

Flüchtlinge

Pedro Augusto
( Estados Unidos)
- Point of vision -

E assim aconteceu no outro dia, nós nos armamos cedo, e os reforços chegaram.

Eu fui direcionado apenas usar granadas, mas meu plano era completamente outro.

Assim que comecei a ver que os tiros estavam com mais frequência, significava que aquele era meu ponto de partida, segurando com força minha cintura, corri até o nosso local.

Onde eu e João havíamos combinado que eu daria o seu tiro de raspão.

Mas, a situação foi outra, assim que cheguei, João estava sendo ameaçado por um americano.

Eu paralisei, vendo João, com as mãos para o alto, e o gringo de costas para mim, apontando uma arma para ele, tentando de todas as formas tirar alguma informação do João, antes de mata-lo.

João me viu, seu olhar pedia socorro, enquanto aos poucos ele se ajoelhava. Seus olhos molhados, cerrados, suspirando entre aqui e o véu.

Tirei rapidamente minha pistola do cinturão da farda, e atirei na cabeça do Américo.

Jogar contra meu próprio time era a coisa mais louca que eu já tinha feito por amor. Não que eu já não tinha feito isso.. - Pois é, Noberto. -

Me joguei aos braços de João, de medo, de amor, e de cansaço.

Eu precisava voltar pra casa, eu precisava ser curado. Eu posso morrer se eu sangrar mais um pouco nessa minha merda de cintura..

- Vai Pedro, vamos acabar com isso, anda logo. - Peguei minha arma, me afastei, e mirei. Deixando um tiro de raspão em sua perna.

João tremeu e caiu, corri até ele amarrando qualquer pano que tinha ali na hora em sua perna, evitando um sangramento grande.

- Troca de farda, anda..! - Eu disse entregando a ele a farda do Americano que eu havia atirado.

A sorte está do nosso lado.

Entregue a identificação para ele, e andamos até a base, a minha base.

Eu já havia salvado Jão dos alemães, agora preciso nós salvar da guerra.. E eu espero conseguir.

(...)

Assim que chegamos, caímos dentro do abrigo, onde eu fiz um curativo melhor em sua perna.

- Você está bem? - Perguntei.

- Uhum, e você? - ele disse me olhando.

- Bem, muito bem, Noberto. - Ele riu, e sorriu.

Me aproximei lentamente, sua mão foi direcionada a minha nuca, onde ele puxou os meus fios de cabelo para si, indo me puxar para um beijo.

Ele só me empurrou pois escutamos barulhos de outros soldados.

E assim aconteceu, meu coronel entrou no abrigo.

- Quem é esse? - Ele disse

- Noberto.. ele é do reforço, mas vai precisar ir comigo amanhã, ele tomou um tiro na perna.

- Identificação. - João entregou, tremendo.

Eu o olhava, queria que desse tudo certo.

- Vocês vão hoje, corram lá fora, o helicóptero vai pegar vocês e levar para o vôo de volta.

Assim fizemos, João se levantou, e um apoiando no outro, fomos. Chegamos e subimos no helicóptero, com algumas outras pessoas.. nós nos sentamos, e João deitou a cabeça no meu ombro

- Estamos salvos.. Meine Liebe

- Que? - não entendi sua última palavra.

Ele se aproximou e sussurrou em meu ouvido.

- Em alemão, significa,meu amor.

Eu sorri.