Again?

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João Vitor
(Alemanha)
- Point of vision -

Acordar e correr para atirar.

Essa é mais uma vez que acordo assim.

Perdemos muitos soldados ontem, e os nossos reforços não veem, Hitler está confortável em querer nos deixar aqui, estraçalhados, do que mandar reforços.

Ele só quer saber de atacar os outros países, mas não quer saber de nos ajudar a acabar com esse lixos americanos.

Graças a tudo que é maior, os americanos não sabem que estamos na gruta. Então, nós nos encontramos para a batalha todo dia em pequenos espaços, e só acaba quando a coisa começar a ficar feia.

Aliás, eles também precisam de reforços.

Não está nada fácil.

Eu estava novamente na pontaria, de cima, atirando em quantas pessoas forem precisas.

Pensando em Pedro, se ele havia sido atacado. Eu estava preocupado.

Não porquê eu tinha sentido algo, mas sim porquê ele pode ser a minha chance de me salvar..de nós dois sermos salvos.

Mas se bem, que Pedro é ótimo, ele me atacou com uma violência ontem que jurei ser meu último suspiro.

Inclusive, ele é lindo na luz da lua, e não posso negar.

Já não deve ser surpresa pros meus amigos de confiança que eu sou definitivamente homossexual.

Gosto de meninos e meninas.

Mas se eu falar, é capaz de ser exorcizado pela igreja, ou até mesmo massacrado pelos nazistas.

Mas de verdade, que mal tem em achar uma pessoa bonita? É sério.

Tipo, a gente vê pessoas o dia inteiro, e sempre julgamos..

"Aí, tão feia"

"Aí, tão linda"

Então não vejo mal algum. Bom. Não vou tentar me justificar mais, ou é capaz de me condenar, isso sim.

- Psiu! - Escutei, enquanto uma pedra acertava minhas costas.

Me abaixei rapidamente, e olhei para trás, era Pedro..

- porra! Quer me matar de susto?

- De susto não, mas de tiro talvez. - Ele ri -  brincadeira.. Vem pra cá! Rápido!

Me arrastei até Pedro no chão, e fomos até o nosso lugar de encontro.

- Preciso te machucar. - Pedro disse, pegando seu estilete.

- Que! Tá louco?

- É sério! Se eu não fizer isso, vão saber que você.. Ou melhor, que nós estamos fugindo para nos encontrar! - ele disse suspirando com minha cara de assustado- Vai dizer que seu general não vai perceber que você sumiu? Temos que fingir que lutamos!

- Pedro.. - Eu disse me afastando.

- Confia João..

Me aproximei, com medo.. Poxa, eu sempre tive medo de agulha, agora me vem um estilete?

Pedro segurou minha mão, e passou o polegar lentamente. Seu toque era quente, e macio.

Ele subiu lentamente a mão, tocando no meu rosto, virando para ele o lado esquerdo.

Então ele passou o estilete, três vezes, fazendo uma coisa profunda.

- Aí! Caralho..-
Uma lágrima escorreu dos meus olhos, então, ele a enxugou.

- Tá tudo bem.. Vai passar.. Prometo que vamos fugir e não vamos ter que fazer isso mais. É só para parecer que você tomou um tiro de raspão. - Ele me entregou o estilete, enquanto eu mordia os lábios, sem dizer uma palavra. - Preciso que você faça o mesmo.

Ele abriu sua farda. Naquele momento, seus movimentos ficaram em câmera lenta. Ele tirou o braço para fora, e me entregou.

Eu demorei um pouco para racionar.

- Jão.. vai..- Pera, ele me chamou de, Jão?

Segurei seu braço, e lentamente, fiz os três cortes. Pedro segurou suas vestes, com força, tentando se segurar para a dor.

Então, ele colocou a roupa novamente, pegando o estilete, e rasgando bem aonde tinha tido o corte, além de com um fósforo queimar levemente a roupa, no rasgo.

- Pra que isso? - Perguntei..

- A bala é quente..

- Você é mais inteligente do que eu pensei..- Nós rimos.

- Você vai me encontrar aqui essa noite?

- Vou..

- Dessa vez vem com segurança, bobão. - eu ri

- Tá bom.. Bom, você queria falar alguma coisa? Me trouxe aqui para falar, né?

- Na verdade não.

- Não me fala que você só queria me cortar!

- Não! Não é isso.. É só porquê.. Eu queria te ver.. E se eu te visse, teria que fazer algo pra não ficar estranho.. Eu fiquei com..

- Com medo de que eu estivesse morto? - Eu completei.

- É!

- Eu também fiquei com medo de que você estivesse.. Mas então que bom que você também se preocupa.

- É claro.. Te vejo hoje de noite.

- Também te vejo, Tófani.

- Até mais, Romania. Não morre.

- Só se for do seu lado. - Eu sorri e ambos saímos.

Romeo and Romeo | Pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora