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Pedro Augusto
( Estados Unidos)
- Point of vision -

Enfim chegamos nos Estados Unidos, e fomos para o quartel de saúde, onde iriam cuidar da gente.

João tinha conseguido passar por todas as principais informações, então agora era apenas ele ser cuidado.

Ficamos nós dois em um quarto sozinhos, e depois de muito tempo eu tomei banho e troquei de farda.

Me senti tão limpo, tão lindo, tão novo.

Me deitei na cama e vi João, ele olhava nossas identidades e pensava.

- Tá pensando no que? - Passei a mão em suas costas, ele também já havia tomado banho.

- No futuro.. Tipo, se a gente não morrer aqui, vamos morrer por querer nos casar.

- Já tá pensando em casamento? Calma.. a gente tem tempo de pensar como fugir do cartório logo depois que assinarmos o contrato de casamento, e você tirar sua fantasia de mulher.

- Por que eu tenho que ser a mulher?

- Porque você é o mais fraco! Eu tenho músculos muito fortes para aparecer em um vestido.

- Eu sou fraco? - Ele puxou a manga da farda, forçando o braço, mostrando os músculos.

Aquilo era mais um ponto para chamar atenção nele. Porra, quero ser o homem dele. Quero que ele seja meu homem.

- Tudo bem.. a gente usa um vestido de manga então! - Ele revirou os olhos, e eu o beijei..

Senti falta de poder fazer isso sem medo, sabe? Como nas noites.

Agora estamos no quartel, e estamos bem para isso..Estamos salvos..

Não é?

Ele tinha o movimento perfeito, e mordiscava meu lábio inferior de um jeito que eu conseguia sentir a diferença entre dor e prazer.

Eu puxava os cabelos da sua nuca, e tinha certeza que teria ele só pra mim.

Tudo aconteceu tão rápido, mas como ser diferente? Ele é tão atraente e.. Enfim..eu só consigo pensar o quanto gosto dele.

Ele se afastou, nós dois estávamos com a respiração ofegante, acho que nós nos desesperamos só um pouquinho.

- Você não tá com medo de alguém entrar aqui? - Ele disse.

- Olha, de verdade? - ele fez que sim com a cabeça- Muito medo. Mas foda-se. - Rimos.

- Obrigado por ter poupado minha vida. - Ele disse deitando do meu lado.

A cama do quarto era extremamente desconfortável, e pequena, já que eram apenas duas, uma para cada. E fazia um barulho infeliz.

Mas eu e ele estávamos ali, dividindo o pequeno espaço como podíamos.

- Eu que agradeço por eu ser tão bobo, ao ponto de não ter te matado pela sua carinha. Você podia ter me matado ali mesmo.

- Eu quase! Foi bem quase.

- Ata! Você tava suando frio! Antes mesmo que eu chegasse!

- Eu? Tá me confundindo! Eu fui o soldado mais corajoso daquele lugar!

- Tá bom, Noberto.. Você fugiu, tá se passando de gringo e é gay.. Isso é coragem mesmo.

- Eu gosto de meninas também, my love.

- Continua sendo errado.

- Falou o homem que me beijou, enquanto estava quase morrendo!

- em minha defesa, de qualquer forma eu ia morrer, preconceito ou guerra!

- Não morreu de nenhuma forma. E nem vai morrer.

Eu bocejei. Ele beijou o canto da minha boca, descendo até o pescoço, enquanto ele saia da cama.

- Boa noite.

- Boa noite.. - Fechei os olhos e apaguei em instantes.

Romeo and Romeo | Pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora