in love

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Pedro Augusto
(Estados Unidos)
- Point of vision -

E assim foram todos os dias por uma semana, mas logo tudo acabou. Eu e "Noberto" recebos um chamado aqui.

Vamos fiscalizar os mares, caso os alemães cheguem de barco. Eu, ele e mais alguns soldados.

Eu já estava muito melhor, praticamente curado, igualmente a perna de João..

Hoje era nosso último dia aqui, tranquilos. Pelo menos a praia era mais segura, os abrigos por lá, e as bombas que ficam muito perto em lugares específicos, seria uma chance maior de sairmos vivos.

Eu estava indo tomar banho, enquanto João havia acabado de terminar o dele, nós nos encontramos no meio da passagem. E sorrimos um para o outro.

- A gente vai fugir de novo alguma hora, né?

- Claro..só vamos parar quando estivermos seguros com seus e os meus pais no interior dos Estados Unidos.

Entrei para o banheiro.

Os pais dele também estavam no interior dos Estados Unidos pelo mesmo motivo, de não apoiar o Hitler.

Acho que metade da população mundial não apoia.. Ele é louco. Totalmente louco.

Tomei meu banho e quando voltei para o quarto, o jantar já estava sendo servido. A enfermeira deixou os dois pratos de sopa e saiu novamente.

Me sentei na mesa do quarto junto com Jão, como todas as noites, e começamos a comer.

A gente gosta de fingir que todas as noites estamos em um encontro de jantar romântico, o que torna tudo mil vezes mais leve.

Toda essa situação que está acontecendo em nossos países, é uma tensão muito grande, a gente nem os que estão de fora da guerra sabem quando Hitler vai atacar, e se vai atacar.

Então é tão preocupante, e quando tudo está tranquilo demais, é como seu uma grande mentira estivesse acontecendo.

- Podia ter um docinho agora.. - Eu disse arrastando o prato pro meio da mesa assim que terminei.

- Tem eu. - João disse, e rimos.

- Mas esse docinho dura pouco?

- Não, não.. É literalmente uma fábrica. Pode pegar quando quiser. - Ele sorriu, querendo rir.

E eu a mesma coisa.

É difícil indentificar quando estamos flertando, acho que temos o mesmo pensamento.

É complicado a gente querer flertar, tipo.. eu quero pra caralho flertar com ele, mas a gente tá no meio de uma guerra, dentro de um quartel hospitalar, não sabendo como nossa família está.

Entendeu? Parece que não estamos no clima.

Mesmo que isso não deveria parar nossas vidas, vai ter que parar, pois já estamos dentro.

Então eu me levantei, ainda rindo, fui escovar meus dentes, e me deitar.. Não demorou para ele fazer o mesmo e trancar a porta do quarto.

- Posso deitar com você? - Ele disse, eu concordei com a cabeça, e me afastei, dando espaço para ele.

Seus braços se guiaram para a minha cintura, e eu, levei ao seu cabelo, fazendo um carinho delicado.

Essa posição é nossa marca.

- Pedro, você já imaginou a gente.. - Ele suspirou - Esquece.

- Esquece por quê? Claro que já.

- Mas você nem sabe o que é..

- Com certeza sei. E eu queria tentar. - Ele me olhou, como se tentasse entender.

Bem que meus pais me avisaram que a primeira relação íntima do casal ou começa com um jeito muito constrangedor, ou é natural porquê os dois estão totalmente bêbados.

- Sério mesmo? - Ele não deixou de conter um sorriso de canto.

- Sério mesmo.

- Será que.. - Eu o interrompi.

- Uhum.. a gente pode..

Seus lábios agarram os meus, em um beijo desesperado, mas logo foram se afastando e descendo para meu pescoço lentamente, na medida certa pra me fazer querer um pouco mais.

Sua mão circulava na minha cintura o meu curativo, enquanto eu apenas arranhava suas costas.

Enquanto eu tentava abrir seu pijama, um barulho muito forte veio da porta.

Merda, esquecemos de despachar os pratos sujos.

Nós nos levantamos rápidos, e abrimos a porta entregando para a enfermeira. Fechamos e trancamos de novo.

- Melhor dormirmos Pe.. amanhã a gente sai cedo.

- Uhum..  Boa noite

- Boa noite..

Apagamos a luz e nós nos deitamos, cada um em sua cama.

Romeo and Romeo | Pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora