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Flashback off:

BIA POINT VIEW:

Quando chegamos, ele tirou os chinelos e me olhou com um sorriso contido. É engraçado como depois de três meses, ele ainda conseguia fazer essas pequenas coisas parecerem conquistas.

— Onde vamos sentar? — perguntei, já começando a rir enquanto o via mais à vontade do que nunca. Não sabia que ele gostava tanto assim do mar. Ele aponta para um lugar na areia um pouco distante da água.

— Antes de continuarmos... — Ele começa, posso sentir um nervosismo na sua voz, mas ele logo coloca um sorriso sútil no rosto.

Um turbilhão de emoções invade minha mente assim que ele se ajoelha na minha frente, pegando uma caixinha no bolso.

Beatriz Alves, quero te pedir desculpas antecipadamente caso minha pronúncia estiver ruim, mas... Eu não encontrei um jeito melhor de te fazer esse pedido sem ser na sua língua materna, foi difícil aprende-la no começo, mas por você, eu daria a volta ao mundo só para fazê-la feliz.  Desde o primeiro dia que eu te vi, eu senti algo diferente, a primeira vez que meus olhos encontraram os seus depois da bolada... Eu enlouqueci por completo, acho que sinto alguma coisa por vice desde aquele dia mas neguei para mim mesmo por um tempo, mas nesses três meses de namoro, eu vi que ainda não te fiz um pedido descente. Por isso, eu estou aqui, estive procurando o momento perfeito para fazer isso decentemente, mas percebi que não existe momento perfeito. Você quer namorar comigo? — Ele... Ele aprendeu português só para poder falar comigo?... A cada dia que se passa, eu me apaixono ainda mais por esse garoto.

— É claro que eu quero seu bobo. — Digo com os olhos marejados, o seu sotaque me encantava, mesmo errando a pronúncia de algumas palavras, foi perfeito. Não poderia ter sido melhor.

Um sorriso imenso se forma em seus lábios, um sorriso tão grande quanto o meu. Ele se levanta e pega o anel menor que estava na caixinha, ele tinha algumas pedrinhas brilhantes envolta, era simples, exatamente do jeito que eu gosto. Não gosto muito de coisas chamativas, mais gosto de coisas brilhantes. Ele me conhece tão bem...

Minha mão já está estendida em sua direção, Kageyama a segura e coloca o anel em meu dedo que combe perfeitamente. Agora é a minha vez, ele me entrega o outro anel que estava na caixinha, ele era um anel normal, sem detalhes nem nada. Então o pego e o coloco em sua mão igualmente a ele.

Geralmente eu sou a primeira a pular em seus braços para um abraço, mais dessa vez foi ele. Ele abraça minha cintura com força e passo meus braços ao redor de seu pescoço. A emoção do momento foi tão grande, que quando me dei conta eu já estava rodando no ar em seus braços enquanto meus pés pairavam no chão. Realmente uma cena de filme.

— Eu te amo. — Ele sussurra em meu ouvido. — Eu declararia o quanto eu te amo para o mundo inteiro ouvir, mas você é o meu mundo.

Você sempre sabe escolher as palavras tão bem, você também é meu mundo Tobio, meu universo e todas as minhas constelações. Você me completa, você é minha metade, a parte de mim que eu não conhecia e nem sabia que precisava, mas eu não me vejo sem você. E quando não estamos juntos, minha vida parece não fazer sentido. Eu também te amo, Tobio. Até o fim do universo.

[...]

Ele se aproximou sem cerimônia, colocando um dos braços ao redor dos meus ombros.

— Por que você gosta tanto desse lugar? —  Perguntou cutucando a areia com os dedos.

— Não sei… Eu só... Gosto do som das ondas quebrando na areia — digo com os olhos fixos no horizonte. — Eu esqueço de tudo por alguns minutos.

— Até de mim?

— Menos de você. — Digo soltando uma risada leve,  tentando disfarçar o rubor nas bochechas, coloquei minha cabeça em seu ombro, a deixando repousar ali enquanto observamos o oceano. — Mas você tem sorte de que eu te suporto. — Digo brincando.

Ele gargalhou, o som baixo e contido, mas que fez meu coração acelerar. Havia uma parte de mim que sabia que ele entendia, que respeitava o meu espaço e ao mesmo tempo trazia uma segurança que eu nunca tive com ninguém. Então, puxei seu rosto para perto e dei-lhe um beijo, mais espontâneo do que qualquer coisa planejada.

Quando nos afastamos, ele continuou me olhando de perto, e vi a faísca de brincadeira em seus olhos.

— E aí, já decidiu se eu sou tão insuportável assim?

— Talvez você não seja tão insuportável quanto eu pensava, eu já te aguentei por três meses né? O que seria mais uma vida inteira ao seu lado.  respondi com um  sorriso nos meus lábios. Ele soltou uma risada e bagunçou meu cabelo, sem disfarçar o orgulho de me fazer rir, mas não só por isso, mas também pelo que eu falei no fim da frase.

O sol continuava descendo no horizonte, e ele se levantou, me puxando com ele.

— Vamos andar um pouco?

Segurei sua mão e caminhamos pela areia, aproveitando o silêncio entre nós. A brisa era leve, e a praia parecia um mundo só nosso. Ele soltou minha mão por um momento para pular uma poça deixada pela maré, e quando caiu no chão com um equilíbrio desajeitado, comecei a rir, vendo que o famoso “Rei da Quadra” tinha um lado pateta que poucos conheciam.

— Não ri das minhas desgraças. —  Ele protestou, mas a risada era inevitável.

— Ah, é assim então? Não posso rir? —  Provoquei cruzando os braços.

— Vou te ensinar a não rir de mim. — Ele se aproxima com um olhar sedutor mais ao mesmo tempo um expressão desafiadora. E antes que eu percebesse, me pegou no colo e começou a girar.

Comecei a rir alto, era fácil esquecer do mundo com ele. Quando ele finalmente me colocou no chão, me agarrei aos ombros dele para manter o equilíbrio. Seus olhos encontraram os meus, e senti a conexão intensa entre nós, como se o universo inteiro tivesse se estreitado naquele instante.

— Você é louco. —  murmurei ainda sorrindo, ele inclinou o rosto para mais perto do meu.

— Só quando estou com você. — Então, nossos lábios se encontram de novo, dessa vez com mais intensidade, como se aquele fosse o único jeito de mostrar o que sentia, sem ser com palavras.

Nosso beijo foi interrompido pelo barulho de uma onda maior que estourou perto de nós, nos fazendo rir e dar um passo para trás. Ele apertou minha mão e seguimos caminhando, agora mais tranquilos, as mãos entrelaçadas de forma natural.

Depois de alguns minutos caminhando, Kageyama passou o braço ao redor dos meus ombros, e eu me aconcheguei nele, apreciando o calor que me envolvia.

— Parece que foi ontem que você ficou surpresa quando eu disse que gostava de você. — Comenta brincando com uma mecha do meu cabelo.

— É que foi inesperado. E você teve sorte que eu resolvi acreditar. — Disse em meio de algumas risadas fracas e suaves. Ele fingiu uma expressão de ofensa, mas logo riu junto.

— Eu diria que foi você quem teve sorte.

Revirei os olhos, mas por dentro sabia que ele estava certo. Não era uma questão de sorte, mas sim de encontrar alguém que me entendesse, alguém que estivesse disposto a esperar, a aceitar cada pequena parte minha. Até aquelas que eu mesma demorava a aceitar.

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas aproveitando o momento, sem necessidade de palavras. O vento soprava de leve, e eu me sentia confortável com ele, sempre me senti.

— Obrigada por me acompanhar até aqui. — Murmurei, olhando para ele com um sorriso sincero.

Ele me puxou para mais perto, descansando o queixo no topo da minha cabeça.

— Por nada. Sempre que você quiser, eu estou aqui.

______★★★______

Éh.... Então né... Demorou um pouquinho mas tá ai o capítulo 😁💞

(Sem ft)

O Olhar Do Oceano Sobre Mim -Kageyama TobioOnde histórias criam vida. Descubra agora