Em meio à pressão das Olimpíadas de 2024, S/n Galvão Lima, uma artista multifacetada brasileira, encontra um novo rumo em sua vida ao se conectar com Flávia Saraiva, uma talentosa ginasta que está lutando para entender seus sentimentos e sua identid...
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Eu estava sentada no chão do quarto, ainda encostada na porta, completamente perdida. O que foi que eu acabei de fazer? Minhas mãos ainda tremiam um pouco, e eu mal conseguia processar a última meia hora. Minha mente estava rodando a mil, voltando repetidamente àquele pequeno instante… o selinho que eu dei na Flávia. Foi rápido, quase um reflexo, mas o suficiente pra me fazer entrar em um estado de pânico interno.
"Por que eu fiz isso?"
Eu não conseguia parar de me perguntar. Meus lábios ainda formigavam com a lembrança, e a imagem de Flávia parada ali, com uma expressão de surpresa e os olhos arregalados, não saia da minha cabeça.
Respirei fundo, tentando acalmar meu coração que ainda batia forte. Era só um selinho, nada demais. Só que pra mim, aquilo significava muito. Muito mais do que eu queria admitir. E pra ela? O que será que ela pensou? Será que eu estraguei tudo?
Eu me arrastei até a cama e antes que eu pudesse continuar me afundando nos meus próprios pensamentos, a porta do quarto se abriu com um estalo, e eu levantei o olhar, vendo Rafael entrar com aquele sorriso despreocupado de sempre no rosto. Ele deu uma olhada rápida ao redor, provavelmente esperando me ver em um estado mais normal, mas assim que seus olhos pousaram em mim, sentada no chão, com uma expressão que devia estar um caos, ele parou por um segundo.
- O que... aconteceu aqui? - ele perguntou, franzindo as sobrancelhas, mas com um brilho divertido nos olhos. Ele cruzou os braços, tentando segurar o riso. - Você parece que acabou de ver um fantasma ou... fez alguma besteira.
Eu suspirei, passando as mãos pelos cabelos de forma frustrada.
- Rafa, eu fiz uma grande besteira.
Agora ele não conseguiu segurar o riso. Ele se aproximou, se abaixando na minha frente, e colocou a mão no meu ombro, o sorriso divertido ainda estampado no rosto.
- Conta tudo, vai. O que você aprontou dessa vez?
Eu olhei pra ele, sem saber exatamente como explicar.
- Eu... - comecei, hesitante, olhando para o chão. - Eu beijei a Flávia.
Rafa piscou algumas vezes, tentando processar a informação. E então, pra minha surpresa, ele começou a rir. Rir de verdade, como se eu tivesse acabado de contar a piada mais engraçada do mundo. Ele caiu sentado ao meu lado, segurando a barriga enquanto tentava recuperar o fôlego entre as risadas.
- Você... você beijou a Flávia? - Ele repetiu, com um tom incrédulo e ao mesmo tempo divertidíssimo. - E é por isso que você tá assim? Sentada no chão, parecendo que o mundo vai acabar?
- Rafa, não é engraçado! - Eu retruquei, batendo de leve no ombro dele. - Foi só um selinho, mas... eu não sei o que ela vai pensar! E se ela achar que eu passei dos limites? Eu não quero que ela pense que eu sou uma idiota!