2| o charme do perigo.

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02:00 am / Europa.


MORANA MERIKH

O sono já não está mais presente em mim, confesso estar com fome, não jantei direito por vergonha de Billie, a vontade de ir até a cozinha procurar algo para comer é grande, mas o medo de encontrar a assombração no meio do caminho é maior.

Mas hora dessa ela deve estar dormindo, com certeza. Não vou fazer muito barulho, me levanto ainda meio sonolenta, ao lado da cama tem uma pantufa confortável, me calço, procuro meu celular no criado mudo e acendo a lanterna, ponho a lanterna no fraco e caminho para fora do quarto.

Algumas lâmpadas estão acesas, outras apegadas, a casa não está totalmente escura por conta da claridade do lado de fora, as cortinas não está fechadas.

Ando pelo corredor mas paro ao ouvir um barulho vindo de um quarto, onde deduzo ser o quarto de Billie por ser ao lado do meu.

A uma brechinha na porta onde dar de ver um pouco o lado de dentro, me agacho espionando pela brechinha, Billie está dando um nó em sua gravata cor de sangue. Por que ela está se arrumando essa hora?

Tento olhar mais para o lado e vejo uma arma em cima do criado mudo. Ponho a mão na boca na tentativa de acalmar meus nervos que nessa hora estão lá em cima, seu olhar se encontra com o meu pelo espelho, saio do lugar imediatamente sem me importar com que ela ouvisse.

Desço as escadas a procura da cozinha, essa casa é enorme, facilmente me perderia aqui.

Acho que Billie está se arrumando para encontrar alguma mulher, que coisa mais tola, ela me sequestrando e indo encontrar outra, mas o que aquela arma está fazendo em seu criado mudo?

São tantas perguntas mas com zero respostas, odeio não poder limitar minha curiosidade as vezes, agora não irei me aquietar até descobrir onde ela vai.

E se eu for junto com ela? Seria muito arriscado, mas pelo menos eu tentaria, não tentar é um atormento.

Mas como vou sair dessa casa cheia de câmeras? Mas ao sair Billie não vai ver as câmeras, mas tem os alarmes... Tem tantos fatores que contribui para dificultar minha saída dessa casa.

Mas até a garagem não tem alarme, posso acompanhar ela até a garagem e ir no porta-malas.

Enquanto vários pensamentos circulam ao redor da minha mente eu abro a geladeira pegando uma torta doce que sobrou da sobremesa, não comi muito mas confesso que adorei o sabor, Ester cozinha bem.

Abro o armário de vidro devagar, ele não faz muita zoada mas mesmo assim todo cuidado é pouco quando se trata de uma invasão na madrugada.

Retiro do armário um pequeno prato branco de porcelana e uma colher pequena da gaveta que fica na ilha da cozinha.

Ponho um pedaço da torta no prato e guardo o restante na geladeira, pego um copo de vidro e ponho um pouco de suco de acerola dentro.

Se passou anos mas Billie nunca esqueceu do meu suco favorito.

O lanche estava uma delícia, passo a língua pelos menos lábios pegando os últimos restantes de comida, desço do banquinho da ilha com cuidado pegando o prato e pondo dentro da pia cuidadosamente, Ester vai ser a primeira a entrar na sozinha então não vai ser um problema deixar a louça suja aqui.

Ouço passos vindo em direção a cozinha, me escondo na dispensa que é bastante espaçosa. Os passos se aproximam mais ainda, ouço a geladeira sendo aberta e um líquido derramando em um copo, deve ser Billie pegando água para beber.

Espero alguns minutos para sair da dispensa, Billie já não está no local, arrumo meu cabelo e a blusa do meu pijama.

Aumento meus passos para acompanhar Billie, sem que ela me veja, talvez seja uma missão difícil mas não impossível.

𝐑𝐚𝐢𝐧𝐲 𝐍𝐢𝐠𝐡𝐭 | 𝙶!𝙿 Onde histórias criam vida. Descubra agora