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-Elizabeth

Desde quando meu pai ficou doente, eu sabia que as coisas iriam ficar ruins, não tinha mais tempo de escrever para o Namjoon mas continuava visitando sua mãe aos domingos e almoçávamos juntas 2 vezes por semana, papai me pediu para tomar conta de seus bens até que ele ficasse melhor, estávamos transformando o antigo colégio Wild em uma fábrica de roupas, eu estava abrindo minha própria loja de roupas da alta costura em Londres.
Em um dia qualquer meu pai me solicitou para uma reunião com um de seus sócios, Sr. Jung e seu filho Hoseok, a nossa reunião seria em seu quarto pois papai estava impossibilitado de levantar-se da cama.
Quando a reunião finalmente começou, notei que meu pai estava um pouco nervoso, no decorrer da reunião eles insinuaram que eu e Hoseok deveríamos nos casar para expandir nossos negócios e pelo meu bem, não seria bem vista pela sociedade uma mulher solteira e dona de empresas, não na nossa década, eu me neguei e saí batendo a porta, mais tarde papai me chamou novamente para conversar sobre o ocorrido.

-Sr.P: Minha filha, me perdoe por hoje mais cedo, tenho medo de que eu vá embora e te deixe sozinha, você é meu único bem.
-Lili: Eu tenho o Namjoon pai, e o senhor não vai embora agora,  prometeu não ir também.
-Sr.P: Eu sei meu bem.

Essa noite eu dormi no quarto do meu pai, eu não queria ficar 1 minuto longe dele pois eu sabia que ele poderia não resistir, afinal descobrimos seu câncer de pulmão em estágio final, no dia seguinte eu fui tomar café e antes de sair conferi se meu pai estava bem, a enfermeira disse que seria um bom dia pois haviam chegado novos remédios.
Mais tarde naquele dia, eu estava no escritório da nossa quase fábrica escolhendo tecidos quando recebi um telefonema, era da enfermeira... Corri o mais rápido que pude até em casa, quando entrei no quarto do meu pai, ele estava pálido e sem forças, a senhora Kim estava ao lado dele e pela cara, não havia nada de bom, então a enfermeira me chamou e disse para eu me despedir, foram as piores segundas palavras que já ouvi desde o assassinato da minha mãe, aquela foi a tarde mais cruel e dolorosa para mim.

-Sr.P: Lili: eu confio em você querida, quero que saiba que você fez minha vida cinza ter cor, você foi a melhor versão de mim e da sua mãe e agora finalmente vou reencontra-la.
-Lili: Eu te amo papai, obrigada por ter sido meu tudo, obrigada por me dar o privilégio de ser sua filha e amiga, eu prometo que vou fazer tudo por você, manda um oi para minha mãe por mim e diz que eu a amo.
-Sr.P: Saiba que esse velho doente te amou mais que qualquer coisa no mundo! Me promete que vai se manter forte e que não vai desistir dos seus sonhos e da fábrica, me promete que não vai se deprimir ou se isolar, eu te conheço bem minha filha.
-Lili: Eu prometo pai.

deitei ao lado do meu pai e dormimos pela última vez juntos com ele me protegendo da tempestade até a hora de sua morte.

Era por volta das 6 da manhã quando a enfermeira me acordou dizendo que meu pai havia partido, senti meu coração se rasgar aos poucos, minhas pernas estavam doendo e minhas lágrimas não paravam de cair mas eu precisava ser forte, eu prometi a ele isso, eu fui retirada do quarto enquanto levavam meu pai para outro lugar, talvez necrotério, não quis os detalhes, estava devastada, não sabia o que seria de mim agora.
A senhora Kim se ofereceu para resolver as questões do velório e enterro, seu Filho Jin que já havia voltado do exército estava cuidando da loja de fotografias da família, e eu? Bom, estava aos pedaços mas precisava escolher a roupa favorita do meu pai, era um terno da Gucci que foi usado no dia de seu casamento e a gravata que ele usou no meu primeiro aniversário, seria assim que veria meu pai pela última vez.
Já era hora do velório, foi feito nos fundos da nossa casa, lá havia uma capela onde seria feita a cerimônia de despedida, eu estava caminhando junto da senhora Kim, SeokJin, Hoseok e alguns membros da alta sociedade de Londres carregavam o caixão. A cerimônia infelizmente teve fim e era hora de enterrar, eu não tive condições de fazer discurso ou dizer algo em nome do meu pai eu apenas chorei enquanto meu pai era levado até o cemitério HighGade de Londres, seguido por uma passeata.

Me despedi de todos e entrei no carro da minha família, chegando em casa, haviam alguns homens me esperando para que eu assinasse algumas papeladas, garantindo que eu seria a sucessora das empresas Wild que carregavam o sobrenome da minha mãe, meu pai havia deixado tudo em ordem, tudo pago para que eu apenas administrasse.
Quando esses senhores foram embora, meu mordomo me chamou dizendo que havia uma carta para mim, era dele, minha última gota de esperança para minha vida mas mal sabia eu que essa última gota de esperança estaria evaporado até o final da carta, ele terminou comigo, talvez eu devesse aceitar que eu nasci para viver sozinha, nessa casa gigante com mais de 10 empregados, fortuna acumulada e ninguém para dividir.
Aquela foi a pior noite que já tive em toda minha vida, meus pesadelos voltaram, desde quando conheci Namjoon, aquela era a primeira vez que eu tive novamente aqueles sonhos do qual eu estou sempre sozinha, sem ninguém mas dessa vez... era a mais pura verdade.
Na semana seguinte do enterro, eu não havia falado com mais ninguém desde então, mas quando desci para tomar café, Hoseok estava lá.

-HS: Bom dia senhorita, mais bela que nunca, como passou a noite?
-Lili: Espera que eu diga que foi a melhor noite da minha vida? Hoseok, estou sozinha, o que quer que eu diga?
-HS: Me perdoe por isso, eu tentei levantar seu astral.
-Lili: Tudo bem, agora me diga, o que veio fazer aqui?
-HS: Elizabeth, você está sozinha e meu pai também está doente, eu vim te propor um casamento, somos melhores amigos desde que nós éramos crianças e eu não posso te ver assim.

Fiquei calada e continuei tomando meu café, quando terminamos ele se levantou, deu um beijo na minha bochecha e foi até a porta mas o chamei.

-Lili: Sr.Jung, Eu aceito.

Na mesma hora ele voltou e imediatamente se ajoelhou, tirando do bolso de seu paletó um anel de noivado grande e Caro.
No mesmo dia, começamos os preparativos, enviamos alguns convites e deixei que ele decidisse o resto mas ele era o homem mais doce, a todo momento ele pedia minha presença e opinião, com o passar das semanas, ele começou a vir todos os dias jantar comigo e me trazia flores, sim, Jun Hoseok era o homem mais desejado da época e também o mais gentil e romântico.

Comandante Kim.Onde histórias criam vida. Descubra agora