Capítulo II

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Amélia

Encarei meu reflexo no espelho,meus olhos estavam com bolsas escuras,e meu cabelo estava uma bagunça,o despertador (vulgo Judite) me acordou as 7 horas da noite.

Derik tinha adormecido no sofá,eu tive uma ideia e fui tomar banho,vesti um vestido tubinho preto que era bem curto e ousado,cacheei meus cabelos e fiz uma maquiagem escura e coloquei um par de salto alto vermelho.

Chacoalhei Derik impaciente.

-O que?!

-Eu estou saindo.-Ele abriu os olhos na hora e me analisou de cima a baixo.

-Eu vou com você.

-Não precisa.

-Eu vou e ponto final.

Ele se levantou e me deixou plantada naquela sala,voltou depois de um tempo com uma camiseta preta,calça jeans,e um tênis azul marinho.

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A boate estava lotada,as luzes piscavam e rodeavam o lugar inteiro,as pessoas dançavam,bebiam e se pegavam por todo o lugar.

Me sentei no bar e Derik ficou na minha frente.

-Quando chegar em casa podemos conversar?

-Sim.

Tomei um drink e fui dançar um pouco. Depois de algum tempo dançando senti uma mão na minha cintura e me virei,era um homem bonito,olhos azuis e cabelos morenos.

Ficamos dançando,então o cara me beijou,só foi por alguns segundos,pois alguém o arrastou,assim que identifiquei Derik fiquei puta da vida.

-Solta ele!-Ele me ignorou.-DERIK!-Berrei o fazendo parar e se virar,eu ja estava chorando de ódio.

Sai daquele lugar humilhada,um táxi estava passando,eu chamei e entrei,dei o endereço do prédio de Derik,e olhei para fora do carro,meu irmão estava olhava para todos os lados me procurando.

Entrei naquele apartamento frio,segui para meu quarto e tranquei a porta,liguei o ar-condicionado no mais gelado possível e fui tomar banho,coloquei um pijama quente e entrei em baixo das cobertas,só queria entender por que ele havia me humilhado.

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Derik

Merda! Merda! Mil vezes merda!

Ver aquele cara se esfregando em Amélia fez meu ódio se elevar á um patamar altíssimo.

Minha vontade era esmurrar o cara mas quando o arrastei para longe dela,pude contemplar o rosto molhado de lágrimas de Amélia.

Ela saiu correndo e eu fui a procura dela. Depois de rodar o quarteirão,desisti e fui para casa com esperança de encontra-la.

Girei a maçaneta de sua porta e impulsionei para frente,trancada,encostei o ouvido contra a madeira gelada e pude ouvir soluços,caralho! Encostei minhas costas na porta e escorreguei me sentando no chão.

-Amélia...

Os soluços pararam.

-Amélia por favor...

Silêncio total.

-Me perdoa...eu...não sei o que deu em mim.

Nada.

Abaixei a cabeça derrotado,suspirei e ouvi o som da tranca se abrindo,a porta foi aberta e olhei para o rosto inchado de Amélia,me levantei na hora e a abracei,bem forte.

-Me perdoa por favor...

Ela me olhou com aqueles olhos azuis faiscantes.

-Por que você fez aquilo?!

-E-Eu...fiquei irritado quando vi aquele homem com você.

-Acho que ja passou essa fase de querer dar uma de irmão protetor.

Arregalei os olhos minimamente,me lembrei de cada vez que a humilhei quando era adolescente,e podia estar perguntando se ela esta com alguém,mas não. Eu a humilhava.

Me deitei com ela e a abracei bem apertado.

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Acordei sentindo a cama vazia,fui até a cozinha e vi Amélia cozinhando algo.

-O que está fazendo?

-Ovos mexidos.

-Delícia.

A ajudei a montar a mesa e comemos em silencio.

-Temos o dia livre,o que sugere?

-Faz tempo que não vou ao jardim botânico.

Sorrio e elevo minha xícara de café até os lábios e murmuro.

-Você ia lá quase sempre.

-As plantas me relaxam.

-Eu sei uma planta que relaxa qualquer um.-Amélia me deu um tapa de leve no ombro.

-Seu maconheiro!

-Foi só uma vez.-Disse tentando me defender.-Em uma festa na faculdade!

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Amélia

Derik comprou nossos bilhetes e entramos,o maravilhoso cheiro de grama molhada me arrebatou de uma forma maravilhosa.

Andamos pelas trilhas por dentro da mata,depois visitamos a estufa e paramos para contemplar um jardim com várias flores pequenas com uma fonte atrás.

-Amélia eu queria...-Ele se aproximou de mim.-Me desculpar,pela a forma que eu te tratei quando a gente era mais novo.-Sorri.

-Derik...você nunca me magoou de verdade,não tem o que perdoar.

Ele pareceu aliviado,eu sorri e o abracei.

-E Amélia...

-O que?

-Eu sou adotado.

Laços do PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora