Capítulo VIII

18.1K 1.3K 57
                                    

Amélia

Sorri para Derik que estava fazendo uma careta enquanto provava a minha pizza favorita.

-Isso é horrível!

-Brócolis é muito bom!

-Não é não!

Sorri e bati de leve na testa dele,voltei a comer meu pedaço de pizza,uma ânsia de leve me bateu,Derik me olhou.

-Você está pálida.

-Eu estou bem.-Sorri fraco para ele e voltamos a comer.

---

Eu estava lavando a louça e Derik secando.

-Como anda a faculdade?-Ele pergunta.

-Bem...-Terminei de lavar o último prato e suspirei.

-Você anda muito cansada Amélia,eu me preocupo com você.-Eu o abracei por trás e respirei fundo.

-Eu sei...eu também me preocupo com você...sinto muito não poder ajudar com as contas,o meu salário vai todo para a faculdade.-Ele bufou e colocou o pano na pia.

Derik segurou meu rosto e disse calmamente.

-Já disse que não tem problema Amélia,você está fazendo seu melhor,e só isso importa.-Quando menos esperava sua boca ja estava na minha.

Ele sugava minha língua,e passava a mão na minha cintura,envolvi minhas mãos em seu pescoço,nos separamos pela maldita falta de ar. Ele acariciou meu rosto e sorriu.

---

Acordei com o barulho do maldito despertador, queria não ter que ir para faculdade,me virei e abri os olhos,Derik estava com o lençol cobrindo só a sua cintura,seu tanquinho estava à mostra.

Suspirei e me levantei,comecei a me despir e entrei no banho,senti a água escorrendo pelo meu corpo,e a mesma ânsia de ontem veio com tudo,minha visão ficou duplicada por alguns instantes e depois voltou ao normal.

Desliguei o chuveiro e comecei a me enxugar,fui até o closet e me vesti,sai do quarto e Judite ficou pulando em mim,sorri a acariciei sua cabecinha peluda.

Mordi uma maçã e olhei para o relógio,estava atrasada,peguei minha mochila e entrei no elevador,corri até o meu carro e dirigi até a faculdade,por sorte o professor ainda não havia chegado na aula.

---

As aulas passaram rapidamente e quando vi ja estava indo para a loja da minha avó.

Estacionei na vaga para funcionários e soltei o cinto,senti aquele desconforto novamente,isso ja estava ficando esquisito.

Entrei na loja e Mia,uma atendente,uma menina que era filha de um casal de amigos dos meus avós,ela tinha cabelos loiros em corte chanel,!sorriu para mim me cumprimentando, eu sorri de volta e fui para os fundos para me trocar.

---

Eu estava atrás do balcão atendendo alguns clientes quando Mia me chamou para ajudá-la a carregar algumas caixas.

Fomos até o almoxarifado,quando segurei a caixa a vertigem me pegou e eu acabei deixando a caixa cair no chão,me apoiei na parede e fechei os olhos com força.

-Amélia? Você está bem?

-N-Não...

-Você trabalha muito Amélia,melhor ir no hospital,você não está bem.

-Mas...

-Mas nada,dou uma desculpa para gerente,pode ir.

Eu suspirei e assenti,depois de alguns minutos,ja estava na sala de espera do hospital esperando atendimento.

---

Tentava segurar as minhas lagrimas enquanto atravessava o corredor estéril do hospital.

Entrei em meu carro e apoiei a testa no volante,as lágrimas grossas escorreram pelo meu rosto,uma a uma molhando minha blusa.

Eu estava soluçando já,eu não teria dinheiro para bancar isto,eu não conseguiria trabalhar,eu não sei o que fazer.

Derik teria de trabalhar,e só Deus sabe como a faculdade de medicina é difícil.

Controlei meu fluxo de lágrimas e comecei a dirigir para a única que eu sabia que poderia me ajudar,estacionei e sai do carro.

Entrei no prédio da minha família e entrei no elevador,cheguei no andar da presidência e a recepcionista me viu e sorriu.

-Senhorita Amélia,deseja que eu informe aos seus pais que está no edifício?

-N-Não precisa...vim fazer uma surpresa.

-Ah sim.-Ela disse simpática.

Caminhei até a sala de meu pai,bati na porta e ouvi um "entre!" do outro lado,entrei lentamente,meu pai me observou,surpresa passou pelos seus olhos,mas depois raiva.

-Pode me explicar o que está fazendo aqui?!

Laços do PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora