Laços do Pecado

Capitulo III

Amélia

A encarei estupefata.

-Isso é alguma brincadeira de mau gosto?

-Não...18 anos lembra?

-Oh meu Deus!-Cobri a mão com a boca horrorizada.-Mas como...

-A mãe e o pai foram em um orfanato e puft! Aqui estou eu!

Encarei minhas mãos por alguns minutos.

-Caralho.

-Poise.

-Vamos para casa.

-Tem certeza?

-Sim.

Nós saímos do jardim botânico e Derik dirigiu até seu apartamento,ele foi na cozinha e eu fui até meu quarto,fechei a porta e encostei minha testa na mesma,respirei fundo e tentei digerir aquela informação.

Meu irmão,não é meu irmão.

Ok,minha cabeça estava girando,tomei um banho rápido e peguei minha bolsa,não vi Derik em nenhum lugar,chamei um taxi e dei o endereço da casa da minha mãe.

Chegando lá porteiro me cumprimentou e eu só sorri,fui correndo até o elevador e abri a porta de casa.

Chamei a pela minha mãe,nada.

Merda!

Fui até a garagem e peguei meu sedan,dirigi até a empresa e assim que cheguei no último andar me deparei com um homem MUITO bonito.

Ele sorriu para mim,merda! Que sorriso é esse?! Sorri de volta e entrei no corredor,fui até a sala de minha mãe mas Carolina me avisou que eles estavam na sala de reuniões.

Abri a porta e meu pai e minha mãe estavam concentrados em seus notebooks.

-A filho que bom que ve...-Ele parou de falar assim que me viu.

-Por que não me contaram que Derik era adotado?!-falei mais alto do que o normal minha mãe empalideceu,e notei que papai ficou tenso.

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Derik

Meu pai queria falar comigo,peguei minha moto e dirigi até a empresa,algumas mulheres lançavam olhares descaradamente,entrei no elevador e assim que sai notei algumas vozes alteradas,segui-as e parei na frente da sala de reuniões.

-Vocês deveriam ter a    decência de me contar!-Amélia.

-Não é você a adotada! E sim seu irmão!

-Mas eu sou a filha de vocês! Ele poderia ser um adolescente mimado! Mas como eu! Ele poderia ter lidado com isso mais cedo! Vocês acham que ele não vai querer saber quem são seus verdadeiros pais?!-Ouvi um soluço.

-Como?! Os desnaturados jogaram ele em uma caçamba de lixo! Eu estava odiando seu pai! E achei aquele bebê indefeso jogado! Como se fosse um lixo! E tinha você em casa!

Me apoiei em uma mesa e acho que derrubei alguma coisa,tudo está girando,ouvi um barulho alto de algo se estilhaçando,a porta foi aberta com força e assim que vi meu pai ele empalideceu.

-Derik...

Comecei a correr para longe daquele lugar,desci pelas escadas,foram 30 andares,mas foda-se!

Cheguei na minha moto sem fôlego,meu pai deve estar me procurando pelo saguão,acelerei e sai o mais rápido possível.

Minha cabeça estava latejando.

"E achei aquele bebê indefeso jogado! Como se fosse um lixo!"

Aquelas frases martelavam na minha mente,pensei em ir para meu apartamento mas Amélia me encontraria lá.

Dirigi até um bar e me afoguei na bebida,ainda sim não me sentia bêbado o suficiente,fui para o lado de fora e comecei a fumar,alguma dessas duas coisas iria me fazer esquecer tudo que eu ouvi.

Quando me toquei tinha acabado com meu maço de cigarro. Bufei irritado. Mas então a realidade veio como um tapa,eu estava agindo exatamente como eles esperam que eu haja. Dessa vez vai ser diferente.

Peguei minha moto e comecei a dirigir para voltar para minha casa. Ouvi alguém buzinando e faróis no meu rosto,antes que pudesse reagir meu corpo foi lançado no ar.

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Amélia

Todos estavam atrás de Derik por horas.

No momento que o vi saindo correndo pelo corredor,com o olhar perdido,senti meu coração afundar no peito.

Fui para seu apartamento,nada. Fui para casa do seu amigo,nada. Eu estava desesperada.

Meu pai havia me ligado perguntando se tinha achado algo,neguei,e ele me disse que mamãe estava dormindo a base de calmantes,pois estava muito nervosa.

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Mais tarde,ele me mandou dormir enquanto eles procuravam.

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De madrugada meu telefone começou a tocar e eu chequei a hora,4 da manhã.

-Alô.

-Filha,achamos ele.-Percebi que a voz do meu pai estava embargada.

-Aonde ele está?!

-No hospital,ele sofreu um acidente minha filha.