Capítulo XVI

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Amélia

Senti braços fortes me envolvendo e me aconcheguei ainda mais quando reconheci a colônia de Derik.

Me virei para ele e o observei, estava com os cabelos molhados, e estava observando a paisagem à frente.

-Eu sou uma idiota...-Murmurei.

-Não...mas as vezes parece que sim.

-Eu tenho que parar de ser assim, isso só está fazendo mal à você.-Me ajeitei em seu colo e segurei sua rosto e me aproximei suficientemente para nossas bocas quase colarem.-Eu amo você! Eu amo tanto você, chega a doer! Eu ando sendo uma babaca completa esses dias, e você tem feito tudo por mim e pelo Rodrigo, eu prometo que vou ficar bem, por nós, porque eu te amo Derik, você é meu tudo.-Disse olhando em seus olhos azuis, o beijei com paixão.

Ouvimos a porta abrindo e me virei para olha-lá, um vulto baixinho entrou correndo e se jogou no meu colo, Derik soltou o ar com o impacto.

Olhei para o pequeno Rodrigo com a boca toda suja de chocolate.

-Ei! Que sujeira é essa?

-A tia Erika me deu um bolo de chocolate desse tamanho!-Ele disse abrindo bem os bracinhos.

-Que delicia! Mas ja escovou os dentes?-Ele me encarou por alguns segundos, então sorriu sapeca.

-Não sei!

-Você precisa escovar os dentes! Se não, como vai outro pedaço depois da janta?-Rodrigo saltou do meu colo, e saiu correndo.

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Rodrigo

Eu não me sinto mais sozinho, antes, quando ficava com aquela mulher horrível, ela me obrigava à limpar a sujeira dela, e quando não fazia certo, eu apanhava, mas agora Derik e Amélia ficam brincando comigo, e me levam até a escola.

Minha mamãe deve estar muito feliz, vendo que eu achei tios legais para cuidarem de mim.

Sai correndo para poder escovar os dentes, mas acabei esbarrando em alguém, olhei para cima.

Era um homem alto, tinha os cabelos grisalhos, e olhos azuis.

-O-Oi.

-Olá, eu sou Hector, e você, quem é?-Disse sorrindo.

-Sou Rodrigo.

-E quem te trouxe?

-A tia Erika, mas é por que Amélia não estava em casa.-Vi ele levantar as sobrancelhas, mas depois voltou a sorrir.

-Então eu devo ser seu avô.

-Meu avô?

-Sim, eu sou o pai da Amélia.-Sorri, Amélia é minha mamãe agora? Então Derik é meu papai também!

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Amélia

Logo Rodrigo voltou, ele estava com um pequeno sorriso no rosto, subiu no meu colo e começou a rir.

-O que foi?

-Agora vocês são minha mamãe e meu papai.-Pisquei para tentar segurar as lágrimas.

-Sim nós somos seus pais agora pequeno.-O abracei bem forte, acariciei seus cabelos e deixei um beijo em sua bochecha.

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Já havíamos voltado para casa, Rodrigo estava dormindo, depois da surpresa que ele nos deu, ficamos brincando a tarde inteira, então ele estava detonado de cansaço, a maioria do tempo tinha que ficar sentada, pois ficava cansada rapidamente.

Assim que voltamos para o nosso apartamento, Derik colocou o nosso pequeno adormecido em seu quarto.

Caímos exaustos no sofá, acariciei seus cabelos e ri.

-Você tem bem mais cabelos que eu agora.-Ele olhou para mim e um pequeno sorriso se formou em seus lábios.

Derik me puxou para seu colo, e acariciou atrás da minha orelha, então tirou o pano que cobria a minha cabeça.

-Você continua maravilhosa, ouviu bem? Maravilhosa. Você é a minha luz Amélia.-Ele disse sussurrando.

O beijei com vontade, suas mãos desceram para o cós da minha calça, sorri entre os beijos e agarrei sua camiseta.

Nós fomos para o quarto, e a noite rendeu bons orgasmos.

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Acordei e bocejei, poderia ficar mais na cama, joguei o braço e senti a falta de Derik, me sentei na cama e esfreguei o rosto.

Fui até o banheiro, tomei um bom banho, me troquei e amarrei um lenço claro na cabeça. Fui até a cozinha e vi Derik colocando cereais para Rodrigo.

-Estamos atrasados!-Ri, e servi café em uma xícara.

Os dois terminaram de tomar café bem rápido dei um beijo em cada um, e voltei a tomar meu café.

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Meu dia foi um total tédio, Rodrigo chegou de tarde, mas estava tão cansado que foi dormir, Derik tinha um trabalho importante para terminar.

Fiquei vendo Tv, o interfone tocou e eu fui atender.

-Senhorita Amélia, tem um casal aqui em baixo que quer subir.-Estranhei.

-Pode perguntar o que querem,por favor Leonardo.

-Claro.-Chamei Derik, falei rapidamente sobre o casal, e ele também estranhou.

-Eles só disseram que é urgente Senhorita.

-Tudo bem, pode mandar subir.

Fui até o quarto de Rodrigo para checar se estava tudo bem, Derik foi abrir a porta, cobri o pequeno que havia derrubado todo o cobertor.

Ouvi vozes na sala, fechei a porta e fui até lá, era um casal de idosos, quando a senhora me viu, arregalou os olhos.

-Como estava dizendo, está é a minha esposa, Francisca, sou Pedro, nós somos os avós de Rodrigo.-Fiquei pálida e procurei a mão de Derik para segurar, que logo encontrei, a apertei com força.

-Sentem, podemos conversar.

Eles se sentaram no sofá, nos sentamos também.

-Bom, por lei, acredito que a guarda de Rodrigo deveria ser nossa.-Francisca começou a falar, mas seu marido a interrompeu.

-Nós não vemos nossas filhas há muito tempo, elas saíram de casa há 5 anos.-Mais ou menos a idade de Rodrigo.

-Verônica se envolveu com as pessoas erradas, e quando vimos ela já estava grávida.

-Como assim?-Indago confusa.-Pensei que Verônica fosse a tia dele.

-Não, infelizmente ela é a mãe de Rodrigo, Marta sempre foi muito apegada à irmã, quando ela saiu de casa, ela a seguiu. Tanto que acabou assumindo o bebê quando nasceu, por que Verônica não queria nem sequer dar de mamar para o pequeno.

-Sempre demos o máximo de apoio que pudemos, mas Verônica não se importava conosco, Marta era a única que conseguia colocar um pouco de juízo em sua cabeça, mas então ela foi diagnosticada com leucemia.-Vi os olhos da mulher se encherem de lágrimas.-E quando descobrimos que nossa filha havia falecido, Rodrigo ja tinha sido adotado.

-Hum...eu...sinto muito por toda esta situação, mas não iremos abrir a mão da guarda de Rodrigo.-Vi o cenho dos dois franzir.-Vocês podem vê-lo, não vamos negar esse direito de vocês, mas...acho que seria um grande transtorno para ele, Rodrigo já está acostumado com a vida que está levando, uma mudança não faria bem à ele.-Derik completou.

-T-Tudo bem...-A idosa disse visivelmente abalada.-Podemos vê-lo?

-Podem sim, ele está dormindo.

Os guiei até o quarto dele, abri um pouco a porta, o pequeno abajur iluminava o quarto, eles observavam o pequeno dormindo calmamente.

Voltamos para sala, e me despedi, apenas pedindo que avisassem quando viessem visita-lo.

Derik e eu fomos dormir, por alguns segundos tive um medo tão grande de perder o meu pequeno, fechei os olhos, enquanto sentia a respiração de Derik nas minhas costas, e adormeci.

Laços do PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora