Laços do Pecado

Capítulo XVII

Amélia

Derik me ofereceu o balde de cor amarelada, vomitei nele novamente, e assim seguia as horas das minha segunda quimioterapia, faria ainda alguns exames antes de ir, ou seja minha estadia no hospital seria alongada.

Depois de passar o dia no hospital fui para casa, Rodrigo ja estava adormecido, o que o privou de ver meus enjoos, sinceramente não era uma cena bonita de se ver.

As semanas passavam, os resultados dos meus exames saíram, tudo sob controle. Ao longo do tempo as quimios se tornaram suportáveis, eu havia melhorado meu temperamento nos últimos dois meses, e Derik não estava mais sobrecarregado, mas de vez em quando eu precisava de suporte, Rodrigo foi um ponto importante para minha recuperação, sempre que ele estava perto de mim eu me sentia feliz.

Seus avós estão sempre presentes, não ouvimos mais falar de sua tia/mãe, e ao longo do tempo aquele assunto foi esquecido. Derik me confessou que queria muito conhecer seus pais verdadeiros, nós contratamos um detetive, que começou a procura-los, infelizmente é um processo lento, afinal minha mãe achou Derik sem nenhuma pista de seus pais.

Vi meu corpo ficar mais magro, e minha aparência mais debilitada, mas fora disso eu estava bem, eu iria superar essa, com Derik e Rodrigo. Quando notei ja estava na minha primeira radioterapia, que se tratava de um tratamento menos agressivo. O tempo continuava passando, e quando enfim estava fazendo a minha ultima radio.

Derik estava sentado ao meu lado, sorri pensando que ja estávamos há 5 meses juntos, ele parecia nervoso com algo, pois suas mãos tremiam.

-Você está bem?-Perguntei.

-E-Estou...só...esquece...

O olhei de lado e suspirei, faltava apenas uma hora para o soro terminar, acabei adormecendo.

Talvez fosse um sonho, mas era agradável, eu estava cercada de um campo cheio de flores, não via muita coisa, me levantei e ouvi uma voz fina gritando.

-Mamãe!-Me virei.-Mamãe!-Uma menininha loira, usando um vestido florido corria até mim.

-Mamãe! Você vai cuidar de mim?

Me abaixei para ficar da sua altura, abri a boca para falar, mas não saia som, os olhos azulados da pequena se encheram de lágrimas, e logo ela sumiu se transformando em uma névoa, olhei em volta, não havia mais ninguém...

Acordei há tempo de ver a enfermeira tirando a agulha da minha veia, me levantei Derik apareceu na porta da pequena sala, o segui até o corredor. Fomos andando até o lado de fora do hospital.

Andamos por algum tempo de mão dadas, mas Derik me parou no saguão principal do hospital, notei que ele continuava nervoso.

Foi ai que vi que ele estava se ajoelhando na minha frente, meu coração falhou uma batida, e meus olhos se encheram de lágrimas.

-Eu sei que pode ser rápido para você,Amélia...mas...eu...amo muito você, e...você quer casar comigo?-Meus olhos se encheram de lágrimas, era rápido? Era. Mas eu não me importava, eu o amava tanto que chegava a doer.

-Sim! Claro que sim!-Gritei me jogando em seus braços.

Ele me abraçou e me girou no ar, meu sorriso se abriu ainda mais quando senti o gelado do metal tocando meu dedo.

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Minha felicidade não cabia dentro de mim, estava deitada na cama, com Derik me puxando para perto dele depois de algumas rodadas de sexo, Derik vestiu sua boxer novamente e voltou para a cama, e logo adormeceu.

Enquanto o observava ele dormir serenamente, cheguei a conclusão.

Eu estou noiva!

Sorri, me levantei e vesti minha camisola, ia me deitar mas notei uma fresta de luz iluminando o quarto.

Rodrigo entrou timidamente no quarto.

-Mamãe?-Depois do dia que Rodrigo descobriu que nós somos seus novos pais, ele não se segurou para nos chamar de papai e mamãe, toda vez que ouço ele me chamando sinto meu coração se encher ainda mais de amor pelo meu pequeno.

-Estou aqui.-Eu disse sorrindo, ele correu até os meus braços, acariciei seu cabelo enquanto sentia seu cheirinho.

-Outro pesadelo?

-Sim...-Esses pesadelos ja tem ficado frequentes.

-Pode deitar aqui.-Eu disse puxando a coberta para ele se deitar.

Rodrigo subiu na cama e se deitou, me deitei também e o cobri, fiquei fazendo carinho na sua cabeça até ele adormecer.

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Ja haviam se passado alguns dias desde o nosso noivado, nós estávamos tentando achar uma maneira correta de contar à família, mais exclusivamente ao meu pai.

Estávamos sentados na cozinha quando o telefone começou a tocar. Derik atendeu enquanto eu limpava a boca de Rodrigo que estava suja de suco.

-Ok, muito obrigado, nos vemos mais tarde.-Olhei para ele.-Acharam meus pais.-Arregalei os olhos.-Vou vê-los amanhã à tarde.

-Vou com você.

-Não. Isso é algo que preciso fazer sozinho.

-Tudo bem...-Eu disse olhando em seus olhos.

Levei nosso pequeno para passear no parque, ja fazia alguns dias que ele não saia de casa.

Enquanto ele brincava no escorregador me sentei em um banco, e fiquei observando meu anel, céus! Eu estava mesmo noiva!

Voltei a olhar para Rodrigo e notei uma mulher estranha se aproximando dele.

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