Capítulo XII

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Amélia

A enfermeira baixinha, injetou os remédios no soro, que estava com um acesso à minha veia.

Eu estava sentada em uma cadeira confortável, havia outras pessoas na sala também.

Derik estava ao meu lado mexendo no celular e me mostrando de vez em quando algumas imagens.

Eu ria, quando ele fazia alguma bobagem. Algumas vezes me pegava apenas observando seu rosto.

Nós ainda não tínhamos intitulado nosso relacionamento. Na verdade eu nem me lembrava, de quando esta atração surgiu.

Eu sempre o tratei com indiferença, e ele também, mas o tempo que ficamos juntos, depois que voltei da minha viagem, começou a mudar, os meus sentimentos por ele. Talvez por eu ter amadurecido.

Derik parou de mexer no celular e me olhou, sorriu minimamente, e me deu um selinho rápido.

Sorri e comecei a encarar as minhas mãos, dei um suspiro longo.

-O que eu mais tenho ouvido ultimamente, é que tudo vai ficar bem. Mas ao longo do tempo, eu acho que não preciso de consolo,sabe?-Ele me olhou.-Eu ja me acostumei com a idéia, de que vou perder os cabelos, e que vou ficar mais fraca, mas não me preocupo com isso.

-Você é forte, muito forte Amélia, e eu tenho certeza, que tudo isto vai passar.

No final da sessão eu estava me sentindo um pouco esquisita, estávamos andando pelos corredores do hospital, havia alguns quartos, no corredor que estávamos passando.

Ouvimos um grito agudo seguido de um choro infantil, uma garota arrastou um menino novinha para fora de um quarto.

-Minha mãe! Eu quero a minha mãe!

-Ela morreu! Para Rodrigo!-Vi Derik arregalar os olhos.

Ele se aproximou, e o menino virou para ele.

-Tio Derik!-O menino se soltou da mulher e correu para Derik, se escondeu atrás de sua perna.

-Rodrigo! Volta aqui!-Ela berrou.

Segurei a mão de Derik e olhei para Rodrigo, me agachei, lentamente, pois eu ainda estava sob os efeitos dos remédios.

-O que houve?

-Minha mamãe não me quer!-Olhei para a mulher que estava brigando com ele, ela estava à alguns passos de nós.

-Por que ela não te quer?

-E-Ela dormiu, e eu tentei acordar, mas ela me tirou de lá.-Ele apontou para a mulher.

Notei que algumas pessoas se aproximaram, uma senhora idosa, veio até o meu lado e colocou a mão no ombro do menino.

-Pode vir comigo?-Rodrigo apertou a perna de Derik, que se abaixou e ficou da sua altura.

-Ei garotão, pode ir, eu vou estar aqui esperando.

-V-Você vai?

-Sim.-Derik sorriu para ele, e se levantou e olhou para a senhora.

-Sou assistente social, acredito que agora devo falar com a parente.-Ela disse afagando os cabelos de Rodrigo, ela entregou seu cartão para Derik e sorriu.

A mulher se aproximou e cruzou os braços.

-Eu sou a tia dele, Verônica, preciso resolver logo, o problema desse menino, preciso viajar em breve, e não posso levar criança.

Me senti um pouco tonta e me apoiei em Derik.

-Vamos para casa.

-Tudo bem, amanhã voltamos, sim?

Laços do PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora