⚠️ LEIAM AS NOTAS FINAIS⚠️
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ALESSIA BELLINI
Se eu pudesse voltar no tempo, com certeza voltaria para a época em que meu pai era vivo. Mesmo não sendo muito ricos e tendo que fazer alguns esforços para colocar comida na mesa, nós éramos felizes. É nas noites em que o céu está tão escuro, que busco me lembrar do olhar carinhoso do meu pai e agora, das broncas da minha mãe também.
Em todas as vezes, sentia que estava mais próxima do meu lado paterno. Tudo parecia meio invertido. Mamãe muitas vezes ficava brava em como papai e eu éramos inseparáveis, quase posso escutar os resmungos enquanto preparava o jantar e como ele a abraçava para acalmar a fera dentro dela.
Sinto saudade de casa.
Depois que Gabriel me sequestrou no estacionamento da escola, nunca mais tive a oportunidade de encontrar minha mãe. Nas vezes que perguntei por ela, Gabriel só sabia me dizer que ela ficaria bem se eu não agisse como uma garota burra, tentando fugir de novo.
As perguntas que me rodeiam são o suficiente para me deixar tensa e enjoada. Não ter notícias dela me deixa aflita. Ela é a única coisa que me sobrou nesse mundo, então eu deveria protegê-la a todo custo.
— Menina.
Para perto da porta, observo Marina parada com as mãos juntas ao corpo. Ao seu lado, o mesmo homem que esteve com Vitale na primeira vez que fui posta dentro deste quarto. Nem ao menos sei o seu nome, mas ele tem a postura de um soldado. Alto, ombros largos que realçam que eu estou certa, ele é um homem forte, não custaria muito para acabar com alguém. As íris castanhas me encaram com pouca simpatia, o rosto bem marcado o faz um homem intrigante e a cicatriz em sua sobrancelha direita só o faz ainda mais misterioso.
Ele pareceu notar meu interesse em analisá-lo, porque logo me repreendeu com um único olhar e me deixou a sós com Marina. A mulher de cabelos grisalhos curtos sorri com doçura, muito diferente dos outros desta casa. Eles me enxergam como um inimigo sem ao menos me dar o direito de saber o porquê.
— Vitale logo estará voltando para o jantar — avisa. — Está só terminando um trabalho.
— E com terminando um trabalho, o que você quer dizer? — questiono, sob seu olhar caloroso, porém ainda escondia uma pontada de desconforto. — Ele está matando alguém, não é? — as palavras saem como um sussurro jogado ao vento. — Ele não é tão diferente de Gabriel, no final das contas.
Pela primeira vez, a expressão doce se esvai. Cai como uma máscara que ela trabalhou muito para manter. Diante de mim, Marina demonstra insatisfação, raiva. E todas essas emoções são direcionadas a mim.
— Nunca compare o menino Vitale com esse monstro! — me alertou, a voz tão fria como jamais ouvi. — Pode não ser tão puro como os homens que conheceu, mas não desonre sua imagem. Eu já disse a você, criança. Não faz a menor ideia do que Gabriel o fez passar, tudo por sua vaidade, seu desejo de possuir! Acha que é a única que está pagando alguma coisa?
— Marina.
A voz soa como um alerta, porque logo em seguida ela se recompõe. De novo, diante da porta o fiel soldado de Vitale aparece. Sua mão repousa sobre o ombro da mulher, agora já mais calma, a orientando a sair do quarto, o que ela faz sem pestanejar.
— Está tentando arranjar mais inimigos?
O tom de voz pode parecer neutro a qualquer um que ouça, mas consigo notar as nuances do seu ódio por mim. Mesmo assim, sua pergunta me traz uma leve semelhança de algo que escutei há muitos anos atrás.
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🐍🌹A FERA DE ROMA🐍🌹 •EM ANDAMENTO•
Storie d'amore18+ Ele é movido pela sede de vingança. Ela anseia desesperadamente por liberdade. Após passar anos aprisionado em Ekbram, Enrico Vitale enxerga uma chance de retornar a Roma e buscar vingança pela tragédia que levou sua família e noiva. Em meio ao...
