Na madrugada, me assustei com barulho vindo do corredor como se estivessem arrastando algo. Olhei pela brecha da porta e não identifiquei quem estava do outro lado, abri mais um pouco e vi Sebastian com uma caixa grande à arrastando até seu quarto. Não dei muita importância e voltei a deitar de novo, mas nada do sono vir novamente, eu rolava de um lado ao outro mas não conseguia dormir. Fui no banheiro e lavei meu rosto com água gelada para ver se esfriava a cabeça mas nada.
Sentei na frente da janela e fiquei admirando a vista de frente a uma pequena mata que havia do outro lado da rua. Ouvi o barulho do portão abrindo e virei minha atenção a ele, era Sebastian com o motorista indo lá fora da casa, entraram no carro e partiram. Aproveitei que estava com fome então desci as escadas até a cozinha. Peguei uns jarra de suco que estava na geladeira e uns biscoitos, sentei na cadeira e comecei a comer.
Olhava para um lado e outro com medo de que Sebastian aparesse. Apressei e lavei tudo, guardei e estava terminando de arrumar a cozinha, ouvi passos e me virei, era o infeliz de Sebastian.
- Perdeu alguma coisa? - disse se encostando na parede
- Não é da sua conta.
- Está na minha casa sabia? - ele riu irônico
- Ótimo, me denuncia de roubo a polícia e eu finalmente vou estar livre. - digo me virando pro mesmo
- Não vai escapar de mim fácil princesa. Vou dormir. - ele diz se virando
- Aproveita e vê se não acorda nunca mais ok? - gritei.
Sebastian riu e subiu às escadas. Eu deixei que uma risada de canto saísse genuinamente da minha boca sem que eu percebesse. Aquilo foi como uma pequena discussão de casal, como as que meu pai tinha com minha mãe. Eu dei uma risada... depois de quase 3 dias sem rir de nada, eu ri dessa discussão com Sebastian, o homem que eu mais odiava na minha vida.
- Sua idiota. - eu digo e dou risada.
Voltei a arrumar a cozinha e subi rapidamente ao meu quarto. Deitei, suspirei e comecei a pensar no que havia acontecido a exatos 4 dias atrás, o dia em que Sebastian me tocou, o dia em que ele me beijou com aquela boca que só saía porcaria. Senti minhas bochechas arderem, eu estava muito envergonhada com o que havia acontecido aquele dia. Fiquei aliviada em não ter entregado minha virgindade a ele aquele dia, imagina o quanto ele ia se sentir supremo acima de mim. Enquanto me afundava não pensamentos, o sono foi me tomando lentamente até que eu adormecesse por completo.
Tive sonhos bons pela primeira vez depois que fui sequestrada, sonhei com Ália. Preferiria não ter acordado.
- Bom dia linda...
Olhei e vi Sebastian na porta do quarto, ele estava com uma bandeja recheada de coisas. Ele se aproximou e se sentou ao meu lado, colocou a bandeja sobre a cama e olhou fixamente pra mim. Eu me encolhi na cama e fiquei olhando pra ele.
- Katrina... eu vim te pedir des- descu- ele gaguejou - Merda! Eu quero te pedir desculpa porque fui rude com você antes, por favor me perdoa.
Eu fiquei encarando ele com os olhos arregalados e de boca meio aberta. Ele ficou aguardando minha resposta, deu pra ver sua cara de arrependimento quando ele terminou de falar. Agarrei a bandeja pra mais perto e peguei uma das uvas que estavam nela, e quando eu ia respondê-lo, vi ele andando em direção a porta. Tentei gritar por ele mas engasguei com a uva e não consegui falar, agora quem estava arrependida era eu. Fiz ele se desculpar e na hora eu fiquei igual uma estátua, BURRA!
Me senti uma inútil, então desci correndo as escadas e bati de frente com Sebastian. Ele me agarrou e me olhou fixamente, me fazendo tremer dos pés a cabeça.
- O que está fazendo? - ele perguntou
Gaguejei algumas coisas mas não saía nada do que eu queria realmente falar. Ele me tirou do caminho e seguiu em direção a porta de saída, me deixando sozinha ali. Suspirei frustrada, eu havia perdido a chance, de novo. Voltei pro quarto e fiquei lá comendo o restante do café da manhã de estava uma delícia. Quando me senti satisfeita, desci as escadas com a bandeja e coloque-a na pia e lavei algumas louças que estavam sujas, peguei um copo de água e bebi, desceu pela minha garganta como pétalas de rosas.
Fiquei ali olhando ao redor pensando no que fazer, já imaginando que meu dia ia ser repetitivo de novo. Suspirei frustrada até lembrar da caixa, sim, a caixa que Sebastian havia trago na noite passada. Com o meu instinto de garota curiosa, subi as escadas e fui correndo até seu quarto. Antes de entrar suspirei, olhei os lados e percebi que a porta estava aberta. Entrei sorrateiramente e fechei a porta atrás de mim, logo vi a caixa que estava no chão bem no cantinho do quarto. Me aproximei e abri a caixa devagar com medo do que poderia haver ali dentro.
Abri a caixa e vi que ali dentro havia um grande urso de pelúcia. Estava com um papel e outra caixa maior redonda. Quando eu ia ler a carta, ouvi passos vindo da escadas, sem escolhas, tive que me esconder no banheiro, entrei no box e fiquei ali no cantinho sem fazer nenhum movimento. Fiquei ali uns 20 minutos sem ouvir voz de ninguém a não ser passos pesados de um lado ao outro do quarto. Quando senti que não havia ninguém eu sai do banheiro e fui ao quarto novamente.
Sai dali o mais rápido possível com medo que Sebastian voltasse. Voltei pro meu quarto e fiquei lá até o entardecer. Esperei até esse horário para que eu pudesse ir pro jardim e admirar a vista, tudo. Já fazia um tempo que eu não ia ali.
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The masked killer
Teen FictionAlguns assassinatos estavam acontecendo em uma cidadezinha chamada "Clover", e a polícia não tinha nenhum rastro do assassino. Uma aluna muito inteligente da universidade, quase prestes a se formar teve a sua vida interrompida por um sequestrador, m...