The Lost Love

Confronting the Past

(POV ARIANA G.)

Eu respirei fundo e olhei ao redor enquanto caminhava em direção ao corredor onde a Camila costumava ficar entre as aulas. Uma mistura de ansiedade e medo se agitava no meu peito; era como se cada passo me deixasse mais perto de resolver tudo, mas também mais exposta a qualquer reação dela. As palavras da Dinah ainda ecoavam na minha cabeça, me dando uma coragem que eu não sabia que precisava tanto.

Camila estava encostada em um dos armários, mexendo no celular. Ela parecia tão calma, tão tranquila, como se nada tivesse acontecido nas últimas horas. Me aproximei devagar, tentando não assustá-la.

— Mila? — minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia.

Ela levantou o olhar, surpresa por me ver ali.

— Ari! E aí... — ela sorriu, mas logo pareceu perceber o nervosismo no meu rosto. — Tá tudo bem?

— A gente precisa conversar — falei, tentando manter o tom de voz o mais firme possível. Ela assentiu, guardando o celular no bolso e indicando que eu podia começar. — Olha, eu... — dei uma pausa, escolhendo as palavras com cuidado. — Eu sei que você tá feliz com a Lauren, e eu tô feliz por você também. Mas eu também sinto que a gente tá se afastando, e isso me deixa... sei lá, com medo, eu acho.

Camila franziu o cenho, mas ficou em silêncio, me deixando continuar.

— É que, você sabe, a gente sempre foi tão próximas. E aí, agora com tudo isso acontecendo... — respirei fundo, evitando encarar seus olhos diretamente. — Eu fiquei com medo, Camz. Medo de perder você.

Ela suspirou, como se estivesse processando tudo aquilo.

— Ari, eu nunca pensei que isso fosse te deixar tão mal. Você é minha melhor amiga, e isso não vai mudar, entende? A Lauren... ela é importante pra mim, mas você também é. Eu só... às vezes me enrolo em tudo isso e acho que esqueço de mostrar o quanto você ainda é importante.

Camila me deu um meio sorriso, um pouco envergonhada.

— Eu não quero que você se sinta de lado. Só... me desculpa se pareceu assim.

Senti uma onda de alívio misturada com emoção, e antes que pudesse me controlar, já estava sorrindo.

— Acho que a gente precisa mesmo se lembrar de conversar mais, sabe? — falei, rindo um pouco para aliviar a tensão. Ela riu junto, e aquele clima leve voltou, como se um peso tivesse sido tirado.

Por um momento, tudo pareceu como antes.

Camila deu um passo pra mais perto e me puxou pra um abraço apertado, daqueles que só ela sabe dar. A sensação de alívio bateu forte, e eu me permiti relaxar, deixando todo aquele drama e insegurança pra lá, pelo menos por agora.

— Cara, você sabe que sempre vai ser minha irmã, né? — Camila disse, com um tom de voz mais suave, meio brincalhona. — Não importa quem apareça, nem a Lauren, nem ninguém. Você e eu, pra sempre.

Eu ri e apertei mais o abraço.

— Tá, tá, grudenta, já entendi. Mas, olha... — soltei o abraço só pra encará-la nos olhos. — Se eu virar meio insuportável com ciúme às vezes, me perdoa, tá?

Camila fez uma cara de pensativa, como se estivesse considerando a possibilidade.

— Bom, se você prometer parar de surtar tanto, acho que eu aguento — ela riu, me dando um leve empurrão. — E vamos marcar umas saídas só nossas também, hein? Uma sexta de filme, sei lá, só pra gente.

— Fechadíssimo. — Dei um sorriso largo, já imaginando a bagunça que a gente ia fazer nessas saídas.

Nesse momento, o som de passos apressados chamou nossa atenção. Olhei pro lado e vi Lauren se aproximando, com uma expressão de leve preocupação. Ela lançou um olhar de relance pra mim e depois focou na Camila, que meio que se endireitou ao vê-la.