Capítulo XVII

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Na manhã seguinte Rodolffo chegou ao colégio e como sempre Juliette veio receber a Dianna.

- Ju, desculpa por ter esquecido o lanche. Obrigado por teres resolvido.

- Fiz o que faço por todos, não te preocupes.

- Ju, preciso ter uma conversa urgente e necessária contigo.  Quando pode ser?

- Também preciso falar contigo. Estou livre após as 17 horas.

- Eu só saio do hospital pelas 21 horas.  Posso passar na tua casa a essa hora?

- A Dianna fica com quem até  essa hora?

- Comigo.  Ela adormece lá no sofá.  O transporte escolar deixa-a lá todos os dias.

- E achas isso saudável?  Devias providenciar alguém para ficar com ela em casa.  Por isso ela está quase sempre sonolenta.

- Nunca confiei a minha filha a ninguém.  Sempre cuidei dela desde que deixou a maternidade.

- Se confias em mim, eu levo-a juntamente com o Gui para minha casa e depois vais lá e conversamos.

- Claro que confio em ti.  Se não te importares, essa parece uma boa solução.

- Então está combinado.  Até logo.

Rodolffo abandonou a escola com uma sensação boa no peito.   Juliette estava a baixar a guarda e pelo menos os dois já conseguiam manter um diálogo.

A ansiedade tomou conta dele durante o resto do dia e não via a hora de ir ter com ela.

Terminou o expediente um pouco mais cedo e seguiu para casa dela.

Juliette demorou um pouco para abrir a porta porque estava no quarto do Gui.

- Desculpa é que o Gui está habituado a dormir cedo e eu estava a deitá-lo.  A Didi também quer cá dormir.

- Vou lá falar com ela.

- Rodolffo,  nós ainda vamos demorar para conversar.  Deixa ela dormir aí.

Entrámos no quarto e os dois  já estavam juntinhos debaixo dos lençóis. 

- Não achas que já incomodaste a Juliette muito tempo?

- Tio Rodolffo,  deixa a Didi dormir cá, só hoje por favor.

- Deixa papai. Olha, eu já estou de pijama.  Um pijama do Gui.  A tia Ju deu-me banho e não me magoou a pentear.

- Quer dizer que eu magoo?

- Às vezes sim.  Quando estás sem paciência.

- Está bem.  Hoje podes dormir cá, mas não te acostumes. - e despediu-se com um  beijo nos dois.

Juliette apagou a luz e encostou a porta.

- Amanhã cedo trago roupa para ela.

- Não precisas.  Visto-lhe um short jeans e uma blusa do Gui.  São do mesmo tamanho e são peças unisex.  A roupa interior já lavei e já está na secadora.

- Fazes tudo parecer tão fácil.
De certeza que não vais ter problemas com o Vasco por eu estar aqui?

- Não.  O Vasco tem ficado poucas vezes ultimamente.  Vem jantar comigo.

Era muita coisa para um dia só.  Rodolffo aceitou o jantar e ajudou-a a pôr a mesa.

Não segurei meu beija-florOnde histórias criam vida. Descubra agora