Na manhã seguinte Rodolffo chegou ao colégio e como sempre Juliette veio receber a Dianna.
- Ju, desculpa por ter esquecido o lanche. Obrigado por teres resolvido.
- Fiz o que faço por todos, não te preocupes.
- Ju, preciso ter uma conversa urgente e necessária contigo. Quando pode ser?
- Também preciso falar contigo. Estou livre após as 17 horas.
- Eu só saio do hospital pelas 21 horas. Posso passar na tua casa a essa hora?
- A Dianna fica com quem até essa hora?
- Comigo. Ela adormece lá no sofá. O transporte escolar deixa-a lá todos os dias.
- E achas isso saudável? Devias providenciar alguém para ficar com ela em casa. Por isso ela está quase sempre sonolenta.
- Nunca confiei a minha filha a ninguém. Sempre cuidei dela desde que deixou a maternidade.
- Se confias em mim, eu levo-a juntamente com o Gui para minha casa e depois vais lá e conversamos.
- Claro que confio em ti. Se não te importares, essa parece uma boa solução.
- Então está combinado. Até logo.
Rodolffo abandonou a escola com uma sensação boa no peito. Juliette estava a baixar a guarda e pelo menos os dois já conseguiam manter um diálogo.
A ansiedade tomou conta dele durante o resto do dia e não via a hora de ir ter com ela.
Terminou o expediente um pouco mais cedo e seguiu para casa dela.
Juliette demorou um pouco para abrir a porta porque estava no quarto do Gui.
- Desculpa é que o Gui está habituado a dormir cedo e eu estava a deitá-lo. A Didi também quer cá dormir.
- Vou lá falar com ela.
- Rodolffo, nós ainda vamos demorar para conversar. Deixa ela dormir aí.
Entrámos no quarto e os dois já estavam juntinhos debaixo dos lençóis.
- Não achas que já incomodaste a Juliette muito tempo?
- Tio Rodolffo, deixa a Didi dormir cá, só hoje por favor.
- Deixa papai. Olha, eu já estou de pijama. Um pijama do Gui. A tia Ju deu-me banho e não me magoou a pentear.
- Quer dizer que eu magoo?
- Às vezes sim. Quando estás sem paciência.
- Está bem. Hoje podes dormir cá, mas não te acostumes. - e despediu-se com um beijo nos dois.
Juliette apagou a luz e encostou a porta.
- Amanhã cedo trago roupa para ela.
- Não precisas. Visto-lhe um short jeans e uma blusa do Gui. São do mesmo tamanho e são peças unisex. A roupa interior já lavei e já está na secadora.
- Fazes tudo parecer tão fácil.
De certeza que não vais ter problemas com o Vasco por eu estar aqui?- Não. O Vasco tem ficado poucas vezes ultimamente. Vem jantar comigo.
Era muita coisa para um dia só. Rodolffo aceitou o jantar e ajudou-a a pôr a mesa.