Capítulo V

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Depois do jantar passaram num barzinho. 

A música convidava a dançar e isso animou Juliette.   Desde muito nova, música e dança sempre fizeram parte da vida dela.

Rodolffo a princípio exitou, mas como o estilo de música não requeria passos muito complicados lá a acompanhou para a pista e não é que se deram bem?

- Estavas a esconder o jogo.  Até dá para o gasto.

- Ai Juliette!  Também quem não consegue dançar esta música lenta.  Já se fosse funk...

- Esta é música de namorados.  Olha nós aqui de cabecinha encostada.

- Eu estou a achar muito bom, Ju. - posso chamar-te assim?

- Podes, Pedrocas.

Não sei se era do ambiente ou se era da bebida.  Eu sentia-me enebriado junto dela.  O cabelo era tão perfumado quanto ela.

Ela apoiou a cara no meu peito juntando também nossas mãos. Estávamos no meio da pista só balançando o corpo e sem mexer os pés.  Olhei para baixo e ela tinha os olhos fechados.

A sensação era boa e eu não queria que a noite terminasse.

- Pedro, vamos sair daqui para outro lugar?

- Se quiseres eu também quero.

Entrámos no carro e aí trocámos o nosso primeiro beijo.

- Vamos para minha casa. - disse ela.

Conduzi até casa dela.  A minha cabeça era um turbilhão.  Senti-me mal por estar a esconder a minha identidade e pelo que poderia acontecer.

- Tens a certeza que queres que eu entre? - perguntei ao estacionar em frente a casa dela.

- Tenho.  Está noite eu não quero estar sózinha.

- Está bem, mas antes de entrar preciso dizer uma coisa.

- Não sejas tão certinho.  Eu só quero ter uma noite bem passada.

- Juliette,  eu vou para Inglaterra segunda feira.

- E depois? Hoje ainda é sexta feira.

- Tem outra coisa...

- Chato.  Anda lá, não quero saber mais nada.  Não estou a pedir-te casamento ou namoro.  Vem dormir comigo.

Rodolffo não falou mais nada.  Saiu do carro e seguiu-a.

Juliette entrou em casa e foi logo preparar duas bebidas.  Entregou uma a Rodolffo e puxou-o para o quarto.

Rodolffo pousou os copos e pegou-a ao colo colando os lábios nos dela.

- Tens a certeza?

- Pedro!  Mais acção e menos conversa.  Somos ambos adultos e livres, pelo menos eu sou.

- Eu também.

- Então?  Eu quero e sei que também queres.

- Muito. 

As roupas dos dois depressa foram parar ao chão e eles entregaram-se a uma noite de prazer.

Rodolffo nunca tivera uma parceira tão fogosa.  Trocaram várias vezes de posição e quando finalmente se consideraram saciados tomaram um delicioso banho.

- Estou com fome.  Vou fazer um lanche para os dois.   Fica aí e não durmas. - disse dando-lhe um beijo.

- Não estou com sono.  Queres ajuda?

- Não.   Vou rápido.

Juliette voltou com duas sanduíches e duas vitaminas de morango.

- Não sei de gostas de morango.

- Gosto.  Juliette,  lembrei que não usámos preservativo.  Amanhã deves comprar a pílula do dia seguinte.

- Ah!  Não  tem problema. Eu uso DIU e não  estou no período fértil.

Terminaram de comer.  Juliette colocou a bandeja sobre a mesa e espreitou pela janela.

- O dia está a nascer.

Aninhou-se no peito dele e depressa adormeceram.

Acordaram sábado já a seguir ao almoço. 

- Preciso ir ver a minha mãe. Já  estou atrasada.

- Eu deixo-te lá.  Também tenho coisas a preparar para a viagem.

- Vais embora mesmo?
- Vou.  Aceitei vaga num hospital inglês.

- Não nos veremos mais?

- A vida dá tanta volta.  Quem sabe ela nos faça encontrar de novo.  Gostei de te conhecer e levo esta noite no meu coração com muito carinho.

- Eu também.   Só tive um namorado e deste-me mais esta noite que ele em três anos.  Quando chegares, manda noticias.

- Fica bem e manda lembranças à tua mãe.   Diz-lhe que desejo que se recupere bem e depressa. - e deu-lhe um beijo.

- Obrigada.   Boa viagem.

Rodolffo via-a desaparecer pela porta do hospital e seguiu para casa.
A meio do caminho sentiu um aperto no peito e parou o carro.  Respirou fundo várias vezes e por fim continuou.

Não segurei meu beija-florOnde histórias criam vida. Descubra agora