Depois do jantar passaram num barzinho.
A música convidava a dançar e isso animou Juliette. Desde muito nova, música e dança sempre fizeram parte da vida dela.
Rodolffo a princípio exitou, mas como o estilo de música não requeria passos muito complicados lá a acompanhou para a pista e não é que se deram bem?
- Estavas a esconder o jogo. Até dá para o gasto.
- Ai Juliette! Também quem não consegue dançar esta música lenta. Já se fosse funk...
- Esta é música de namorados. Olha nós aqui de cabecinha encostada.
- Eu estou a achar muito bom, Ju. - posso chamar-te assim?
- Podes, Pedrocas.
Não sei se era do ambiente ou se era da bebida. Eu sentia-me enebriado junto dela. O cabelo era tão perfumado quanto ela.
Ela apoiou a cara no meu peito juntando também nossas mãos. Estávamos no meio da pista só balançando o corpo e sem mexer os pés. Olhei para baixo e ela tinha os olhos fechados.
A sensação era boa e eu não queria que a noite terminasse.
- Pedro, vamos sair daqui para outro lugar?
- Se quiseres eu também quero.
Entrámos no carro e aí trocámos o nosso primeiro beijo.
- Vamos para minha casa. - disse ela.
Conduzi até casa dela. A minha cabeça era um turbilhão. Senti-me mal por estar a esconder a minha identidade e pelo que poderia acontecer.
- Tens a certeza que queres que eu entre? - perguntei ao estacionar em frente a casa dela.
- Tenho. Está noite eu não quero estar sózinha.
- Está bem, mas antes de entrar preciso dizer uma coisa.
- Não sejas tão certinho. Eu só quero ter uma noite bem passada.
- Juliette, eu vou para Inglaterra segunda feira.
- E depois? Hoje ainda é sexta feira.
- Tem outra coisa...
- Chato. Anda lá, não quero saber mais nada. Não estou a pedir-te casamento ou namoro. Vem dormir comigo.
Rodolffo não falou mais nada. Saiu do carro e seguiu-a.
Juliette entrou em casa e foi logo preparar duas bebidas. Entregou uma a Rodolffo e puxou-o para o quarto.
Rodolffo pousou os copos e pegou-a ao colo colando os lábios nos dela.
- Tens a certeza?
- Pedro! Mais acção e menos conversa. Somos ambos adultos e livres, pelo menos eu sou.
- Eu também.
- Então? Eu quero e sei que também queres.
- Muito.
As roupas dos dois depressa foram parar ao chão e eles entregaram-se a uma noite de prazer.
Rodolffo nunca tivera uma parceira tão fogosa. Trocaram várias vezes de posição e quando finalmente se consideraram saciados tomaram um delicioso banho.
- Estou com fome. Vou fazer um lanche para os dois. Fica aí e não durmas. - disse dando-lhe um beijo.
- Não estou com sono. Queres ajuda?
- Não. Vou rápido.
Juliette voltou com duas sanduíches e duas vitaminas de morango.
- Não sei de gostas de morango.
- Gosto. Juliette, lembrei que não usámos preservativo. Amanhã deves comprar a pílula do dia seguinte.
- Ah! Não tem problema. Eu uso DIU e não estou no período fértil.
Terminaram de comer. Juliette colocou a bandeja sobre a mesa e espreitou pela janela.
- O dia está a nascer.
Aninhou-se no peito dele e depressa adormeceram.
Acordaram sábado já a seguir ao almoço.
- Preciso ir ver a minha mãe. Já estou atrasada.
- Eu deixo-te lá. Também tenho coisas a preparar para a viagem.
- Vais embora mesmo?
- Vou. Aceitei vaga num hospital inglês.- Não nos veremos mais?
- A vida dá tanta volta. Quem sabe ela nos faça encontrar de novo. Gostei de te conhecer e levo esta noite no meu coração com muito carinho.
- Eu também. Só tive um namorado e deste-me mais esta noite que ele em três anos. Quando chegares, manda noticias.
- Fica bem e manda lembranças à tua mãe. Diz-lhe que desejo que se recupere bem e depressa. - e deu-lhe um beijo.
- Obrigada. Boa viagem.
Rodolffo via-a desaparecer pela porta do hospital e seguiu para casa.
A meio do caminho sentiu um aperto no peito e parou o carro. Respirou fundo várias vezes e por fim continuou.