Capítulo IV

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Já passou uma semana desde que saí do hospital e confesso que é estranho não ter que sair todos os dias para trabalhar.

Sinto falta daquele estresse nos corredores.
Hoje vou lá.  Não por sentir falta do trabalho, mas porque espero encontrar Juliette.   Naquele dia na praia não trocámos números de telefone e gostaria de conversar de novo com ela.

Na recepção,  por me reconheceram, liberaram o meu acesso ao quarto de dona Ercília.  Perguntei se estava alguém com ela e a resposta foi negativa.

Entrei e ela estava acordada e sorridente.

- Olá.  Como está esta senhora linda?

- Quem é o senhor?

- Um amigo de Juliette. Como está dona Ercília?

- Estou bem e farta de estar aqui.

- Pois é, mas precisa ter paciência.  A sua filha já cá veio hoje?

- Ainda não.  Deve estar a chegar.

- E agora que tem um coração quase novo o que pretende fazer?

- Arranjar um gato lindo e rico e ir curtir a vida.  Viajar  viajar, viajar.

A esta hora Juliette entrava no hospital.  A sua mãe está com uma visita, mas como ele é médico, está liberada a sua entrada.

- Quem é o médico?

- O doutor d'Orey.  Um dos melhores, infelizmente demitido.

- Obrigada.

Entrou no quarto da mãe e Rodolffo conversava animadamente com ela.

- Que é isso aqui?

- Aqui o moço estava a contar-me algumas anedotas.

- Que tu nem gostas, né?

- Já viste a minha alta filha?

- Já te disse que é cedo.  Pedro por favor explica que ainda não  pode ter alta.

- Dona Ercília, a sua cirurgia foi complicada.  Precisa de pelo menos 3 semanas para se recuperar. Lembre-se que se houver complicações pode ser fatal.

- Estás a ver? Só é preciso paciência para mais alguns dias.

- Não vou lamentar-me mais. 

- Juliette,  esqueci-me de te pedir o teu contacto no outro dia que estivemos juntos.  Vou embora, se quiseres dar-me.

- Espera um pouco, eu desço contigo.  Mãe  hoje não posso ficar muito tempo. O Zé veio vê-la?

- Que nem venha.  Não faz cá falta.

- Não diga isso.  Vocês precisam conversar e resolver esses problemas.  Adeus mãe.  Volto amanhã neste horário.

Saíram os dois e depois de trocarem os  contactos decidiram seguir caminhos diferentes.
Juliette começou a caminhar para a  paragem do autocarro quando ouviu chamar.

- Anda que eu levo-te.

Juliette entrou no carro e agradeceu.

- Na verdade eu queria pedir-te para
Jantares comigo.

- Hoje?

- Sim hoje.

- Se passares na minha casa e esperares que eu me arrume, eu aceito.

- Faço melhor.  Deixo-te em casa e depois regresso para te apanhar.
Aí às 20 horas  está bem para ti?

- Está muito bem.  Amanhã não  trabalho.

Rodolffo deixou Juliette e correu para sua casa.  Tomou banho e  vestiu uns jeans e camisa preta.  Passou o perfume e correu de novo para casa dela.

Não segurei meu beija-florOnde histórias criam vida. Descubra agora