Cristiano jr : Amor Para a Vida

🌎 O Dia Que Tudo Mudou 🌎 ep. 28

Eu estava no meu quarto, terminando de arrumar algumas fotos que tirei no acampamento, quando meus pais bateram na porta.

— Podemos entrar?

— Claro, entrem.

O rosto deles estava sério, e logo senti um frio na barriga e percebi que algo estava errado.

— Podemos conversar com você um pouco? - meu pai perguntou, entrando com um tom mais sério do que o normal. Minha mãe estava ao lado dele, com uma expressão preocupada e triste.

— Claro... o que foi? - perguntei, já tensa.

Meu pai suspirou e olhou para minha mãe, que segurou minha mão.

— Filha, a gente sabe que você se adaptou bem aqui, que fez amigos... e que o Cris é especial pra você. Mas... nós vamos ter que voltar pro Brasil.

Fiquei em silêncio por um momento, tentando processar o que eles tinham acabado de dizer.

— O... o quê? Mas... mas a gente acabou de chegar! E... e eu tenho tudo aqui agora! Meus amigos, a escola... o Cris...

Minha mãe apertou minha mão mais forte.

— Eu sei que é difícil, meu amor. Nós também gostamos muito daqui, mas a situação no trabalho do seu pai mudou. Ele foi contratado por um time do Brasil, e não temos outra escolha.

— Não, mãe! Isso não pode estar acontecendo! - As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto antes que eu pudesse segurá-las. — E o Cris? E a Lara? E a Iris? E todos os meus amigos? Como eu vou dizer adeus pra eles?

— Filha, a gente entende o quanto eles são importantes pra você - meu pai disse, com os olhos cheios de compreensão. — Mas às vezes a vida nos obriga a fazer escolhas difíceis.

Eu me levantei, começando a andar de um lado para o outro do quarto, tentando controlar a dor que estava crescendo dentro de mim.

— Isso é injusto! Eu finalmente estava feliz, com amigos... eu nunca pensei que ia ter que me despedir tão cedo!

Minha mãe se aproximou e colocou as mãos nos meus ombros.

— Fernanda, você é forte. Eu sei que isso vai doer, mas você vai encontrar uma maneira de manter contato com eles. A amizade de vocês pode superar essa distância.

— A amizade sim mas e o Cris? - minha voz saiu quase como um sussurro. — Como vou terminar com ele? Ele significa tanto pra mim... não posso simplesmente dizer "tchau" e fingir que tá tudo bem!

Minha mãe respirou fundo e disse:

— Eu sei que isso é difícil, filha. E você não precisa fingir que está tudo bem. Nós vamos te dar todo o apoio para enfrentar isso da melhor maneira possível. E quanto ao Cris... bom, só você pode decidir como se despedir dele.

Eu caí de volta na cama, sentindo o peso de tudo desabar em cima de mim. Eu sei que dizer adeus será doloroso.

Naquela noite, fiquei horas olhando para o teto do meu quarto, tentando aceitar a ideia de deixar tudo para trás. Pensava em cada sorriso, cada momento que vivi com meus amigos. E, acima de tudo, pensava no Cris. Eu sabia que ele entenderia, mas isso não tornava as coisas menos dolorosas.

...

No dia seguinte, assim que acordei resolvi dar uma volta pelo condomínio.

Por coincidência eu acabei passando por perto da casa da Lara e por força do hábito passei lá.

Assim que toquei a campainha, Lara abriu a porta com um sorriso enorme, mas assim que me viu, a expressão dela mudou.

— Amiga, o que aconteceu? Tá tudo bem? - ela perguntou, preocupada.