Sombra e Luz: O Destino de Elenwen

O Preço da Felicidade

3441 Palavras

Nos dias antigos, quando a sombra de um mal esquecido ainda rastejava por estas terras, alguns elfos desgastados pela escuridão das guerras foram presenteados com uma dádiva pelos próprios Valar, um elixir raro, retirado de uma flor exótica azul com espinhos amarelos, há muito tempo extinta, o qual denominaram como: "felicidade em gotas." Suas propriedades restauravam o vigor de corpos e espíritos cansados, devolvendo-lhes força e equilíbrio para enfrentar o peso de uma Terra Média em constante conflito e destruição, como um símbolo de esperança e renovação. Contudo, o que foi concebido como bênção se tornou maldição em uma história de ambição, inveja e profanação, lembrada por poucos elfos na terra média:

Numa época em que os elfos sindar ainda não tinham se subdividido na raça de elfos silvestres e moravam distantes da floresta das Trevas, um elfo visionário chamado Silis tinha sonhos com grandeza. Ele veio de uma origem sem títulos e depois da guerra se viu em meio a dificuldades para manter à sua mãe e aos seus irmãos mais novos: Selim e Sara. Ele sempre foi um jovem inteligente, com grande ambição e logo conseguiu um cargo na corte sindar, atuando como uma espécie de conselheiro representante. Mas por mais que alcançasse méritos e riquezas dentro da corte a sua ambição nunca saciava, havia um cargo que ele nunca poderia ter, o de rei.

Em paralelo, temos um jovem Thranduil aventureiro, que não se prendia à rotina e costumes do castelo, partindo sempre em busca de novas missões e histórias fora dos limites do palácio. Ele era o príncipe mais novo dos três filhos do rei, mas nunca se importou muito com a coroa.

A tranquilidade do reino dos Sindar foi acabando com o tempo, os príncipes precisavam proteger o seu povo após a morte trágica do rei e para conseguir proteger e esconder uma população tão numerosa, dividiram-se em três clãs que logo viriam a se tornar novos três reinos, assim surgiu o reino da floresta do norte dos elfos silvestres, conhecida anos depois como Mirkwood.

Silis seguiu os elfos divididos com Thranduil e vou naquela secção a oportunidade de se tornar um governante, já que o povo o conhecia e sabia de todo o seu trabalho durante o reino Sindar, o que não acontece com o príncipe, que sempre estava fora do reino em missões. Ele viu ali a chance de conquistar o prêmio máximo de sua ambição.

Todavia, os planos de Silis falharam quando o príncipe Thranduil demonstrou uma maturidade e liderança nata diante do povo separado, conseguindo conter as preocupações dos súditos, montando um novo reino do zero e conquistando o respeito de todos eles. Silis não aguentava mais ver todos os seus planos jogados no lixo, então precisava enfraquecer aquele reino e para isso precisava adoecer os elfos, lhes oferecendo uma cura depois, sendo o seu salvador. Silis a muito tempo vinha sendo seduzido por uma voz sombria sem rosto, uma força que ele não conhecia, mas que confiou e seguiu cegamente, corrompendo-se. Assim, o elfo, que outrora fora um grande e inteligente conselheiro, transformou-se em um feiticeiro sombrio. Suas experiências com a magia das Trevas o modificaram fisicamente, refletindo no que seu espírito tinha sido transformado, uma besta.

Ele passou muito tempo estudando e fazendo experimentos terríveis às escondidas para encontrar o que precisava. Usava uma máscara para esconder no que estava se tornando e despertou a desconfiança de Thranduil, que agora o vigiava quando podia. Um dia caminhando pelo castelo, viu a porta da sala de tesouros do rei entreaberta e não pensou duas vezes antes de entrar, lá um viu uma raridade, a última garrafa com o líquido da felicidade abençoado pelos Valar que tinha sumido há anos atrás, viu ali uma oportunidade.

A magia que ele queria invocar para deturpar uma criação tão perfeita precisava ser despertada por um ato extremamente cruel e importante para o feiticeiro, assim, sem agir racionalmente, cego pela ambição de poder, Silis assassinou a sangue-frio toda a sua família para conseguir despertar uma maldição perversa.