Quando os corações se encontram

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3632 Palavras

A escuridão dentro da caverna era quase absoluta, interrompida apenas pela luz vacilante da pedra luminosa que Elrond a emprestou para emergências, era impressionante como o cristal emitia a luz das estrelas. O som da respiração irregular de Legolas ecoava, misturando-se com o sussurro do vento do lado de fora. Ela dormia levemente, cada ruído ou movimento dele a fazia despertar em alerta.

Foi então que ela ouviu. Os gemidos baixos, carregados de dor, e os tremores que percorriam o corpo de Legolas a fizeram abrir os olhos imediatamente. Ele estava imóvel e o rosto pálido estava ainda mais tenso. Ela estendeu a mão, tocando sua pele, apenas para recuar com um sobressalto — ele estava queimando de febre.

"Veneno", pensou na possibilidade das lâminas dos Uruk possuírem algum tipo de substância, o desespero começando a tomar conta de sua mente.

Elenwen lembrou-se dos sintomas: as feridas que não coagularam antes, a pele ardendo e os tremores violentos. Seu coração acelerou enquanto vasculhava as ervas e ingredientes que carregava consigo. Nimloth havia ensinado como tratar envenenamentos, mas a teoria parecia distante agora.

"Foco", ela disse a si mesma, mordendo o lábio enquanto triturava as ervas e misturava com água em uma pequena tigela. Assim que preparou o antídoto improvisado, ergueu a cabeça de Legolas com cuidado, tentando fazê-lo beber o quanto podia.

— Por favor, Legolas, beba... — ela sussurrou, a voz embargada.

Mesmo inconsciente, ele engoliu com dificuldade. Elenwen pressionou as mãos contra o peito dele, sentindo o calor que irradiava de seu corpo. A febre não baixava, e o suor parecia insuficiente para regular a temperatura.

Ela umedeceu um pano com o restante da água e o passou por sua pele, tentando resfriá-lo, mas os tremores só aumentavam. A cada tentativa frustrada, o medo crescia em seu peito. A única solução que lhe restava era fazê-lo suar ainda mais.

Pegando todas as mantas que tinha, enrolou Legolas com cuidado, comprimindo o tecido contra ele. Ainda assim, os tremores intensificaram-se. Sentindo o desespero apertar seu coração, Elenwen tomou uma decisão impulsiva.

Sem hesitar, ela começou a remover as próprias roupas, deixando apenas as peças finas que usava por baixo. Deitou-se ao lado de Legolas, encaixando-se ao corpo dele e cobrindo ambos com as mantas. O contato próximo fez o calor dele se espalhar por sua pele, mas ela não se importava. Tudo o que queria era salvá-lo.

Os minutos pareciam horas. Elenwen observava cada movimento, cada respiração, esperando ansiosamente por um sinal de melhora. Finalmente, sentiu umidade surgir na pele dele: suor. A febre começava a ceder, e os tremores diminuíram gradualmente.

O alívio tomou conta dela como uma onda. Lágrimas caíram de seus olhos, e ela chorou silenciosamente, incapaz de conter a emoção.

Legolas abriu os olhos parcialmente, sua visão turva fixando-se no rosto de Elenwen. Ele parecia confuso, como se não acreditasse no que via.

— Elenwen...? — Ele murmurou, a voz fraca e rouca.

Ela segurou o rosto dele com cuidado, ainda chorando. — Graças aos Valar, você sobreviveu. Eu pensei que... — Sua voz falhou, e ela apertou os lábios, tentando conter as lágrimas.

Legolas sorriu levemente, achando que estava sonhando. A sensação do corpo dela tão perto, a pele quente contra a sua, parecia irreal. Ele levantou a mão trêmula, limpando uma lágrima que descia pelo rosto dela.

—Meleth nîn (meu amor)... — murmurou antes de inclinar-se e beijá-la suavemente.

Elenwen ficou paralisada por um instante, o coração acelerado. Mas ao sentir os lábios dele contra os seus, algo profundo e familiar despertou dentro dela. Como uma onda, memórias esquecidas começaram a invadi-la e sua mente voltou para uma cena do passado:

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Sombra e Luz: O Destino de ElenwenOnde histórias criam vida. Descubra agora