Doce Tentação

O primeiro encontro

Eu nunca fui uma pessoa fácil de impressionar, e muito menos uma pessoa que se deixava levar pelo charme de um homem. Eu estava focada em uma coisa: sobreviver ao meu novo emprego. Quando Juliana me disse que a posição de assistente executiva no escritório de Daniel Torres, o CEO da empresa, seria a chance da minha vida, eu não sabia que estava sendo apresentada a um verdadeiro pesadelo disfarçado de oportunidade.

Eu o vi pela primeira vez em sua sala de reuniões. Ele estava de costas, olhando pela janela panorâmica, e a primeira coisa que notei foi a sua postura imponente, a forma como ele se erguia com uma confiança inabalável, como se o mundo fosse um palco e ele estivesse sempre em controle. A luz do fim da tarde o envolvia como um halo, mas não era nada angelical – era a luz dourada que realçava o poder em cada linha do seu rosto.

Juliana entrou antes de mim e me deixou lá, congelada na porta. Eu não sabia se estava mais nervosa com o fato de que estava prestes a conhecer o famoso CEO ou com a sensação de que ele não era apenas um homem de negócios, mas algo mais perigoso.

“Essa é Isabel, minha nova assistente. Isabel, este é Daniel Torres.”

Ele se virou, e eu senti a gravidade do seu olhar cair sobre mim. Era como se ele me analisasse, como se estivesse pesando cada pedaço da minha alma com um único olhar. Eu não conseguia falar. Eu não sabia o que dizer, então apenas estendi a mão, tentando não parecer tão nervosa quanto estava.

“Prazer, Isabel,” ele disse, seu tom suave, mas com algo pesado por trás. A maneira como ele falou o meu nome fez com que eu sentisse um arrepio ao longo da espinha, e eu tentei disfarçar a reação. Ele não parecia notar, ou talvez fosse intencional. “Fico feliz que tenha aceitado o convite.”

Eu assenti, sem saber como responder àquela frase. Ele parecia tão à vontade, tão seguro de si, enquanto eu estava ali, suando frio e com o estômago revirado. O que eu não sabia era que o simples fato de ele me chamar de “querida” nas próximas semanas mudaria tudo.

A tensão entre nós começou a crescer desde esse primeiro encontro. Eu, uma jovem inexperiente de 21 anos, e ele, um homem rico e imponente, de 25, com uma presença que dominava qualquer ambiente. No começo, tudo o que eu queria era cumprir meu trabalho e sair do escritório o mais rápido possível, mas Daniel tinha outra ideia.

Aos poucos, ele começou a me fazer ficar até mais tarde, sem motivo aparente. Tinha sempre algo novo para eu fazer, mais um relatório, mais uma reunião que não acabava. Eu sabia que ele queria algo, mas ainda não entendia o quê. Ele sempre estava perto, em um canto do escritório, observando. Às vezes, quando ele passava por mim, ele murmurava algo como "Obrigado, querida", como se aquilo fosse um elogio.

Naquele primeiro mês, a raiva era a emoção que mais dominava minha mente. Eu odiava ter que ficar até tarde, odiava a maneira como ele parecia me observar, como se estivesse esperando que eu caísse em sua teia. Eu só queria sair dali, mas não conseguia. Havia algo em sua presença que me deixava intrigada, mas eu não queria admitir.

Ainda assim, eu sabia que havia algo mais no ar, algo que poderia explodir a qualquer momento. Mas eu não estava preparada para isso. Não ainda.