A linha tênue

2 1 0
                                    

O restante daquela tarde passou em uma espécie de borrão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O restante daquela tarde passou em uma espécie de borrão. Eu voltei ao meu trabalho, mas cada som, cada passo que eu ouvia, parecia ser amplificado. Daniel estava por perto, mas nunca realmente perto o suficiente para que eu soubesse o que ele estava pensando. Sua presença era um peso que se acumulava aos poucos, como se ele estivesse sempre me observando, esperando o momento certo para dar o próximo passo.

Eu sabia que ele estava jogando comigo, me desafiando a sair do meu lugar de segurança, mas eu não estava pronta. Não poderia estar. Eu não sabia até onde ele estava disposto a ir, e eu não sabia o que seria de mim se eu cedesse àquele impulso, àquele magnetismo entre nós. Mas algo dentro de mim não conseguia negar. Eu estava curiosa. Eu estava atraída. Eu estava… em conflito.

Foi depois do expediente, novamente, que ele me chamou. Dessa vez, sem mais desculpas, sem mais rodeios. Quando eu olhei para o meu celular, vi uma mensagem sua. Uma simples frase: “Precisamos conversar. Minha sala, 19h.”

Eu sabia o que isso significava. Ele estava jogando novamente. Aquele jogo entre nós, em que ele controlava tudo. Eu podia ignorar, podia ir embora e tentar esquecer tudo, mas eu não consegui. Eu estava em uma prisão invisível, e ele era a chave.

Na sala dele, a luz suave da noite entrava pela janela, criando sombras em seu rosto enquanto ele se virava para me encarar. Ele estava mais próximo, agora. Seus olhos, sempre intensos, brilhavam com uma mistura de diversão e algo mais sério, algo que eu não estava disposta a enfrentar.

“Você sabia que essa conversa ia acontecer, não sabia, querida?” ele perguntou, com a voz mais suave do que eu estava acostumada. Mas a leveza em seu tom não enganava. Eu sabia que ele estava no controle, e isso me incomodava. Me excitava também.

Eu tentei desviar o olhar, mas ele não me deixou. Ele caminhou até mim, fechando a distância com uma confiança que só ele possuía. Quando ficou a poucos centímetros de mim, parou e esperou. Esperou que eu tomasse uma decisão. Esperou que eu falasse, ou me afastasse, ou… cedessem.

“O que você quer de mim, Daniel?” Eu consegui perguntar, mas a minha voz traía o quanto eu estava nervosa. Eu sabia que ele não queria apenas respostas. Ele queria algo mais. Ele queria ver até onde eu iria.

Ele sorriu, aquele sorriso que me desconcertava. “Eu quero o que você tem, Isabel. Eu quero… o que você tem a oferecer.” A palavra "oferecer" caiu no ar entre nós como uma promessa, como uma exigência. Mas ele não disse mais nada. Ele apenas me observou, como se esperasse que eu soubesse o que fazer a seguir.

Eu sentia meu corpo reagir àquele olhar, àquele sorriso, à maneira como ele estava tão perto de mim. Eu queria recuar, queria dar um passo para trás e me afastar, mas o que eu queria e o que meu corpo exigia estavam em desacordo. Eu podia sentir minha respiração se acelerando, meu estômago se apertando.

“Eu…” Eu não sabia o que dizer. As palavras pareciam não sair. Eu queria ser forte, queria manter o controle, mas a presença dele me desestabilizava, me fazia querer jogar tudo para o alto.

Daniel percebeu a luta interna que eu estava enfrentando. Ele deu um passo à frente, quase imperceptível, mas o suficiente para fazer minha pele formigar. “Você está atraída por mim, Isabel,” ele disse, a voz baixa, mais para ele mesmo do que para mim. “E eu estou atraído por você. Não podemos negar isso.”

Eu senti o calor subir até meu rosto, e sabia que ele tinha razão. Eu estava atraída por ele. Não havia como negar. Mas eu sabia que isso não era certo. Sabia que esse jogo podia acabar com tudo.

Antes que eu pudesse responder, ele colocou a mão em meu ombro, com uma suavidade que contrastava com a intensidade de seu olhar. “Nós dois sabemos que não podemos evitar isso, querida.”

E, com isso, ele se afastou, deixando-me sem palavras, sem ar. Eu estava confusa, perdida, e ainda assim… eu não queria mais sair dali. Queria entender onde aquilo iria me levar.

 Queria entender onde aquilo iria me levar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Doce Tentação Onde histórias criam vida. Descubra agora