O limite

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Capítulo 7 - O Limite

A noite caiu mais cedo do que eu gostaria, e com ela, uma sensação de inevitabilidade se instalou em meu peito

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A noite caiu mais cedo do que eu gostaria, e com ela, uma sensação de inevitabilidade se instalou em meu peito. Eu tentava me distrair, mergulhada em um mar de papéis e tarefas que, na minha mente, não tinham mais sentido. As palavras de Daniel ecoavam dentro de mim, se repetindo como um mantra, me lembrando o quanto ele estava presente, o quanto ele estava me observando. Ele não estava mais apenas me desafiando. Ele estava me provocando. E eu, impotente, não sabia mais onde o limite entre nós se encontrava.

Era difícil se concentrar quando ele parecia estar em cada esquina, observando-me de longe. Ele sabia o efeito que causava em mim, e estava se divertindo com isso. Eu, por outro lado, não estava mais certa de qual jogo estava jogando. Ele queria que eu me entregasse a esse desejo proibido, mas eu não sabia até onde eu estava disposta a ir. Era como caminhar sobre uma corda bamba, com ele sempre à espreita, esperando por um erro.

Quando finalmente o encontrei novamente, na sala dele, a tensão era mais palpável do que nunca. Ele estava sentado atrás de sua mesa, seus olhos fixos em mim, mas ao contrário das vezes anteriores, ele não se moveu para me receber. Ele apenas me observava, como se esperasse que eu tomasse a primeira atitude. Eu sabia que ele estava esperando algo, e o mais frustrante era que eu não sabia o que ele queria.

“Isabel,” ele disse, com um tom calmo, mas que carregava algo que me fez estremecer. “Você está evitando o que é óbvio, não está?”

Eu tentei manter a postura, a expressão neutra, mas era difícil. Ele tinha essa habilidade, essa maneira de me desarmar com suas palavras e com o seu olhar. Não importava o quanto eu tentasse ser racional. Ele sempre conseguia me levar para um lugar onde as emoções tomavam conta de tudo.

“Eu não estou evitando nada,” falei, mais para mim mesma do que para ele. “Eu só estou tentando entender o que está acontecendo entre nós.”

Ele deu um sorriso de canto, aquele sorriso que sempre me fazia perder o controle. “Você já sabe, Isabel. Sabe o que está acontecendo. E sabe o que você quer. Não precisa mais negar.”

Eu fechei os olhos, tentando processar o que ele estava dizendo. Eu queria resistir. Queria colocar limites, como sempre fizera. Mas o que ele estava dizendo fazia sentido, e eu não sabia mais o que fazer com esse desejo que crescia dentro de mim.

“Você não entende,” murmurei, mais para mim mesma. “Eu não posso me envolver com você.”

Daniel se levantou, movendo-se com aquela confiança que sempre me fazia sentir vulnerável. Ele não disse nada imediatamente, mas quando chegou perto o suficiente para que eu sentisse seu cheiro, seu calor, ele parou e me olhou com uma intensidade que me fez estremecer.

“Você acha que pode resistir a mim?” ele perguntou, com a voz baixa, quase um desafio. “Você acha que pode controlar o que está acontecendo entre nós? Porque eu sei que não pode.”

Eu me afastei dele, tentando recuperar um pouco de controle sobre o que estava acontecendo. Não queria me entregar. Não queria ser só mais uma. Mas, ao mesmo tempo, sentia que estava sendo puxada para ele, como se não houvesse mais escape. A atração era forte demais para ignorar.

“Daniel, por favor,” falei, tentando controlar a voz trêmula. “Eu não quero isso. Não posso fazer isso.”

Ele se aproximou mais uma vez, e dessa vez, não houve como negar. Ele colocou uma das mãos em meu rosto, com uma suavidade que contrastava com a intensidade em seus olhos. Ele não estava sendo agressivo. Ele estava me desarmando lentamente, peça por peça, até que eu não soubesse mais onde terminava minha resistência e onde começava o meu desejo.

“Não tenha medo, querida,” ele disse, a voz macia, quase como uma promessa. “Eu vou cuidar de você.”

Eu sabia que ele não estava falando sobre trabalho ou sobre qualquer outra coisa que fosse aceitável. Ele estava falando sobre nós. Sobre o que estava entre nós. E eu não sabia mais o que fazer com isso. Eu queria recuar, queria me afastar, mas algo dentro de mim me dizia para ficar. Para ceder.

“Eu…” comecei, mas não consegui terminar a frase. As palavras não faziam mais sentido. Eu estava tão longe de tudo que acreditava ser certo que não conseguia encontrar meu caminho de volta.

Antes que eu pudesse reagir, ele me puxou para perto, não de maneira brusca, mas com uma certeza que me fez perder o fôlego. O toque de suas mãos nas minhas costas foi suave, mas possessivo. E, então, ele se inclinou, seus lábios quase tocando os meus, como se estivesse esperando por minha permissão.

Eu queria recuar. Queria sair dali, mas algo dentro de mim dizia que não podia mais voltar atrás.

 Queria sair dali, mas algo dentro de mim dizia que não podia mais voltar atrás

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