Isabel, uma jovem de 21 anos que tenta se encontrar em meio às dificuldades da vida, vê sua rotina virar de cabeça para baixo ao aceitar um emprego em uma empresa renomada. A oportunidade surge através de uma amiga, quando Isabel está no fundo do po...
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As semanas seguintes foram uma montanha-russa emocional. A decisão de Daniel estava tomada, e eu sabia que ele não voltaria atrás, mas as consequências começaram a se materializar com uma força que eu não esperava. As conversas entre ele e Clara se tornaram mais frequentes, mais intensas. Clara, como eu imaginava, não estava disposta a aceitar a separação sem lutar. Ela usou todos os truques que conhecia para tentar manipular Daniel, pressionando-o com acusações de infidelidade, de traição, e de tudo o que uma mulher na posição dela poderia usar para manter seu poder.
Eu observei tudo de longe, na maior parte do tempo. Estava impossível não me envolver, mas Daniel pediu para que eu ficasse distante dessa parte do processo. Ele queria resolver aquilo sozinho. E, enquanto isso, eu me encontrava cada vez mais dividida entre o desejo de estar ao lado dele e o medo do que isso significava para a minha vida.
Na manhã de uma sexta-feira chuvosa, eu estava sozinha em meu escritório, tentando me concentrar no trabalho, mas sem sucesso. Minha mente estava longe, em Daniel, no peso de suas escolhas, nas palavras que ele havia me dito, nas promessas de que lutaria por nós. Eu sabia que, ao lutar por nós, ele estava colocando em risco muito mais do que sua imagem pública ou a relação com a esposa. Ele estava me arrastando para um redemoinho que eu não sabia se conseguiria sobreviver.
Foi quando ele entrou no meu escritório, interrompendo meus pensamentos. Eu o vi passar pela porta, os ombros tensos, os olhos carregados com o peso de uma decisão que ele estava prestes a tomar. Eu sabia que ele estava se preparando para enfrentar mais uma batalha com Clara.
“Isabel,” ele disse, sua voz grave, “eu preciso te contar uma coisa.”
Eu levantei os olhos para ele, e o olhar que trocamos foi carregado de significado. Eu podia sentir a tensão em seu corpo, e a dúvida nos seus olhos. Era como se ele estivesse à beira de um precipício, e eu, de alguma forma, fosse parte dessa queda.
“O que aconteceu?” perguntei, minha voz suave, mas cheia de preocupação. “Ela aceitou sua decisão?”
Ele se sentou à minha frente, os dedos apertando a borda da mesa. “Não exatamente,” disse ele, respirando fundo. “Ela me ameaçou, Isabel. Disse que, se eu continuar com isso, vai fazer tudo o que puder para arruinar minha carreira, minha imagem. E não apenas a minha, mas a sua também. Vai expor o que está acontecendo entre nós.”
Eu senti um arrepio percorrer minha espinha. Eu já sabia que isso era uma possibilidade, mas ouvir Daniel dizer aquelas palavras foi como um soco no estômago. Clara estava disposta a tudo para manter Daniel ao seu lado, até mesmo destruir tudo o que ele havia construído.
“Ela… ela vai fazer isso?” perguntei, sentindo o medo apertar o meu peito. Eu sabia que a guerra que ele estava travando era muito mais do que apenas sobre um casamento quebrado. Era sobre um jogo de poder, sobre a imagem pública deles, e sobre tudo o que Clara achava que perderia se Daniel a deixasse.
“Sim,” Daniel disse, com um olhar resoluto, “ela vai tentar. Mas não vou me intimidar. Eu vou lutar pelo que eu quero, Isabel. E o que eu quero é estar com você.”
Eu o olhei, tentando processar suas palavras. A situação estava muito mais complicada do que eu imaginava. Não era apenas uma questão de Daniel e Clara, ou de nós dois. Era uma guerra de forças muito maiores. E eu estava no meio disso tudo.
“Eu sei que isso é arriscado, Isabel. Eu sei que ela pode fazer tudo o que puder para nos destruir, para destruir a minha imagem. Mas não há mais como voltar atrás. Eu não posso continuar vivendo nessa mentira. Eu não posso continuar com ela só por conveniência. Eu preciso de você. Só de você.”
As palavras dele eram como um alicerce, uma promessa que me dava força, mas também me deixava ainda mais vulnerável. Eu sabia que ele estava fazendo isso por mim, mas também sabia que isso não significava que estaríamos imunes às consequências.
“Eu estou com você, Daniel,” disse, a decisão em minha voz, embora o medo ainda estivesse lá, quieto, esperando para me dominar. “Mas, por favor, me diga que você está preparado para o que vem a seguir.”
Ele sorriu, mas não era um sorriso tranquilo. Era um sorriso cheio de uma confiança renovada, uma confiança que me dizia que ele estava pronto para tudo, mesmo que isso significasse perder tudo o que ele tinha.
“Eu estou preparado, Isabel. Vamos enfrentar isso juntos, não importa o que aconteça. Eu não vou perder você.”
Eu não sabia o que o futuro nos reservava, mas, naquele momento, algo dentro de mim se acendeu. Eu sabia que não havia mais volta. Nós dois estávamos comprometidos nesse caminho, e, de alguma forma, a promessa de Daniel me dava a força necessária para enfrentar o que viesse.
Mas as palavras de Clara ecoavam em minha mente. Ela não ia desistir tão facilmente. E eu sabia que, à medida que o tempo passasse, nossa história se tornaria ainda mais difícil de esconder.
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