O jogo começa

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Era uma sexta-feira, e eu estava praticamente sozinha no escritório

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Era uma sexta-feira, e eu estava praticamente sozinha no escritório. Juliana já tinha ido embora, o resto da equipe também havia se dispersado, e, como sempre, eu estava ali, diante da tela do meu computador, tentando terminar mais um relatório que Daniel me pedira – mais uma daquelas tarefas aparentemente intermináveis que ele sempre inventava. Ele gostava de me ver até tarde, eu tinha certeza disso. Mas o que me deixava mais confusa era o quanto ele parecia ficar em silêncio, observando-me do canto de sua sala, em algum lugar onde eu não o via, mas sentia sua presença como uma sombra constante.

Às vezes, ele aparecia na minha mesa para verificar meu progresso. Ele se aproximava com aquele passo silencioso, que não fazia som algum, mas eu sabia quando ele estava ali. Havia algo inconfundível no modo como ele caminhava – lento, calculado, sempre atento aos menores detalhes.

Naquela noite, no entanto, ele não veio me checar. Em vez disso, eu ouvi seus passos atrás de mim. Quando me virei, ele estava ali, de pé, na porta do meu cubículo, com o olhar firme e quase desafiador.

“Você ainda está trabalhando?” ele perguntou, com uma voz que era quase uma brincadeira, mas ao mesmo tempo, cheia de algo que eu não sabia como identificar. Era suave, mas tinha um tom que parecia esconder uma provocação. Como se ele estivesse esperando algo de mim.

Eu suspirei, tentando manter a compostura, e dei de ombros, forçando um sorriso. “Parece que sim, né? Esses relatórios não vão terminar sozinhos.”

Ele riu baixinho, e eu senti o sangue correr para as minhas bochechas. Eu não sabia por que estava tão nervosa. Eu estava sendo profissional, certo? Eu estava apenas fazendo o meu trabalho. Mas a maneira como ele me olhava fazia tudo parecer… diferente.

“Talvez você precise de uma pausa, querida,” ele sugeriu, com um tom que soava mais como uma ordem do que uma sugestão. “Posso te oferecer um café. Venha até a minha sala.”

Eu olhei para o relógio, sem saber o que responder. Já passava das 22h. Eu deveria recusar, deveria simplesmente seguir com o meu trabalho, mas algo me dizia que essa não seria uma oferta que eu poderia ignorar. Como ele sabia exatamente o que dizer para me fazer parar e olhar para ele?

Levantei-me, sentindo uma tensão crescente em meu corpo. Quando passei por ele, pude sentir o calor de sua presença, como se ele estivesse quase me tocando, sem realmente fazer isso. Ele caminhou ao meu lado, em silêncio, mas com um ritmo tranquilo, como se o fato de eu estar ali com ele fosse algo natural.

Na sala dele, ele foi até a pequena cafeteira e fez duas xícaras de café. Eu me sentei no sofá, observando-o de longe, tentando entender o que estava acontecendo. Algo estava no ar, algo que eu não conseguia identificar, mas não conseguia ignorar.

“Não é bom ficar no escritório por tanto tempo, sabe?” ele disse, me entregando a xícara de café. “Você precisa descansar. Mas, ao que parece, você gosta de trabalhar até tarde, não é?”

Aquelas palavras me atingiram como um golpe. Como ele sabia disso? Era como se ele estivesse lendo minha mente, como se soubesse o que eu estava sentindo. Eu tentei mudar de assunto, forçando um sorriso.

“Eu apenas tento fazer o meu trabalho o melhor que posso.”

Ele se sentou ao meu lado, mais perto do que eu estava confortável. Seus olhos fixaram-se nos meus, e por um momento, o ambiente ao redor pareceu desaparecer. Eu não sabia o que dizer, o que fazer. Algo entre nós mudara, e agora havia uma tensão palpável, um magnetismo que eu não conseguia ignorar.

“Você sabe,” ele começou, com um sorriso pequeno, mas significativo, “a dedicação ao trabalho é uma qualidade muito admirável. Mas, querida, você precisa aprender a relaxar também.”

Eu estava com o coração acelerado. Ele estava tão perto, e sua presença era avassaladora. Eu queria fugir, mas ao mesmo tempo, uma parte de mim queria ficar, queria entender o que estava acontecendo, por que tudo parecia tão intenso, tão errado, mas, ao mesmo tempo, tão certo.

E, naquele momento, algo em mim cedeu. Eu não sabia o que seria o próximo passo, mas uma coisa estava clara: o jogo entre nós estava apenas começando.

 Eu não sabia o que seria o próximo passo, mas uma coisa estava clara: o jogo entre nós estava apenas começando

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