37. Margaret

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Evan

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Evan

Bastou eu ouvir o barulho do tapa rompendo do quarto para a sala, eu soube que era a hora de intervir. Caminhei em direção à Daniel, entrei no cômodo e encontrei Margaret desacordada caída ao tabuado de madeira, o cabelo jogado ao rosto vermelho e marcado.

Perto dela estava Daniel, de punhos fechados, furioso e pronto para descontar sua ira contra o causador disso tudo.

Nesse instante tive certeza que ele seria capaz de me matar na porrada. Eu sorri o incentivando, como quem incentiva um cachorro a atacar, e chamei para o combate.

Daniel soltou o ar dos pulmões e veio ao meu encontro com sangue nos olhos.

Me preparei para o golpe, fechei os olhos e recebi o primeiro soco de vários. Não demorei a cair, com a visão turvando e a mente anuviando, me perdendo satisfatoriamente em adrenalina.

Meu planejamento ocorreu como esperado. Pelo jeito, Daniel ficou tão revoltado que aproveitava a chance para se vingar.

Infelizmente, desmaiei e não tive a oportunidade de ver Margaret matando meu punidor. Daria tudo pra assistir esse momento.

Quando acordei e o vislumbrei com o crânio esmagado ao meu lado, tive vontade de rir em comemoração, de vibrar e pular pela casa, se não estivesse tão quebrado teria o feito. De verdade, não esperava que Margaret iria tão longe. Não imaginava que estivesse tão corrompida, a esse ponto. Foi a maior prova de que ela estava do meu lado, por definitivo.

Mais do que mentir pra irmã, mais que não ser capaz de me denunciar pra polícia; matar uma pessoa pra me salvar foi o ápice. Porém, as consequências desse ato na sua mente seriam desastrosas, então eu teria que assumir a culpa ou pesaria demais pra ela, e eu não queria que esse peso a afastasse de mim.

Ao encontrar ela assustada prestes a fugir, convenci de que estava tudo bem e me esforcei o máximo que pude para limpar os vestígios de seu crime. Teria feito com maior esmero do mundo se não fosse a dor terrível, o que mais incomodava era o nariz, eu mal conseguia respirar. Tomei analgésicos fortes pra suportar e cavei uma cova no jardim para jogar o cadáver de Daniel, cobri de qualquer jeito e limpei o quarto dentro das possibilidades.

Concordava com Margaret que era melhor ir embora dali, com certeza não demoraria pra alguém aparecer. E eu sentia que, mesmo tentando ir pra fora do país, iria preso cedo ou tarde. A lamentável sensação de morte me perseguia, mas, mais leve agora que eu tinha Margaret a meu favor.

Fui obrigado a colocar meu nariz no lugar a sangue frio, em seguida me alimentei, tomei mais medicamentos e preparei uma sopa pra Margaret, aliviado em ver ela se alimentar também. Quando nos deitamos juntos na mesma cama, eu procurei continuar respeitando seu espaço, não toquei em seu corpo e nem avancei de maneira nenhuma.

Na realidade, estava exausto, dolorido, sob efeito de remédios fortes, sem respirar direito, a última coisa que eu pensava agora era em contato físico mesmo tendo a mulher da minha vida nua comigo. E era óbvio que ela também não estava no clima pra isso... o dia foi grotesco.

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