23. Presentes.

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Depois do jantar de hoje ela praticamente sumiu enquanto eu tomava banho, até pensei que havia saído, mas seu sapato ainda estava no armário e não havia como ela sair se suas chaves estão sobre a cômoda, me restando apenas um único lugar, mas para ter certeza de minhas dúvidas decidi chamá-la.

— Jennie.

— Tô no quarto.

Isso, ela estava no quarto, no lugar que ainda considerava seu e sua ida até ele tem se tornado mais recorrente, tanto que às vezes preciso buscá-la ou venho diretamente aqui.

Minha namorada estava lendo alguma coisa, não eram livros da faculdade, mais parecia algo em quadrinhos. E sobre a cama havia um prato com as bordas do que um dia foi um sanduíche.

— Isso me deixa frustrada. - Lhe informei, recebendo sua atenção.

— Isso?

— Você sempre foge pra cá.

— Não fugi, se não você não teria me encontrado e eu nem teria dito onde estou.

Ela anda com esse costume, diz que nunca está fugindo, quando na verdade sabe que está e não há nada mais irritante do que isso.

— Vamos pra cama. - Pedi.

— Já estou na cama.

— Você me entendeu.

— É, entendi. - Apesar de ter fechado o livro, ela não mexeu um único músculo. - Amo te ver frustrada.

Se ela ama me ver frustrada, então vai amar o que vou fazer. Pensei em todos os métodos de fazer aquilo e nenhum parecia tão interessante quanto lhe puxar pelas pernas e lhe jogar sobre os meus ombros.

— Me larga. - Ela se mexeu, me dando um leve tapa, mas nem mesmo cogitei colocá-la no chão.

— Não.

— Kim Jisoo.

— Kim Jennie, deixa de ser teimosa.

Além de desligar a luz deixei a porta do quarto fechada e se não estivesse com tanta pressa a teria fechado com chave, depois a engolido para que nunca mais pise aqui. Em nosso quarto eu a joguei sobre a cama, indo para cima dela, mas não tanto, eu apenas queria que ela visse o quanto fico indignada quando faz isso.

— Esse é o nosso quarto, aquele será demolido. - Lhe informei.

— Deixa o engenheiro descobrir que a infraestrutura do prédio será arruinada por capricho.

— Capricho seu, porque se viesse para cá isso não seria necessário.

Jennie se mexeu um pouquinho para sair de onde estava, mas minha intenção nunca foi deixá-la escapar, principalmente sem me dar o que eu queria, a confirmação de que não retornaria para aquele lugar. Só que eu a conheço bem, ela não vai fazer isso só porque estou dizendo que não quero vê-la mais lá, ela precisa de um pedido, algo que nunca fiz e que há tempos tento fazer.

— Não vai mais para o outro quarto, por favor.

Nunca a pedi nada, as vezes jogo coisas ao vento que ela logo capita, mas nunca fui de lhe pedir coisas, para ser mais presente, para assistir algo comigo ou me abraçar durante o sono, ela sempre faz tudo de bom grado, como se já fosse natural, logo nunca precisei lhe pedir, mas isso, isso sim precisava de um pedido.

— Nunca te escutei pedindo isso.

— É que eu já não aguento mais ter que dormir sozinha e torcer para que venha dormir comigo no meio da noite.

— Tem esperanças que eu não venha?

— Tenho, mesmo nunca tendo acordado sem você um dia sequer. - Ela apenas me olhava, parecendo não saber o que dizer. - Por favor.

Por conveniência - Jensoo.Onde histórias criam vida. Descubra agora